Café: baixas de mais de 400 pontos em NY confirmam mercado volátil
Mais uma sessão surpreendente na (Bolsa de Nova Iorque Ice Futures US) para as cotações do café arábica. Depois das altas de mais de 250 pontos registradas na segunda-feira (30), os preços voltaram a cair nesta terça-feira (01), confirmando grande volatilidade no mercado. O vencimento setembro registrou máximas de 175,25 centavos de dólar por libra-peso e mínimas abaixo do patamar de 170, para 169,65 cents/libra-peso, 560 pontos de diferença.
“Esse cenário ainda vai se repetir por um tempo, enquanto o mercado aguarda novas informações. São ajustes técnicos que geram essas oscilações diárias”, explicou o analista de mercado Eduardo Carvalhaes.
Os contratos com entrega para setembro e dezembro registraram queda de 415 pontos, para 170,95 cents/libra-peso e 174,55 cents/libra-peso respectivamente. Enquanto que o vencimento março/2015 anotou 177,80 centavos/libra-peso e maio/2015 fechou em 179,70 cents/libra-peso, com 405 pontos de decréscimo.
Segundo Fernando Barbosa (presidente do Conselho Regional de Café da região de Guaxupé-MG), os maiores compradores de café já fizeram as aquisições do produto. Sendo assim, apenas traders menores entram no mercado, e consequentemente esse pode ser um dos fatores para a derrubada de preços.
Já o presidente da Cocatrel (Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas - MG), Francisco Miranda, acredita que “o mercado está muito sensível e ainda há incertezas quanto ao volume da safra brasileira”.
Prazo para pagamento da 1ª parcela da renegociação
Esta terça-feira (01) marcou também o dia para pagamento dos 20% das dívidas renegociadas direcionadas a investimentos em 2013 ao Banco do Brasil.
Em decorrência dos baixos preços do café arábica no ano passado, que prejudicaram as finanças de muitos produtores do grão, o Conselho Monetário Nacional autorizou uma renegociação das parcelas vencidas e vincendas referente a custeio, investimento e comercialização do produto.
“Para quitar essa parcela, muitos produtores estão vendendo café, isso também afeta para que o cenário seja baixista”, concluiu Fernando.
Torre de Babel
A todo o momento, notícias aparecem na mídia com indicações do volume da safra brasileira. Porém, cada cenário tem informações diferentes sobre a real quebra da produção do país. O cerrado, por exemplo, e algumas regiões paulistas seguem confirmando uma boa safra. Enquanto que o sul de Minas terá quebra confirmada de 30 a 40%.
“Qualquer medida que se fala, gera essa volatilidade no mercado”, contou Fernando.
Enquanto cada um “fala uma língua”, o mercado internacional segue apostando em números otimistas quanto à produção brasileira e isso é refletido no apanhado de junho, que apresentou tendência de queda de cotações, de acordo com boletim divulgado pela CNC sobre o balanço mensal.
Tendência altista
Apesar de informações desencontradas quanto a real quebra na produção nacional, Francisco Miranda aposta no avanço da colheita do próximo mês para a recuperação dos preços. “Pra mim, não existe a possibilidade dos valores descerem, porque a quebra no país é real e vai ser confirmada”.
O presidente do Conselho Regional de Café da região de Guaxupé-MG concorda com essa afirmativa e adiciona que setembro deve ser o prazo para ratificar essa teoria.
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