No RS já começam a faltar insumos para a continuidade dos trabalhos de campo em muitas culturas do estado
A safra da soja deve ser recorde no Rio Grande do Sul, mas os produtores estão preocupados com prejuízos com a continuidade da greve dos caminhoneiros no início de safra, haja vista a dificuldade de abastecimento em diversos insumos como fungicidas, inseticidas e óleo diesel, prejudicando o cultivo da oleageinosa.
"Isso é muito preocupante, porque o movimento em Palmeiras das Missões (RS) é muito forte - um dos maiores núcleos de manifestação - inclusive sábado passado teve um grupo de deputados vindos diretamente de Brasília, para conversar com o sindicato e representantes do movimento no sentido de demovê-los a aceitar as propostas do governo", declara Hamilton Jardim, presidente da comissão de trigo da Farsul (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul).
Para ele, a greve é um movimento justo, no entanto o governo não deu atenção ao setor no devido tempo, causando as manifestações dos últimos diase prejuizo em diversos setores. No caso, por exemplo, das culturas que já estão sendo colhidas - como arroz e milho - muitos armazéns receberam esses grãos, mas agora não conseguem liberar espaço para o recebimento da soja, por falta do transporte.
"A partir do dia 15 de março, o Rio Grande do Sul começa a operação de colheita da soja, e nós esperamos que o governo se sensibilize a isso, e que tenhamos nesse curto espaço de tempo uma solução para esse empasse, que neste momento infelizmente já começam a afetar a nossa atividade", conclui o presidente.
Já na cultura do trigo, o Rio Grande de Sul, sofre com os preços altos no cenário internacional. Porém, por virtude do baixo estoque remanescente da safra de 2014, apesar das altas que vem acontecendo nas últimas semanas, os preços na região não tem refletido essas mudanças. "Infelizmente, estamos observando que esse movimento de alta, acontece exclusivamente no cenário internacional, encarecendo as importações, e não remunerando na mesma intensidade o preço do trigo que o produtor ainda tem para vender", explica Jardim.
Segundo ele, há estimativa de 200 toneladas de trigo nas mãos dos produtores, pois os agricultores não conseguem comercializar o grão ao preço mínimo.
"Estamos indo para Brasília na próxima quinta-feira (5), onde teremos a reunião da Câmara Setorial Nacional das Culturas de Inverno - um órgão do Ministério da Agricultura - para relatar essa situação ao governo. Portanto vamos torcer que tenhamos sucesso no nosso pleito, conscientizando o governo da necessidade de investir mais na cultura do trigo, remunerar o alto custo de produção através de um preço mínimo, e fazer por consequência que os produtores aumentem a sua área de plantio ou pelo menos mantenham sua área cultivada", declara o presidente da comissão.
No sul, está sendo cultivado trigo em apenas 20% da área total de soja e milho plantada, por falta de maior aporte de recursos por parte do governo.
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