Apenas algumas amostras do que tem ocorrido na Venezuela de Maduro, defendido pelo PT. São cenas que você provavelmente não verá no Jornal Nacional:
Como o PT pode ter a cara de pau de defender isso? Vimos motoqueiros armados, supostamente cubanos, em outro país dando disparos em civis desarmados e sem máscara, correndo pelas ruas em fuga. São cenas de execuções sumárias! É a Venezuela em seu último estágio antes de virar uma nova Cuba de vez se os verdadeiros golpistas, hoje no governo, não forem impedidos de continuar no poder.
E fica para reflexão o seguinte: se o governo não tivesse desarmado os cidadãos de bem (pois são sempre estes os desarmados, nunca os marginais), a população venezuelana talvez tivesse uma chance de reação hoje, em vez de ser alvo fácil dos milicianos enviados por Fidel Castro e sob os aplausos de Lula e do PT. Acorda, Brasil!
‘Fingi que estava morto para ser levado ao IML’, diz venezuelano
Dois jovens opositores relatam os abusos sofridos após serem detidos pela Guarda Nacional, em O Globo
CARACAS — “Relaxa, que vamos matar você. Isso é rapidinho. Vocês não são ninguém.” Juan Manuel Carrasco, de 21 anos, e Jorge Luis León, de 25, que participaram de protestos contra o governo venezuelano, relembram seu próprio filme de terror, marcado por golpes, maus-tratos e tortura. Os dois foram detidos pela Guarda Nacional na última quinta-feira, depois de manifestações, e ficaram presos entre 55 e 60 horas até serem levados ante um juiz.
A crueldade descrita no relato começa desde a detenção. León, Carrasco, um amigo e uma garota esconderam-se em seu carro, mas foram tirados de lá à força pela Guarda Nacional. Os agentes queimaram o veículo depois, sob total impunidade.
— Foram tantos golpes que me fingi de morto, para que me levassem ao Instituto Médico Legal (IML). Para comprovar se eu estava mesmo morto, me cutucaram com um fuzil no ânus. Me mexi, e levei outro chute — lembra Jorge Luis León.
Desde o começo, Juan Manuel Carrasco enfrentou os guardas nacionais. Nascido na Venezuela, ele tem cidadania espanhola. Abandonou os estudos e trabalhava na carpintaria do pai, até a loja quebrar devido à crise que assola o país. Um rapaz corajoso, que encarou os policiais para defender uma garota e seus amigos.
— Reclamei nossos direitos. Eles me bateram bastante, nas costelas, na cabeça, com coronhadas e até com os capacetes — conta León. — Ao chegar à sede da Guarda Nacional de Tocuyito, colocaram um cachorro na nossa frente e mandaram que ele mordesse nosso pescoço. O bicho acabou lambendo nossas feridas. Depois nos forçaram a ficar ajoelhados, e três deles começaram a jogar futebol conosco. Chutaram nossas costas, enquanto gritavam gol.
Em outro momento do pesadelo de 48 horas, Carrasco foi afastado do grupo. Seus amigos pensaram que ele seria morto.
— Abaixaram minhas calças e introduziram o cano do fuzil no meu ânus — lembra o jovem, que desmaiou três vezes até ser liberado.
Quando foi levado à Corte, que decretou sua liberdade sob fiança, narrou as torturas à procuradora do governo.
— Ponha a mão em seu coração se tiver filhos — disse León a ela, que respondeu com lágrimas.
Carrasco insiste que no quartel da guarda venezuelana havia vários cubanos.
— Percebi pelo sotaque — diz.
Ele conta que seu grupo teve apenas a ajuda de dois guardas:
— Eles nos deram comida, e uma hora tiraram nossas algemas.
Carrasco e León estão bastante machucados. León sofre de fissura no crânio e muitas dores nas costelas, enquanto Carrasco tem hematomas nas costelas, no abdômen, na nuca e na cabeça.
— Nosso sistema de Justiça criminal é uma porcaria — denuncia o advogado e ativista Alfredo Romero, presidente da ONG Foro Penal.
Esta e outras organizações denunciaram vários abusos das forças policiais, que teriam usado de torturas com descargas elétricas a panos empapados em gasolina nos ferimentos dos manifestantes.
Maduro suspende porte de armas e militariza acesso a Táchira
San Cristóbal, capital do estado de Táchira, amanheceu nesta quinta-feira com 600 soldados em suas ruas e sem internet, segundo o prefeito Daniel Ceballos. Na véspera, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decidira suspender a permissão para porte de armas, ordenar a militarização das vias de acesso à capital e enviar reforços da Guarda Nacional à região, na fronteira com a Colômbia. Num discurso em rede nacional de rádio e TV, Maduro advertiu ainda que estava preparado para enviar tanques e decretar estado de exceção no local se fosse necessário.
Segundo o ministro do Interior e Justiça, Miguel Rodríguez Torres, a população de San Cristóbal estaria submetida a uma espécie de toque de recolher, devido aos protestos que se repetem diariamente e que na quarta-feira bloquearam uma ponte que liga Táchira a Cúcuta, na Colômbia.
O governo acusa o o opositor Daniel Ceballos de estimular os protestos e contribuir para o caos que ocorre na cidade. A prefeitura não estaria recolhendo o lixo, que é usado para fazer fogueiras e fechar ruas. Segundo Maduro, a oposição quer tornar Táchira na “Bengazhi da Venezuela”.
— Não vamos permitir isso. Defenderemos Táchira com nossa própria vida se necessário — disse o presidente.
Para o prefeito, o estado de exceção já vigora, de forma informal.
— Declararam um estado de exceção de fato. Coincidência vir o ministro do Interior, suspender a internet e trazer um batalhão de 606 soldados para repelir cidadãos que protestam, como em Mérida e Trujillo, contra a ineficiência do governo. Por que não adotam medidas iguais em outros estados? Por que o governo castiga Táchira? — perguntou o prefeito.
San Cristóbal foi uma das primeiras cidades onde começaram as manifestações, que incluíram ataques à casa do governador José Gregorio Vielma Mora, que apoia o governo, e a prisão de três estudantes, levados a um presídio estadual, fato que se tornou combustível para mais manifestações.
Venezuela cassa visto de trabalho de jornalistas da CNN
Após Nicolás Maduro ameaçar tirar a rede do ar, o canal em espanhol da emissora informou que o governo retirou as permissões de trabalho
Manifestantes venezuelanos escrevem nas ruas de Caracas em protesto contra o presidente Nicolás Maduro (Jorge Silva/Reuters)
Depois da ameaça feita pelo presidente Nicolás Maduro de cortar o sinal da CNN na Venezuela, a rede de televisão americana informou nesta sexta-feira que os vistos de trabalho de seus funcionários foram anulados pelo Ministério de Comunicação e Informação. A CNN, que mantém um canal em espanhol no país, afirmou que o governo chavista retirou a permissão de trabalho da correspondente Osmary Hernández, da apresentadora Patricia Janiot e de sua produtora, e do repórter Rafael Romo.
Maduro havia ordenado na quinta-feira que o ministério enviasse um aviso à emissora sobre a abertura de um processo administrativo. O mandatário acusou o canal de fazer "propaganda de guerra”, ao transmitir informações sobre os protestos contra seu governo, que se espalharam pelo país. (Continue lendo o texto)
Manifestantes contra o governo venezuelano na Praça Altamira, em Caracas - Reuters
A CNN disse não ter sido notificada sobre o processo e, como se fosse necessário, rechaçou a afirmação de que a cobertura das manifestações tenha o intuito de servir como “propaganda de guerra” contra a administração. A apresentadora Patricia Janiot estava, inclusive, negociando uma entrevista exclusiva com o presidente para o canal. “Nós abordamos ambos os lados da tensa situação que vive a Venezuela, embora o acesso aos funcionários do governo seja muito limitado. Esperamos que o governo reconsidere sua decisão. Mas seguiremos informando sobre a Venezuela da forma justa, acertada e balanceada que nos caracteriza como uma empresa jornalística”, diz um comunicado da emissora.
Repressão – Além de limitar a atuação da imprensa no país, o governo está reprimindo as manifestações. No estado de Táchira, a internet foi cortada pelo segundo dia consecutivo. E há planos de suspender o envio de combustível para as cidades onde os manifestantes ainda estão concentrados nas ruas, informação divulgada pelo ministro de Petróleo e Mineração e presidente da PDVSA, a petrolífera estatal venezuelana, Rafael Ramírez.
Sem fazer menção direta aos estados de Táchira, Carabobo, Mérida e Bolívar, além da capital Caracas, onde os protestos são mais frequentes, o ministro afirmou que o governo “se verá obrigado a suspender a distribuição de combustível nas zonas que sofrem com o assédio fascista”, segundo o jornal El Universal.
Venezuela amplia prisão de líder da oposição, que pode pegar 10 anos
A Justiça da Venezuela decidiu na madrugada desta quinta-feira ampliar em mais 45 dias o período de prisão preventiva do líder do partido oposicionista Vontade Popular, Leopoldo Gómez.
A promotoria anunciou que buscará condenar Gómez pelos crimes de incêndio e dano ao patrimônio, delinquência e associação para delinquir, segundo o jornal local “El Universal”. A pena prevista para associação para delinquir é de 10 anos.
O Ministério Público venezuelano está avaliando se acusa Gómez pelo planejamento de incidentes ocorridos durante uma manifestação contra o governo de Nicolás Maduro, em 12 de fevereiro, no centro de Caracas. O Ministério Público não pretende, porém, processar Gómez pelo homicídio de três pessoas durante os protestos.
Número de mortos em confrontos vai a seis na Venezuela, diz TV estatal
A televisão estatal venezuelana informou nesta quarta-feira (19) que uma mulher morreu em uma ambulância que teve o caminho bloqueado por protestos da oposição em Caracas, aumentando para seis o número de mortes após protestos de rua tomarem a capital do país nos últimos dias.
A VTV disse que a vítima, a mãe de um funcionário da TV, estava sendo levada para o hospital quando sofreu um ataque cardíaco quando a ambulância ficou presa no tráfego criado pelas manifestações antigoverno que bloquearam ruas.
Mais cedo nesta quarta-feira, Génesis Carmona, modelo e estudante de turismo de 22 anos, morreu após ser baleada na cabeça na véspera, quando motoristas não identificados abriram fogo contra uma manifestação da oposição em Valencia. Ela chegou a ser operada, mas não resistiu.
Na Agência Brasil: Líder da oposição na Venezuela ficará preso até julgamento
O Tribunal 16 de Controle, da Venezuela, decidiu que o líder da oposição Leopoldo López permanecerá detido no Centro de Processados Militares (casa de detenção militar), em Ramo Verde, Los Teques, no estado de Miranda, enquanto aguarda o julgamento. A informação foi repassada pela imprensa local, que acompanhou a audiência feita no fim da tarde dessa quarta-feira (19).
López é acusado de terrorismo, lesões graves, incêndio de prédios públicos, danos a propriedade pública, intimidação pública, instigação, delinquência e delitos de associação. O julgamento final deve ocorrer em 48 horas, segundo a imprensa. O líder oposicionista foi detido terça-feira (18), acusado pelo governo da Venezuela de mentor intelectual dos atos violentos no país.
López foi levado para um presídio fora de Caracas, segundo o governo, para a segurança dele. A organização não governamental Human Rights Wath pediu que ele seja liberado de maneira “rápida, imediata e incondicional”.
Na Agência Brasil: Oposição na Venezuela convoca nova marcha para sábado
A oposição venezuelana convocou na quarta-feira (19) uma nova manifestação para sábado (22) para exigir o desarmamento de grupos que declaram apoiar o governo e que, segundo a oposição, foram responsáveis pelos incidentes violentos na semana passada, quando morreram pelo menos seis pessoas.
“Não podem conviver grupos armados ilegais e a paz em sociedade. Ao governo cabe a responsabilidade de desarmar estes grupos”, defendeu o responsável da Mesa da Unidade Democrática, Ramón Guillermo Aveledo, em uma coletiva de imprensa.
Aveledo disse que a marcha será pacífica e “não há qualquer desculpa” para impedir a sua realização, em referência à exigência do governo de emitir uma autorização para as manifestações.
O clima de tensão agravou-se na Venezuela na terça-feira (18), com a entrega às autoridades do dirigente da oposição Leopoldo López, dirigente do partido Vontade Popular, acusado pelo governo de promover atos de violência para forçar a saída do presidente Nicolás Maduro.
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, lamentou “as perdas humanas e os incidentes de violência” na Venezuela e apelou para o “diálogo entre os implicados relevantes”.
O responsável pela ONU disse ter tomado nota das “preocupações expressadas pelos governos da região” e disse esperar que o diálogo permita conseguir “pacificamente as mudanças pelas quais o país atravessa atualmente”.
Já o diretor para o Continente Americano da Human Rights Watch, José Luís Vivanco, criticou o “silêncio” dos governos da região sobre os protestos contra o governo de Nicolás Maduro.
Manifestantes fazem novo protesto em Caracas, na quarta-feira