Milho: Projeção de menor área cultivada nos EUA dá suporte e mercado fecha sessão em campo positivo na CBOT
No pregão desta quinta-feira (19), as cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram do lado positivo da tabela. Os principais contratos da commodity exibiram ganhos entre 5,25 e 6,25 pontos. A posição março/15 terminou o dia a US$ 3,90 por bushel, depois de ter finalizado a sessão do dia anterior a US$ 3,83 por bushel.
A última vez que, o contrato havia tocado o patamar dos US$ 3,90 por bushel, foi no dia 9 de fevereiro, quando o vencimento encerrou o dia a US$ 3,91 por bushel. Hoje, os contratos futuros encontraram suporte nos números do Annual Outlook Forum, realizado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e divulgado nesta quinta-feira, conforme destaca a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi.
Para a safra 2015/16 dos EUA, a perspectiva é que haja uma redução na área destinada ao milho, que deverá totalizar 36,02 milhões de hectares. A estimativa ficou em linha com o estimado pelos participantes do mercado. Já na temporada anterior, produtores norte-americanos semearam 36,67 milhões de hectares com o grão.
A projeção mais significativa foi estimada para o milho e, para o economista-chefe interino do USDA, Robert Johanson, "as consecutivas safras recordes reduziram os preços para muitos grãos e uma nova redução de preços é esperada para a safra 2015/16, recuando para perto dos preços mínimos estabelecidos em lei para muitas culturas".
Além disso, a analista também destaca que, nesse momento, os produtores norte-americanos estão retendo as vendas, fator que também contribui positivamente aos preços do cereal. "Os agricultores aguardam melhores oportunidades de comercialização. Ainda assim, a situação da oferta mundial é muito confortável, variável negativa aos preços e em algum momento, os produtores terão que negociar o produto, o que pode gerar uma pressão", explica Ana Luiza.
Já o relatório de vendas para exportação deverá ser reportado pelo USDA nesta sexta-feira devido ao feriado da última segunda-feira no país. Na semana anterior, o número ficou em 1.003,100 milhão de toneladas de milho.
BM&F Bovespa
As cotações do milho na BM&F Bovespa encerraram o pregão do lado azul da tabela nesta quinta-feira. As principais posições do cereal registraram valorizações entre 0,90% e 1,52%. Apenas o vencimento setembro/15 recuou 0,13%, para R$ 29,71 a saca. O contrato março/15 subiu pelo segundo dia consecutivo e terminou a sessão a R$ 29,47 a saca.
O andamento do mercado tem sido atrelado à valorização observada no câmbio nos últimos dias. Mais uma vez, a moeda norte-americana encerrou o pregão em alta, a R$ 2,8657 na venda, com ganho de 0,83%. A movimentação positiva ainda é reflexo das preocupações, por parte dos investidores, em relação ao impasse da dívida da Grécia.
Mercado interno
De acordo com levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, as cotações do milho subiram em três praças nesta quinta-feira. Em Não-me-toque (RS), a cotação registrou aumento de 2,27%, com a saca cotada a R$ 22,50, em Tangará da Serra (MT), a valorização foi de 9,09%, com a saca a R$ 18,00.
Na região de São Gabriel do Oeste (MS), o valor também subiu 5,00%, para R$ 21,00 a saca. Na contramão desse cenário, o preço recuou na localidade de Jataí (GO), para R$ 20,40. No Porto de Paranaguá, apesar da alta do dólar, o mercado ficou estável em R$ 30,00, para entrega em outubro de 2015. Nas demais praças, o dia também foi de estabilidade.
Assim como no mercado futuro brasileiro, a alta do câmbio também tem refletido positivamente nos preços. Os bons números das exportações observadas nos meses de dezembro e janeiro também sido um fator de suporte ao mercado, conforme explicou o pesquisador do Cepea, Lucílio Rogério Alves.
Diante desse cenário, os produtores estão mais adiantados na comercialização do cereal, conforme sinaliza a analista da FCStone. Somente no estado de Mato Grosso, a comercialização do cereal chega a 33%, segundo dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). Contudo, os analistas também ressaltam que os estoques para o início do próximo ano poderão ficar elevados e totalizar 17 milhões a 18 milhões de toneladas.
Veja como fecharam os preços nesta quinta-feira:
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