Caminhoneiros mantêm greve em Diamantino (MT) e colheita da soja está parada na região
A greve dos caminhoneiros continua nesta sexta-feira (27) na região de Diamantino (MT). E mesmo com a liminar, prevendo multa de R$ 10 mil por veículo que continuar bloqueando as estradas, os manifestantes deverão permanecer com a paralisação. A intenção é não voltar às rodovias até que haja medidas ao setor.
De acordo com o diretor do Sindicato Rural do município e delegado da Aprosoja, Altemar Kroling, os caminhoneiros têm alternado e liberado a passagem de caminhões com cargas vivas, combustível e ração. Ainda assim, em muitas propriedades já não há mais óleo diesel e a colheita da soja está parada.
Segundo nota da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso), reportada à imprensa nesta quinta-feira, cerca de 20% dos produtores do estado não têm mais óleo diesel. E mais de 80% dos agricultores têm o combustível para apenas mais cinco dias, em média.
“Está tudo parado e o clima está bom para a colheita da soja, que já registra um atraso nos trabalhos nos campos. A preocupação é que o grão está pronto para ser colhido e podemos ter perdas na qualidade por conta do cenário. Consequentemente, a situação também deverá afetar a evolução do plantio do milho safrinha”, destaca Kroling.
Até o momento, cerca de 35% da área cultivada nesta temporada foi colhida. A média de produtividade das lavouras gira em torno de 54 a 55 sacas do grão por hectare. Entretanto, em alguns locais, especialmente na divisa da cidade com Campo Verde, a estiagem durou mais de 35 dias e, com isso, o rendimento está abaixo de 50 sacas da oleaginosa por hectare.
Já os preços da soja giram em torno de R$ 50,00 na localidade. Contudo, com a greve dos caminhoneiros, os negócios estão parados e as empresas não estão comercializando o produto, com receio de não conseguir cumprir os contratos, conforme sinaliza o delegado da Aprosoja.
Milho
A cultura do milho também deverá sentir os reflexos da paralisação dos caminhoneiros. O plantio está atrasado e não há fertilizantes na região. “O risco de plantar fora da janela ideal é muito grande. Mesmo assim, os produtores irão fazer o plantio, pois já tinham comprado as sementes e insumos, mas não temos os fertilizantes para fazer a adubação das lavouras”, ratifica Kroling.
Em relação aos preços, a saca do cereal é cotada entre R$ 15,00 a R$ 15,50. “Temos que fazer contas, pois temos custos mais altos em torno de 20% a 25%. A cada dia sem um desfecho para esse cenário, ficamos mais preocupados. Muitos armazéns estão enchendo e não há retirada de produtos”, finaliza.
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