PR vê quebra de 62% na próxima safra de café por geadas; trigo recua 33%
O governo do Paraná estimou nesta quarta-feira uma quebra de 62 por cento na próxima safra de café em função das geadas do mês passado.
As geadas, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), vão prejudicar as floradas esperadas para os próximos meses e consequentemente terão um impacto nos frutos da safra que será colhida em 2014.
Leia a notícia na íntegra no site da Reuters.
Geadas: Deral divulga relatório preliminar de perdas
Nos dias 23 e 24 de julho tivemos geadas no Paraná, conforme apresentado pelo IAPAR na Figura 1. Essas foram as geadas mais severas do inverno de 2013 e ocasionaram danos à cultura do trigo, do milho, do café, bem como a diversas outras culturas no Paraná.
Os agricultores paranaenses esperavam colher mais de 38,3 milhões de toneladas de grãos, somadas as três safras: de verão, outono/inverno e de inverno. Com o impacto dos problemas climáticos esse valor deve ficar em torno de 36,3 milhões (Tabela 2). Uma redução de cerca de 5% do total estimado. Mesmo com a redução, essa ainda será a maior produção da história.
O TRIGO não sofre perdas significativas de produção quando atingido por geadas nas fases iniciais de desenvolvimento, porém nos períodos reprodutivos da planta os danos podem ser severos.
O trigo paranaense encontrava-se praticamente com a totalidade da área desta safra plantada no dia 22 de julho. Desta Área, 47% estava germinando ou em desenvolvimento vegetativo, ou seja, em fases não suscetíveis. O restante das áreas, 53% do total, estava em floração, frutificação ou começo de maturação, e nestas houve danos significativos.
Estima-se que 954 mil toneladas serão perdidas em função das geadas, principalmente, mas também da seca em maio e de doenças ocasioandas pelo excesso de chuvas em junho. Com isso a produção paranaense reduzirá em 33% em relação ao potencial, e está estimada atualmente em 1,94 milhão de toneladas. Das áreas já colhidas no estado, ainda que representem 1%, os principais limitadores até então foram as doenças fúngicas, e não as geadas.
As perdas estão concentradas na faixa que abrange os Regionais de Cascavel, Campo Mourão, Ivaiporã e Apucarana, núcleos que somados representam 60% do total perdido, como pode ser observado nas áreas em vermelho intenso da Figura 2. Tais perdas restringiram a disponibilidade interna esperada pelos compradores para o mês de agosto, afetando os preços.
Além da oferta restrita, a alta do dólar contribuiu para o encarecimento do custo de produção de farinha nos moinhos, que atualmente tem buscado matéria prima no mercado norte-americano, principalmente. Na dia anterior às geadas, 22 de julho, o preço médio fechou em R$42,06 a saca de 60kg e na cotação diária de hoje, dia 13 de agosto, está em R$45,39. Este incremento de 8% nos preços fazem da cotação atual o recorde nominal da pesquisa.
De maneira diferente ao observado para o trigo, os danos causados nas lavouras de milho pelas geadas foram menos significativos. A maior parte do material estava na fase de maturação, e apenas 25% das lavouras no campo, cerca de 388 mil hectares, encontravam-se em uma fase mais suscetível ao efeito das baixas temperaturas. Os materiais plantados tardiamente foram aqueles mais afetados, com parte do potnecial produtivo comprometido, e encontavam-se ao Norte do Estado.
Para o MILHO, estima-se que 960 mil toneladas serão perdidas na safra 2012/13 em função das variações climáticas, isso inclui as geadas, a estiagem e as doenças ocasionadas pelo excesso de chuvas em junho. Com isso, a produção paranaense atualmente está estimada em cerca de 10,6 milhões de toneladas, redução de 8% em relação ao potencial produtivo. O maior destaque é dado para os Regionais de Londrina, Jacarezinho e Cornélio Procópio com mais de 20% de redução em relação a produção inicialmente estimada (Figura 3). Essas três regiões respondem por 24% da área semeada no Estado.
Neste momento, o que mais preocupa os produtores paranenses é a baixa qualidade do produto colhido, principalmente no Oeste do Paraná. As chuvas no mês de junho comprometeram a qualidade nas regiões de plantio mais precoce e contribuíram para um aumento de doenças foliares em áreas mais tardias. Apesar da redução prevista, a produção de milho 2ª safra continua sendo a maior da história no Estado.
A safra de CAFÉ 2013, estimada 1,7 milhão de sacas, não deverá ter prejuízo significativo em funções das geadas. Para 2014 a previsão inicial seria de uma safra um pouco menor que a atual devido ao desistímulo do setor, o que levará ao menor investimento nos tratos culturais das lavouras e uma possível redução no potencial produtivo. Do volume esperado para a safra 2014 de 1,54 milhão, haverá uma redução de 62% pelas geadas, conforme levantamento preliminar.
Estima-se também a erradicação de cerca de 19% da área cafeeira, que equivale a 16 mil hectares. Desta maneira a produção de 2014 deve ser de 582 mil sacas. As perdas foram intensas em todo Estado, porém na região Sul e Oeste as geadas foram mais fortes, intensificando as perdas. Isto deve aumentar a concentração da produção cafeeira no Norte.
Nas FRUTAS, a ocorrência das geadas ocasionadas pelas baixas temperaturas causaram danos. A quantificação das perdas dependerão da aptidão da espécie ao clima, da intensidade da geada e dos ventos frios nas folhas e ramos, da proteção dos talhões e nutrição das plantas. Pode haver uma redução do potencial produtivo nas fruteiras tropicais, como o abacaxi, acerola, banana, coco, goiaba, mamão, manga e maracujá, um levantamento mais apurado poderá ser feito nos próximos meses. Nas subtropicais, como as Tangerinas do Vale do Ribeira, os pomares atingidos já estavam colhidos. Os laranjais do Noroeste estão em início de colheita e não foram afetados.
Nas frutas temperadas - a ameixa, caqui, figo, kiwi, maçã, nectarina, pêra, pêssego e uva - a intensidade do frio é benéfica, pois estão em período de dormência e necessitam de baixas temperaturas para contribuir com o seu metabolismo e prenunciar uma boa safra, no entanto as variedades precoces foram afetadas. Nos cultivos de morango em túneis baixos as perdas serão pequenas, porém em lavouras a céu aberto dependendo da intensidade do frio ocorreram perdas significativas, sem possibilidade de recuperação das plantas para a emissão de novas brotações.
Com relação à produção de HORTALIÇAS, as geadas causaram prejuízos, especialmente na Região Metropolitana de Curitiba, responsável por cerca de 34% da produção do estado. Nesta época, os produtores sabem desse risco e por isso tomam medidas preventivas, apesar disso, as últimas geadas causaram perdas, provocando alta nos preços de alguns produtos.
Alface: na área descoberta (cerca de 20% do total), as perdas foram de 80 a 100%. Em volume isto representa perda de 1.800.000 cabeças equivalendo a mais ou menos 10% do volume total;
Repolho, couve flor e couve brócoli : perdas de 20%;
Beterraba e cenoura: os danos foram pequenos e mais significativos em plantas novas que podem recuperar-se;
Hortaliças tuberosas: batata, batata doce, aipim, mandioquinha salsa: sem prejuízo, pois estão em fase de colheita.
Para as PASTAGENS, as geadas atingiram de maneira geral as áreas mais o cultivo de pastagens permanentes de verão, com prejuízos também em áreas de aveia. Essa redução deve acarretar em queda na produção leiteira e de carne.
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