Milho: Em dia de realização de lucros, mercado fecha sessão com fortes perdas em Chicago
As cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a sessão desta segunda-feira (2) do lado negativo da tabela. As principais posições do cereal terminaram o pregão com perdas entre 4,75 e 5,75 pontos. O vencimento maio/15 era cotado a US$ 3,88 por bushel.
Em mais uma sessão volátil, as cotações do cereal até esboçaram uma reação no início do dia, porém, o movimento não foi sustentado e os preços terminaram o dia em queda. Segundo informações reportadas pelo site Farm Futures, a entrega dos contratos com vencimento em março e a alta do dólar frente às outras moedas pesaram sobre os preços, que recuaram depois dos ganhos do pregão anterior.
Na última sexta-feira, as cotações da commodity acumularam ganhos entre 4,50 e 4,75 pontos. Na semana, a valorização foi ficou entre 1,59% e 1,81%. Ainda assim, os analistas destacam que o mercado opera de maneira muito técnica. E também acompanha as movimentações mais expressivas dos preços do petróleo e os dados sobre a produção de etanol nos Estados Unidos.
Paralelamente, nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicou os embarques semanais de milho em 1.279,81 milhão de toneladas. O volume ficou acima do registrado na semana passada, de 900,965 mil toneladas do grão. No total acumulado do ano, os embarques totalizam 18.584,83 milhões de toneladas.
Além disso, os preços do milho também acompanharam as quedas observadas nos mercados vizinhos. Os futuros da soja exibiram perdas de mais de dois dígitos na sessão de hoje e o trigo, também recuou entre 9,50 e 13,00 pontos.
Mercado interno
No mercado interno brasileiro, a segunda-feira foi de estabilidade aos preços do milho. De acordo com levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, em São Gabriel do Oeste (MS), as cotações aumentaram 7,32%, e a saca encerrou o dia a R$ 22,00. Na contramão desse cenário, no Porto de Santos (SP), o valor da saca recuou 0,33%, para R$ 30,00.
Já no Porto de Paranaguá, a cotação permaneceu em R$ 30,00, para entrega em outubro de 2015. Nas demais praças pesquisadas, as cotações permaneceram inalteradas. Apesar da forte alta observada no câmbio nesta segunda-feira, as perdas mais fortes registradas no mercado internacional também pesaram sobre os preços.
Contudo, o consultor de mercado da Carlos Cogo Consultoria Agroecônomica, Carlos Cogo, destacou que o nível de R$ 30,00 nos portos brasileiros é interessante aos produtores brasileiros. "E as cotações propostas pelas traders, para entrega em agosto e setembro, estão nos mesmos patamares. O que vislumbra um cenário favorável para a segunda safra de milho e um preço mais firme na colheita da safra de verão", explica.
O consultor também ressalta que o quadro é melhor do que o observado no mesmo período do ano passado, principalmente em decorrência da valorização do câmbio. "Temos níveis de preços mais atrativos aos produtores, que devem aproveitar para fixar o milho. Inclusive em MT, o patamar de comercialização está bem adiantado, diferente da situação observada no estado do PR", relata Cogo.
Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de milho fecharam o mês de fevereiro com 1.104,8 milhão de toneladas. A média diária ficou em 61,4 mil toneladas do grão. O volume representa uma queda de 59,7% em relação ao mês de janeiro, quando os embarques totalizaram 3.195,4 milhões de toneladas de milho.
Ainda assim, o número ficou acima do registrado no mesmo período de 2014, em torno de 15,5%. Em fevereiro de 2014, o país conseguiu exportar em torno de 1.063,1 milhão de toneladas. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e foram divulgadas pela Secretaria de Comércio Exterior.
BM&F Bovespa
Na Bolsa brasileira, o pregão desta segunda-feira foi de perdas aos contratos futuros do cereal. As principais posições exibiram desvalorizações entre 0,85% e 1,49%. O vencimento março/15 era cotado a R$ 29,16 a saca.
Os futuros recuaram, em um movimento de realização de lucros frente aos ganhos recentes e, mesmo com a alta do dólar. A moeda norte-americana subiu 1,37% e terminou a segunda-feira a R$ 2,8951 na venda, após atingir 2,8960 na máxima do dia. Conforme dados da agência Reuters, o câmbio foi impulsionado pelo ajuste dos investidores diante da oferta menor de proteção cambial depois do Banco Central sinalizar que não deve repor completamente os swaps cambiais, com vencimento em abril.
Veja como fecharam os preços nesta segunda-feira:
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