Com clima irregular, produtividade das lavouras de soja registram queda de 8% em Ubiratã (PR)
As condições climáticas irregulares também afetou a produtividade média das lavouras de soja na região de Ubiratã (PR). Com a colheita concluída na localidade, o rendimento das plantas oscilou entre 30 sacas a 83 sacas do grão por hectare. A expectativa inicial era de uma produtividade ao redor de 62 sacas por hectare, mas a média está em torno de 57 sacas por hectare, uma queda de 8%.
Na visão do engenheiro agrônomo e gerente do departamento técnico da Coagru, Marcos Antônio Rosseto, a época de plantio, manejo, porém, principalmente o clima foram os fatores determinantes para as perdas. “Tivemos em outubro, um mês com poucas chuvas e altas temperaturas, o mesmo aconteceu durante o mês de dezembro. As chuvas ficaram abaixo dos 60 mm no final do ano anterior”, explica.
Além das preocupações com o clima, os produtores também enfrentaram dificuldades com as pragas, especialmente a falsa medideira. O gerente também destaca que, os produtos estão perdendo a eficiência, fator que dificulta o controle das pragas. Do mesmo modo, o percevejo marrom e a ferrugem asiática preocuparam os agricultores em outras regiões próximas, de atuação da cooperativa. Em relação aos preços, em Ubiratã, a saca da oleaginosa é cotada a R$ 57,50.
Milho safrinha
Na região, cerca de 90% da área já foi cultivada com o milho safrinha e a perspectiva é que haja uma redução em torno de 10% na área. “A expectativa é que os produtores estejam migrando para a segunda safra de soja e trigo. No curto prazo, se pensarmos na relação entre soja e milho, mesmo com uma produtividade menor, ao redor de 30 sacas a 35 sacas por hectare, deixaria uma margem maior aos produtores. Porém, temos o ônus, pois a longo prazo, teremos uma pressão de seleção em cima de inseticidas e fungicidas e os produtos perdendo a eficiência com muita rapidez”, afirma Rosseto.
Paralelamente, as lavouras também estão sendo atacadas pelo percevejo barriga verde. As primeiras variedades, cultivadas em janeiro, não apresentaram tanta incidência, já que o tratamento de sementes auxiliou o agricultor. Entretanto, os materiais semeados após o período receberam alto volume de chuvas, em algumas localidades mais de 200 mm, e o controle da praga ficou mais difícil.
Os custos de produção também estão mais altos nesta temporada. Em 2014, com R$ 1 mil por hectare, os agricultores conseguiam fazer o plantio, já nesta safra, o valor está em R$ 1.200, uma elevação de 15%. “Os custos subiram, especialmente com a adubação de base, que está mais cara. O produtor precisará de 55 sacas de milho por hectare para cobrir os custos com insumos, sem contar as operações. E com o valor de R$ 21,00 a saca, se não tiverem uma alta produtividade, a margem será apertada”, acredita o gerente.
Greve dos caminhoneiros
Por enquanto, não há nenhuma estrada bloqueada na região de Ubiratã. No entanto, a situação já preocupa os produtores, já que com o aumento do óleo diesel, os custos com o frete também subirão. “E quem terá que arcar com esses custos será os produtores, e as cooperativas também se preocupam, uma vez que o cenário pode afetar a logística. A maioria das cooperativas não têm condições de armazenar toda a produção”, finaliza Rosseto.
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