Brasil fecha 2014 com 1º déficit comercial desde 2000 e pior resultado desde 1998
BRASÍLIA (Reuters) - A balança comercial brasileira encerrou 2014 com o pior resultado em 16 anos e o primeiro déficit desde 2000, com as exportações recuando com força, em um ambiente de queda dos preços das commodities.
Em 2014, o Brasil teve um déficit comercial de 3,93 bilhões de dólares, ante superávit revisado para 2,384 bilhões de dólares em 2013. Foi o pior resultado desde 1998, quando o saldo ficou negativo em 6,6 bilhões de dólares, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
As exportações somaram 225,1 bilhões de dólares no ano passado, em queda de 7 por cento ante 2013, enquanto as importações recuaram 4,4 por cento, a 229,03 bilhões de dólares.
O secretário de Comércio Exterior, Daniel Godinho, disse que o resultado do ano foi influenciado principalmente por três fatores: queda dos preços das commodities; cenário internacional desfavorável, principalmente a crise na Argentina; e a conta petróleo ainda deficitária.
No ano, as exportações de produtos básicos recuaram 3,1 por cento, para 109,5 bilhões de dólares, enquanto as vendas de manufaturados recuaram 13,7 por cento, para 80,2 bilhões de dólares e os embarques de semimanufaturados recuaram 4,8 por cento, para 29,06 bilhões de dólares.
Em dezembro, o saldo ficou positivo em 293 milhões de dólares, resultado abaixo do esperado em pesquisa da Reuters cuja mediana de 13 projeções apontava expectativa de superávit de 500 milhões de dólares em dezembro.
(Reportagem de Nestor Rabello)
1 comentário
Ações sobem após dados de inflação, mas acumulam queda na semana
Dólar cai após BC vender US$7 bi e Senado aprovar pacote fiscal
Taxas futuras de juros voltam a ceder com aprovação do pacote fiscal e comentários de Lula
Transição com Galípolo mostra que BC técnico permanece, diz Campos Neto
Ações europeias têm pior semana em mais de três meses, com queda no setor de saúde
Presidente do Fed de NY diz que BC dos EUA segue no caminho certo para cortes de juros
Telmo Heinen Formosa - GO
Será que fomos vítimas da "Doença Holandesa"? (Ganhamos muito dinheiro exportando matérias primas o que valorizou demais o Real, prejudicando completamente a exportação de bens manufaturados) - Acho que o Prof. Mantega não entende nada disso... Veja explicação na Wikipedia:
Em economia, doença holandesa (do inglês Dutch disease) refere-se à relação entre a exportação de recursos naturais e o declínio do setor manufatureiro. A abundância de recursos naturais gera vantagens comparativas para o país que os possui, levando-o a se especializar na produção desses bens e a não se industrializar ou mesmo a se desindustrializar - o que, a longo prazo, inibe o processo de desenvolvimento econômico. A expressão "doença holandesa" foi inspirada em eventos dos anos 1960, quando uma escalada dos preços do gás teve como consequência um aumento substancial das receitas de exportação dos Países Baixos e a valorização do florim (moeda holandesa da época). A valorização cambial acabou por derrubar as exportações dos demais produtos nederlandeses, cujos preços se tornaram menos competitivos internacionalmente, na década seguinte. Assim, um aumento de receita decorrente da exportação de matérias primas pode prejudicar as exportações de bens manufaturados de um país, levando eventualmente ao declínio da indústria, dado que a valorização cambial pode tornar o setor manufatureiro menos competitivo externamente. É difícil, porém, dizer exatamente quando é a doença holandesa é de fato a causa do declínio do setor manufatureiro, pois há outros fatores a considerar, além da taxa de câmbio - embora esta possa ter um impacto importante sobre a competitividade-preço. Além das variações da taxa de câmbio, outros fatores, como o custo da mão de obra e o custo do capital, devem ser considerados. Embora seja mais comumente usado em referência à descoberta de recursos naturais, como petróleo e gás natural, a doença holandesa pode também se referir a "qualquer desenvolvimento que resulte em um grande fluxo de entrada de moeda estrangeira, incluindo aumentos repentinos de preços dos recursos naturais, produtos primarios, ajuda externa ou volumosos investimentos estrangeiros".