Dostoievsky e o PT, artigo de Flavio Morgenstern, publicado no Instituto Liberal
Dostoievsky e o PT
A maneira de o PT fazer política é simples e consabida: cria “programas sociais” que nada mais são do que modelos de cotas para qualquer atividade humana, tentando “incluir” mais pessoas na sociedade economicamente ativa.
Funcionais ou não, tais programas repetem a mesma estrutura em todos os ramos, tornando cada novo passo político petista apenas uma repetição do mesmo script.
O Fome Zero, pelo qual Lula foi até indicado ao Prêmio Nobel da Paz antes de descobrirem quão mal feito e risível era (gerou ruptura de Lula até com Frei Betto, notório caudatário da ditadura de Fidel Castro), nada mais era do que a “transferência” forçada de dinheiro dado em gorjetas em restaurantes para um “fundo” que daria parte do montante a alguns pobres.
Fracassado de cabo a rabo, o programa logo foi forçosamente “esquecido” pelo partido, sem que praticamente ninguém na imprensa, que deveria vigiar o governo, cobrasse os governantes pelo desastre. A seguir, veio o Bolsa Família, aparentemente com menos furos, em que o governo simplesmente dá dinheiro que toma por impostos de outras pessoas para alguns pobres, que lhe respondem com uma obediência eleitoral de joelhos, como se Brasília fosse Meca.
Assim é o Minha Casa, Minha Vida: toma-se dinheiro de impostos para criar casas para os mesmos que pagam impostos. Assim é o Mais Médicos: cria-se postos de saúde ocupados por semi-escravos cubanos ao invés de permitir que profissionais trabalhem onde querem. O Fundo de Amparo ao Trabalhador também toma dinheiro do trabalhador para que este agradeça ao governo quando este resolve lhe dar uma parte de volta. O PROUNI também força cotas em universidades.
E assim segue o modelo, do Luz no Campo ao Brasil Carinhoso, que “tira da miséria” modificando os critérios de pobreza, dando dois reais aos pobres e dizendo que “acabou com a miséria”. O esquema permanece até em fiascos retumbantes, como o Primeiro Emprego ou o Fome Zero.
Antes do PT, “programas sociais” eram formas mais “ativas” de o governo intervir na economia.
Num sistema capitalista, as pessoas produzem riqueza (material ou mesmo de idéias) e trocam pelo produto do trabalho das outras. É o chamado laissez-faire (“deixe-os fazer”). Alguns, que não gostam do esforço necessário para enriquecer, buscam atalhos. Usualmente através do Estado, a única instituição que pode agir sempre por força, tomando algo de algumas pessoas e “dando” a outras, através de um planejamento central de alguns burocratas. É o intervencionismo, chamado politicamente de “social-democracia”, ou Welfare State.
Acreditada por muito tempo como a melhor forma de governo, pois aparentemente “tira os pobres da pobreza”, a social-democracia soa inatacável até hoje, depois de exibir sinais de derrocada até no suposto paraíso nórdico.
Os liberais, tratados como insensíveis à pobreza, apenas conhecem o truque: o governo não produz nada, então, quando um governante aparentemente “dá” algo a alguém, não está tirando dinheiro do seu próprio bolso, e sim tomando do bolso alheio. Sem produção de riqueza no processo, os produtores têm menos incentivos para produzir (sendo consumidos por impostos), e a riqueza vai diminuindo, tendo-se cada vez menos algo a “distribuir”.
Aproxima-se os pobres dos ricos não tornando os pobres ricos (no máximo, ganham algumas migalhas da obediência eleitoral), mas sim tornando os ricos mais pobres. A social-democracia, aparentemente perfeita no curtíssimo prazo, é uma catástrofe humanitária no longo, enquanto o capitalismo enriquece cada vez mais os pobres, como mostra o Índice da Liberdade Econômica. É o migalhismo contra a riqueza da liberdade.
Tais programas sociais do Welfare State eram combatidos por Lula quando era oposição. Lula era contra o Bolsa Escola, que pagava uma mensalidade a famílias pobres, desde que mantivessem os filhos na escola. Era contra o Leve Leite de Paulo Maluf em São Paulo, que fazia o mesmo com latas de leite em pó. Era contra qualquer distribuição de cesta básica ou outras formas de compra de voto disfarçadas.
Tal fato ficou registrado em um famoso vídeo de Lula em 2000, quando ainda não estava no governo, xingando os críticos de seus programas de imbecil e ignorante.
O Bolsa Família simplificou tudo: acabou com o disfarce. Compra-se o voto e pronto, e com dinheiro vivo. O Lula que criticava quem votava com o estômago agora é contra quem não vota estomagado.
Por que isto se dá? A resposta também é simples: a tentação do poder. Libido dominandi, estudada desde Santo Agostinho. Para explicá-la, nada melhor do que recorrer ao maior clássico russo.
Nem só de pão vive o homem
Assistindo a todo o teatrinho petista desde 1880, Fiódor Dostoievsky, considerado por 9 em cada 10 falantes o maior romancista de todos, sem que nunca seja entendido direito, conhecia muito bem os planos de Lula, Dirceu, Dilma e toda a caterva petista.
Em sua última obra, Os Irmãos Karamázov, uma disparidade de vozes adversas e cheias de conflitos internos são postas a debater os assuntos mais filosóficos, sobretudo concernentes à religião.
Ivan Karamázov, o irmão do meio, intelectual e lutando contra a melancolia da rejeição e inadequação ao mundo, é um ateu descrente dos descrentes da época, preferindo mesmo argumentar a favor da superioridade moral da Igreja, ainda que sem Deus, aos fanáticos revolucionários ou até aos burocratas do Estado moderno.
Em um dos momentos mais sublimes da prosa mundial, Ivan conta a seu irmão Aliócha Karamázov, noviço de um monastério, um poema que pretende escrever, chamado O Grande Inquisidor (trecho tão grandioso que é muitas vezes tratado como um conto à parte do livro). No poema, Jesus Cristo volta à Terra em plena Inquisição espanhola, sendo trancafiado por um velho inquisidor imediatamente.
Seu algoz comenta a Jesus de quando Ele fora “tentado” no deserto (Mateus, 4:1-11), afiando que o espírito tentador, na verdade, conseguiu reunir a sapiência de todos os sábios futuros da Terra – “governantes, sacerdotes, cientistas, filósofos, poetas”. Lula e o PT inclusos. Resumiu o diabo “toda a futura história do mundo e da humanidade” nestas três tentações.
Quando o espírito quer que Jesus prove ser o Filho de Deus transformando as pedras em pães, Jesus obtempera, mesmo faminto no jejum: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”.
O que o tentador faz, na verdade, além de demonstrar simploriedade e reducionismo no falso ceticismo, é resumir toda a questão da liberdade dos homens diante dos governantes, “porquanto para o homem (…) nunca houve nada mais insuportável do que a liberdade!”
No bojo da tentação impingida a Jesus, resta o pecado mortal e mortífero da subordinação de toda a raça humana. É como se o diabo pedisse para transformar as pedras em pães “e atrás de ti correrá como uma manada a humanidade agradecida e obediente, ainda que tremendo eternamente com medo de que retires tua mão e cesse a distribuição dos teus pães”.
Alguém mais notou que Jesus resistiu à tentação, mas nenhum petista, nenhum social-democrata, nenhum burocrata da “reforma social” deixou de sucumbir à perdição de transformar pedras em pães, ainda que temporariamente, ainda que falsamente, mesmo que simplesmente manipulando índices, em nome de ter agradecimentos obedientes, de homens reduzidos a pedintes gratos, despidos de toda vergonha, honra, trabalho e destino próprios, solícitos a cobrir de ovações e votos ao primeiro que sacrificar sua liberdade no altar da mistificação e da manipulação da realidade em troca da mais ínfima migalha gratuita?
Jesus notou a contradição: “Que liberdade é essa se a obediência foi comprada com o pão?” Certamente não a liberdade de ver a realidade como é, sem querer manipulá-la pela bruxaria e tapeação.
Alguém que viva apenas de pão pode ver algo além do maior tirano como um grande benfeitor, escondendo o seu medo de que pare de lhe dar pães?
É o que diz o inquisidor, crendo que o tentador mostrou tão bem como o homem se resume a uma besta fera buscando saciar seus apetites quando não é mais livre: “Sabes tu que passarão os séculos e a humanidade proclamará através da sua sabedoria e da sua ciência que o crime não existe, logo, também não existe pecado, existem apenas famintos?”
Pode-se ler tal clarividência sem pensar em como são fracos os espíritos de quem justifica o mensalão – ou mesmo de quem o aceita como um “mal menor” em nome da “justiça social” da “distribuição de renda”, o migalhismo esmolista petista? Pode-se não se pensar na mídia governista? Na blogosfera progressista? Em homens menos rastejantes, mas ainda verminosos, do escol de Foucault, Lacan, Gramsci, Marcuse, Derrida, Zaffaroni, Negri e outros negadores do crime?
São os que preferem o rebanho obediente, que dirá: “É preferível que nos escravizeis, mas nos deem de comer”. Não existe mais crime, apenas “causas sociais”, sobretudo a desigualdade econômica. Para estes, “até a morte é mais cara do que o livre-arbítrio no conhecimento do bem e do mal”. É o selvagem de Rousseau, só consciente de seu apetite.
A crise do PT disputando poder ou da social-democracia precisando pagar a conta surpreende alguém? Não ao inquisidor de Ivan Karamázov: “Finalmente compreenderão que, juntos, a liberdade e o pão da terra em quantidade suficiente para toda e qualquer pessoa são inconcebíveis, pois eles nunca, nunca saberão dividi-los entre si!”
Jesus rejeita a bandeira do pão e da terra (curiosamente, divisa comum aos comunistas, nazistas e futuros partidos sindicalistas e “trabalhistas”) em nome da liberdade e do pão dos céus. Todavia, alerta o inquisidor, “Eles destruirão os templos e cobrirão a terra de sangue. Mas essas tolas crianças finalmente perceberão que, mesmo sendo rebeldes, são rebeldes fracos que não aguentam a própria rebeldia.”
Se antes o rei benevolente precisava ser milagroso, hoje o burocrata da obediência mundial, da destruição de consciências no formigueiro da igualdade e unanimidade modista, pode ser um novo ídolo sem tanto: “Ao receberem os pães de nossas mãos, eles, evidentemente, verão com clareza que os pães, que são seus, que eles conseguiram com as próprias mãos, nós os tomamos para distribuí-los entre eles sem qualquer milagre, verão que não transformamos pedras em pães e, em verdade, estarão mais alegres com o fato de receberem o pão de nossas mãos do que com o próprio pão!”
Fica alguma dúvida da razão do fanatismo petista, da crença de que a distribuição justifica qualquer crime, da mistificação sobre as figuras falsas dos mandantes-em-chefe, da nulidade cultural e de consciências inovadoras entre as hostes petistas?
Dostoievsky, é claro, sabia antever tudo. E nunca votaria na esquerda ou no PT.
Tags: Bolsa Família, Dostoievsky, Flavio Morgenstern
Quem vai prender os Playboys do crime?
O traficante Playboy, “sorvendo uísque escocês em copo de plástico, com duas pedras de gelo de água de coco”, disse à VEJA que não entrega “polícia que é homem comigo”, mas a revista apurou que ele paga um “arrego” de 3.500 reais, somando mais de 100.000 mensais.
É a mesma quantia que o delator Pedro Barusco repassava todos os meses, em dinheiro vivo, ao homem de José Dirceu na Petrobras, Renato Duque, que junto com Barusco teria recebido em nome da empresa Arxo mais de 7,5 milhões de dólares do empresário Mário Goes, tido como um dos operadores do esquema de propina da Diretoria de Serviço da estatal e na BR Distribuidora.
Dos playboys do petrolão, que dispunham até de avião particular, a Operação Lava Jato aparentemente está cuidando. Mas quem vai cuidar do Playboy do Morro da Pedreira?
Em resposta à matéria publicada na VEJA desta semana, o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, admitiu que existem policiais corruptos no estado e incentivou quem souber de casos concretos de pagamento de propina a denunciá-los:
“Essas ações que ele já está fazendo podem ser uma forma dele se esquivar do que tanto deve para a sociedade. Não devemos valorizar isso. O que vamos fazer é prendê-lo e um monte de gente que merece ser presa. Não vamos fazer dessas pessoas mito e muito menos um troféu. Prendemos o Nem (da Rocinha), o Fabiano (da Vila Cruzeiro), fomos buscar o Marreta (do Alemão) no Paraguai. Esse cara vai ser preso e a vida vai continuar”, disse Beltrame, sem acrescentar quantas vidas vão deixar de continuar enquanto eles não são presos.
Seu discurso pode iludir muita gente, mas VEJA apurou com outras fontes – inclusive com acesso a escutas telefônicas de inquéritos da Polícia Civil, subordinada ao secretário – que o traficante só está solto por pagar propina sistematicamente a PMs que patrulham a região. Se seus subordinados já sabiam dos casos, por que Beltrame não prendeu os corruptos?
O que fez para desarticular o esquema?
Ademais, o mesmo secretário que não quer fazer dos bandidos foragidos um troféu faz dos poucos que prendeu os seus, citando um por um. Mas Playboy está foragido desde 26 de agosto de 2009, quando se aproveitou do direito ao regime semiaberto, saiu do Instituto Penal Ismael Pereira Sirieiro e não retornou. Por que Beltrame não o prendeu até hoje?
Os leitores deste blog já conheciam a história do traficante da Pedreira e de outros do seu naipe pelo post “As balas perdidas e os bandidos perdidos – Quantos anos para prender foragidos como Playboy, Guarabu e Pitbull?“. Depois de mostrar o histórico dos três e a história das calcinhas que marca a rivalidade entre os dois primeiros, escrevi:
“A proteção legal que facilita a fuga de bandidos é obra de legisladores mais preocupados com o direito dos ‘manos’ do que com o direito à vida da população. A incompetência de 1 ano e meio (Pitbull), 6 anos (Playboy) e 11 anos (Guarabu) para encontrá-los e prendê-los é obra da secretaria de Segurança Pública do Rio, há 8 anos nas mãos de Beltrame.
Não: uma coisa não é justificativa, nem pode camuflar a outra.”
Com ou sem farda, com ou sem estrela do PT, lugar de playboy do crime é na cadeia, parceiro.
Felipe Moura Brasil
Rio 2016: O risco dos bilhões de reais nas mãos do PT
O tesoureiro da campanha suja de Dilma à reeleição, Edinho Silva (PT-SP), está ele próprio em campanha: segundo a Folha, Edinho procurou parlamentares governistas e da oposição para discutir sua nomeação para a APO (Autoridade Pública Olímpica), que precisa da aprovação do Senado. De acordo com o jornal, o Planalto se irritou com movimentos de Eduardo Paes (PMDB) contra a indicação do petista, e Dilma disse a aliados que o prefeito carioca foi “desleal”.
Eu aprovo a “deslealdade” de Paes, caso verdadeira, embora ignore seus motivos.
Ainda na gestão do general Fernando Azevedo e Silva, que pediu para sair na sexta-feira (6), a APO atualizou o orçamento da Olimpíada do Rio em 37,7 bilhões de reais, quase 9 bilhões a mais que o orçamento de 28,8 bilhões previsto na candidatura brasileira. O que um tesoureiro petista é capaz de fazer com esse dinheiro, é algo que não só a Operação Lava Jato responde.
Edinho, informara Lauro Jardim, vinha procurando empreiteiras responsáveis pela infraestrutura do megaevento para acalmá-las, garantindo “que não precisam preocupar-se: há dinheiro para as obras e mesmo as envolvidas na Lava-Jato continuarão normalmente seu trabalho”.
A mensagem do tesoureiro de Dilma de que haveria dinheiro para todos soara como uma tentativa do governo de negociar o silêncio das empreiteiras em troca de obras para a Rio 2016.
Quem estava “preocupadíssimo”, na verdade, segundo o dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, era Edinho Silva, porque a operação tinha tudo para comprovar o que o recente depoimento do ex-gerente Pedro Barusco acabou indicando mais uma vez: o elo existente entre o financiamento da campanha presidencial e as obras da Petrobras.
Os empreiteiros não parecem dispostos a aliviar o governo em suas delações. Mesmo assim, seria melhor se os cofres públicos ficassem aliviados de mais um tesoureiro petista.
Lula
Em maio de 2010, Lula criou a APO com um discurso de propaganda que vale a pena ser lembrado hoje à luz da realidade, esta eterna inimiga do PT:
“Temos de fazer com profissionalismo. O governo federal já criou, no Portal da Transparência, uma seção específica para a divulgação dos recursos públicos que serão utilizados nos preparativos dos Jogos de 2016 e da Copa de 2014. Isso sem falar que todas as nossas ações já passam por permanente fiscalização dos órgãos de controle. Agora, também dentro da APO, a sociedade poderá ter segurança de que o orçamento público será muito bem empregado, em prol de benefícios para o esporte, a juventude e a população do Rio e do Brasil.”
As ações do PT são mesmo feitas com profissionalismo. A Operação Lava Jato criou um “portal da transparência” para a divulgação dos recursos públicos desviados pelo partido: 200 milhões de dólares, segundo Barusco, o homem que comprou o avião Beechcraft Super King Air 200 (foto) por 1,4 milhão de reais. O orçamento foi “muito bem empregado”, em prol de benefícios para Lula, Dilma, petistas,operadores e empreiteiras.
Na hora de votar a nomeação de Edinho para a APO, os parlamentares governistas deveriam se espelhar na “deslealdade” dos delatores.
Felipe Moura Brasil
Dilma e Anderson Silva à procura do teleprompter perfeito. Tenho sugestões
Flagrado no antidoping, Anderson Silva estuda como assumir para os fãs, antes mesmo de sair a contraprova, que tomou o que não devia, segundo Lauro Jardim. (A propósito: o exame, divulgado hoje, que deu negativo para anabolizante GH NÃO É contraprova do que flagrou drostanolona e androsterona, como querem muitos de seus fãs nas redes. São diferentes, ok?)
Flagrada em múltiplos estelionatos eleitorais, a presidente Dilma Rousseff avalia estratégias para estancar a sua queda de popularidade revelada no sábado pelo Datafolha.
Dilma e Anderson estão à procura do teleprompter perfeito.
Eu tenho sugestões para os dois.
I. Anderson
Não é raro que atletas, especialmente lutadores, tomem anabolizantes como os de Anderson e depois ingiram outras substâncias para mascarar seu efeito e burlar o sistema de exame. O problema para eles é que “O avanço da tecnologia acontece nos dois lados, tanto para o usuário quanto para a detecção”, como disse à VEJA Samir Daher, especialista em medicina do esporte.
Eu sou a favor de uma “delação” de Anderson, que denuncie não só lutadores, mas também os médicos que encorajam e administram esse tratamento, muitas vezes detectado por meros erros de cálculo desses profissionais. Se foi o caso, Anderson poderia começar dizendo quais foram os “doutores” que o ajudaram a se dopar e o que ele lhes disse depois do flagrante.
Em seguida, deveria ter a honra de admitir que só se arrepende porque foi pego. Caso contrário, estaria até agora comemorando a vitória sobre Nick Díaz, como fez aos prantos no octógono.
II. Dilma
Depois de despencar de 42% para 23%, em apenas dois meses, o índice dos que dizem que o governo Dilma é ótimo ou bom, e de dispararem de 24% para 44% o dos que o consideram “ruim ou péssimo”, a presidente deveria dizer que:
1) Os 44% de brasileiros que me acham ruim ou pésssima estão certos.
2) Os brasileiros que me acham péssima estão mais certos que os brasileiros que me acham somente ruim.
3) Os 60% de brasileiros que acham que eu menti em campanha estão obviamente certos.
4) Os 46% de brasileiros que acham que eu falei mais mentiras do que verdade em campanha estão certos.
5) Os 14% de brasileiros que acham que eu falei apenas mentiras em campanha estão errados, não porque eu sou verdadeira, mas porque as mentiras sempre precisam de uma pequena dose de verdades que as sustentem.
6) Uma prova de que nem sempre eu menti em campanha foi a minha frase no debate da Globo: “Acho que todo mundo pode cometer corrupção”.
7) Os 47% de brasileiros que me consideram desonesta estão certos, porque eu fui desonesta com os brasileiros.
8) Os 54% de brasileiros que me consideram falsa estão certos, porque eu fui falsa com os brasileiros.
9) Os 77% de brasileiros que acham que eu sabia do Petrolão estão certos, assim como o doleiro Alberto Youssef.
10) Os 52% de brasileiros que acham que eu sabia e deixei rolar solto o esquema estão certos, como demonstram os e-mails de Paulo Roberto Costa enviados a mim.
11) Os 25% de brasileiros que acham que eu sabia e não tinha como evitá-lo são inocentes úteis, mas obrigada.
12) Os 21% dos entrevistados que apontaram a corrupção como o maior problema do país, atrás apenas da Saúde (26%), deveriam saber também que o PT só conseguiu ter o poder de praticá-la graças ao Foro de São Paulo, do qual a Unasul é hoje apenas a fachada legal.
13) Os 82% de brasileiros que acham que a corrupção prejudica a Petrobras estão certos.
14) Os 81% de brasileiros que acham que a inflação vai aumentar estão certos.
15) Os 62% de brasileiros que acham que crescerá o desemprego estão certos.
16) Os 55% de brasileiros que acham que a economia vai piorar estão certos.
17) Os 43% que veem a atuação do governo na economia como ruim ou péssima estão certos – novamente os últimos mais que os primeiros.
18) Os 46% que anunciam a disposição de consumir menos estão fazendo simplesmente o que eu mesmo faria em seus lugares, embora eu geralmente faça tudo errado.
19) Os 36% de NORDESTINOS que me acham ruim ou péssima estão finalmente certos.
20) Os 36% de brasileiros com renda familiar mensal até 2 salários mínimos, e os 46% entre 2 e 5, e os 54% entre 5 e 10, e os 65% acima de 10 que me acham ruim ou péssima estão absolutamente certos – novamente os que acham péssima mais certos que os que me acham somente ruim.
21) Os pobres e nordestinos que despertaram para a farsa do meu governo estão de parabéns.
22) Todos os brasileiros precisam entender que as campanhas presidenciais do PT são iguais às do diabo no cordel de Maviael Melo, divulgado pelo blog do Noblat.
Em seguida, Dilma deveria “pedir para sair” e ir voando para o Ministério Público Federal, no Paraná, dizer ao juiz Sergio Moro tudo que sabe sobre Lula. (Se preferir fazê-lo em rede nacional, não ficaremos tristes.)
Pronto. Garanto que, no fim das contas, sua popularidade iria aumentar e muito.
Felipe Moura Brasil
O que se faz na Petrobras fica na Petrobras. Ou no PT. Ou vice-versa
1) O PT roubou 200 milhões de dólares da Petrobras, segundo a denúncia do ex-gerente Pedro Barusco.
2) O coordenador do “Clube do Bilhão” Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC e amigo de Lula, conversou várias vezes no ano eleitoral de 2014 com o tesoureiro e arrecadador petista na estatal, João Vaccari Neto, o homem da mochila identificado como “Moch” nas planilhas de pagamento de Barusco. Num desses encontros, segundo a VEJA desta semana, Vaccari negociou com a UTC o recebimento de 30 milhões de reais em doações eleitorais. Cerca de 10 milhões de reais seriam destinados à campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Os 20 milhões restantes, distribuídos por Vaccari ao PT e aos partidos da base aliada.
3) O tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, também pediu a Pessoa ajuda financeira para fins eleitorais, em negociação intermediada pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, segundo o empresário. A UTC então doou mais 3,5 milhões de reais aos cofres da campanha – e Edinho agora estaria “preocupadíssimo” com as investigações.
4) As fornecedoras da Petrobras doaram às campanhas petistas e aliadas dinheiro surrupiado da estatal, segundo denúncias do doleiro Alberto Youssef e do empresário Augusto Mendonça. O que entrou oficialmente nos cofres do PT, portanto, foi o produto do roubo planejado e executado pelo partido. A propina foi institucionalizada para ganhar ares de legalidade (já que a lei não impede a doação privada, desde que declarada) e burlar a fiscalização da Justiça Eleitoral.
5) Uma grande quantidade de material de campanha de Dilma e do candidato a governador do Rio, Lindberg Farias, ambos do PT, foi flagrado dentro de lixeiras de materiais recicláveis na sede da Petrobras, em Imbetiba, bairro de Macaé, no interior do estado do Rio, informou o G1na sexta-feira (6). Imagens feitas por funcionários da estatal mostram caixas lacradas, abertas e o material jogado dentro das lixeiras que ficam no estacionamento do prédio. Qualquer semelhança com rolos de papel higiênico não é mera coincidência – e não mandá-los para os venezuelanos necessitados do produto só pode ser uma desfeita.
6) A Petrobras declarou que o material não pertence à companhia. O PT, por meio de seu diretório em Macaé, avisou que não pode se responsabilizar pelo destino de materiais de campanha, da mesma forma, acrescento, como tampouco se responsabiliza pela origem financeira deles.
7) Um despacho publicado hoje no Diário Oficial determina que tanto a Petrobras quanto seus fornecedores deverão respeitar o código de ética da companhia e seu guia de conduta. Tendo em vista os episódios supracitados, o código de ética e o guia de conduta vigentes na prática durante os 12 anos de governo petista podem ser resumidos até aqui no título deste post:
O que se faz na Petrobras fica na Petrobras. Ou no PT. Ou vice-versa.
Felipe Moura Brasil
É LER PARA CRER: Dos 100 anistiados políticos com os maiores salários, 70 são ex-funcionários da Petrobras. Alguns ganham, no papel, mais que a presidente da República — recebem até participação nos lucros, e não pagam Imposto de Renda
ANISTIA: EX-SERVIDORES DA PETROBRAS TÊM CEM DAS 70 MAIORES INDENIZAÇÕES
Antigos funcionários da estatal ganham valores como se estivessem na ativa
Reportagem de Evandro Éboli publicada no site do jornal O Globo
Levantamento feito a partir de dados liberados pelo Ministério do Planejamento mostra que, das cem maiores indenizações mensais pagas a anistiados políticos, 70 são de ex-servidores da Petrobras. Eles recebem como se estivessem na ativa, com todos os benefícios, promoções e vantagens. No caso da Petrobras, os beneficiados têm direito a participação nos lucros e nos resultados da estatal.
Quem está no topo desse ranking é Carlos Felippe Nery Guimarães, antigo engenheiro sênior da estatal, com indenização mensal de R$ 38 mil. O valor, segundo o Planejamento, não é pago integralmente. É limitado ao salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), teto no funcionalismo. Ou seja, a partir de janeiro eles podem receber até R$ 33,7 mil [que será o salário da presidente da República.]
Alguns dos anistiados conquistaram na Justiça o direito de receber integralmente a prestação. Os valores pagos a título de indenização a anistiados políticos são isentos do Imposto de Renda.
A maioria das anistias foi aprovada entre 2004 e 2005. Além da prestação mensal, os anistiados tiveram direito a um retroativo, que é o acúmulo de atrasados a que têm direito e que teriam deixado de receber no passado. E, quanto maior a prestação mensal, maior é o retroativo.
O pagamento desse estoque foi escalonado. Entre os anistiados da Petrobras que recebem as 20 maiores prestações mensais, o retroativo de oito deles ultrapassou R$ 1 milhão por beneficiado.
No grupo dos anistiados da estatal há engenheiros, geólogos, arquitetos, economistas, administradores, médicos, dentistas e duas assistentes sociais. Cada uma dessas assistentes recebe R$ 25,3 mil por mês. Na relação das cem maiores prestações, o menor valor pago a alguém da Petrobras é de R$ 23,1 mil.
Reajustes periódicos
Entre as categorias atingidas por atos dos militares, os servidores da Petrobras são em maior número entre os anistiados. Somente a Associação Nacional dos Anistiados da Petrobras (Conape) registra em seus quadros 370 beneficiados por essa reparação econômica. A direção estima que metade desse pessoal já morreu, e as viúvas continuam recebendo, como prevê a lei.
Há duas semanas, os valores pagos pelo governo aos anistiados foram incluídos no Portal da Transparência, da Controladoria Geral da União (CGU). Até então, o montante era desconhecido. No portal, é possível acessar a mensalidade paga a 7.800 anistiados e a prestação única a que tiveram direito quase dois mil ex-perseguidos.
Esse pagamento único é destinado a militantes de esquerda que não tinham profissão ou emprego e que, portanto, não teriam sua carreira prejudicada. Caso de estudantes ou de quem optou por esse valor, limitado a R$ 100 mil por anistiado.
Com o passar do tempo, o valor da prestação dos anistiados é reajustada. Carlos Nery Guimarães, por exemplo, foi anistiado em 2005 com uma prestação de R$ 16 mil. Hoje, está nesse patamar de R$ 38 mil. O GLOBO não localizou Nery para comentar o seu caso.
Tags: 70 dos 100 maiores salários, anistiados políticos, CGU, isentos de imposto de renda, participação nos lucros, Petrobras, Petrolão, reajustes períódicos
(No blog de Ricardo Setti)
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Acho sinceramente que a campanha e o início do segundo mandato da presidente Dilma são mentirosos,enganadores,hipócritas,sórdidos,asquerosos,indecentes,imorais ...Parece que temos uma Chefe de Estado(Dilma),um Chefe de Governo(Lula) e um Ministro da Propaganda(João Santana)...
A solução para este drama é de conhecimento de quase todos,sugiro: -Redução do tamanho da máquina pública; -Corte de privilégios; -Investimento em infraestrutura; -Educação,segurança e saúde de verdade; -Evoluir os programas sociais(data pra começar e acabar); -Admitir que o Governo é corrupto e execrar os companheiros ladrões; Sei que tudo isto está nos programas de governo, mostrado pra gente milhões de vezes,todavia,se ninguém botar esta gente pra trabalhar,produzir e gerar resultados,aí esquece,pois nenhum POVO se transformou em NAÇÃO sem contar com trabalho e eficiência...Sudações mineiras,uai!