UPL lança novo fungicida que promete revolucionar o manejo de fungos resistentes nas grandes culturas
O uso contínuo e indiscriminado de fungicidas na produção de grãos no Brasil trouxe como consequência um problema sério para o controle efetivo das doenças no campo, o aparecimento de fungos resistentes ao tratamento. Na soja, cálculos preliminares mostram que as perdas provocadas pela baixa eficiência dos atuais produtos existentes no mercado provocam uma redução de no mínimo 10% na produção nacional. É como se cada hectare perdesse 5 sacas de seu potencial produtivo.
A insistência na utilização de fungicidas sistêmicos, sem a preocupação de uma alternância de princípios ativos, agravou e acelerou o processo de surgimento de populações de fungos resistentes.
Criar alternativas de programas para manejo de resistência tem sido o principal foco de pesquisadores e empresas ligadas ao setor de defensivos. Seguindo essa linha e apresentando novas propostas para controle de fungos, a UPL , empresa de origem indiana que está entre as 10 maiores do mundo na área de agroquímicos, lançou no Brasil um produto que promete revolucionar o tratamento de doenças nas grandes culturas e acabar com o problema de resistência nas lavouras.
A campanha publicitária apresentada recentemente à imprensa coloca o Unizeb Gold, nome comercial do novo produto, como o primeiro fungicida protetor, com capacidade de proteger a lavoura e potencializar a produção. "O Unizeb Gold inaugura uma nova classe de produtos para o controle de doenças; a de produtos protetores" reforça Gilson Oliveira , diretor de produtos da UPL. Ele explica que o fungicida tem uma ação “multi-site”, ou seja, atua em inúmeros pontos do metabolismo do fungo. Além disso , seus agentes anti- stress ajudam a aumentar a produtividade da lavoura. E quando associado aos fungicidas sistêmicos, aumenta a penetração destes produtos e reduz a fitotoxicidade.
A recomendação de utilização consorciada com outros fungicidas sistêmicos em pelo menos duas aplicações ao longo do ciclo gera um custo equivalente a uma saca por hectare.Pesquisas realizadas a campo apontam para ganhos de produtividade de 3 a 12 sacas por hectares. Apesar de ser mais um produto na longa lista de defensivos adotada pelo agricultor, os executivos da UPL reforçam que o aumento de produtividade acabará incentivando seu consumo.
O potencial das vendas é grande, 90 mil toneladas/safra no Brasil. Para atender a demanda foram feitos investimentos na ampliação da capacidade de produção da fábrica que fica em Ituverava –SP e a empresa também tem recursos aprovados para a construção de um centro de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. Ao todo, serão investidos US$80 milhões, o equivalente a mais de R$200 milhões .
O presidente da UPL no Brasil, Carlos Pellicer já adiantou que novos produtos para controle de insetos e plantas daninhas, seguindo o mesmo conceito do Unizeb Gold já estão sendo desenvolvidos. “ O Lancer Gold vai inovar na forma de utilização dos inseticidas, com menos impacto ao meio ambiente. E um novo produto para controle de plantas daninhas também estará no mercado dentro de dois anos”.
3 comentários
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Marcelo Tondatti Assis - SP
Começo a desconfiar deste respeitado site .Está cada vez mais óbvio que a profissão de jornalista estará em extinção nas próximas décadas. Cito isso porque matérias técnicas deveriam ser escritas por técnicos ou por profissionais da imprensa que realmente conhecem do assunto. No ano de 2014 , sou obrigado ler uma matéria ,ops , JABÁ AGRÍCOLA, que existirá uma nova proposta para controle de fungos . Com esse nome super criativo Unizeb Gold, logo me lembrei dos ditiocarbamatos : zineb, manzate,curzate e o gold , é pra dar mais sensação de poder ao colono que compra tipo: plus ,premium ,super, power , blaster etc. Quando me deparo com um tal de MANCOZEBE. Não posso deixar de pontuar que este produto foi lançado na década de 60 ,mas humildemente chamava-se dithane, ou seja não se trata de um princípio ativo novo. A rotação dos princípios ativos é extremamente salutar . Só isso.
Dalzir Vitoria Uberlândia - MG
Achei que alguma celebridade do MT ligado ao MAPA havia produzido o novo produto...estou fora da área de fungicidas a um certo tempo..porém inventei uma pareira encostada na varanda da casa na fazenda...logo apareceu mildio..oídio..requeima...e fui a uma loja de ponta em Uberlândia comprar um fungicida...para minha surpresa 95% dos porodutos que encontrei eram usados na ´decada de 70 em uva,pêssego,ameixa,nectarina e maçã....logo não sei de onde saem tantos fungicidas novos ...a maioria estou falando de 45 anos...naquela época a ladainha é igual a de hoje...ah não vão fazer efeito...ah..lero..lero...se ainda produzem é porque funciona...logo sobre a ferrugem da soja tem muita balela e muito interesse escuso que está por traz do vazio sanitário...
Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC
Minha opinião é de que as empresas não deviam fazer marketing de produtos em cima de promessas de aumento de produtividade e sim na garantia de eficiência do produto, o aumento de produtividade será consequência dessa eficiência. Em se tratando de um produto que pode ser usado em diversas culturas, com base em metodologias amplamente relatadas pela pesquisa, posso dizer, com certeza, que alguns fungicidas associados ao novo produto terão uma maior sinergia que outros, e resultados diferentes em relação aos diferentes patógenos causadores de doenças fúngicas. Apresentar um produto novo como milagroso não me parece ser uma boa estratégia, primeiro é preciso comprovar a campo o milagre.