Sind. dos Produtores Rurais de Boa Esperança e Campo do MeioBoa Esperança - MG
22/11/2009 23:00
SINCAL entrega reivindicações ao Vice-Governador de Minas Gerais em Guaranésia.
Segunda, 16 Novembro 2009 13:06 |
Durante a homenagem ao Vice-Governador de Minas Gerais, Antonio Augusto Junho Anastasia, onde o mesmo recebeu na noite de sexta-feira (13) o Título de Cidadão Honorário de Guaranésia, em solenidade no Clube Recreativo e Esportivo. A SINCAL se fez presente através de sua Diretora Sra. Cristina Ribeiro do Valle, onde foi entregue uma carta denominada “Carta de Guaranésia” ao Vice-Governador, com as reivindicações de medidas estruturais para a melhoria do preço do café.
Confira o conteúdo da carta abaixo:
CARTA DE GUARANÉSIA -
Guaranésia/MG, 13 de Novembro de 2009 -
Ao Dr. Antônio Augusto Junho Anastasia
Vice-Governador do Estado de Minas Gerais,
Prezado Senhor,
A cafeicultura vem atravessando uma crise considerada a pior já vivida no nosso meio. Os cafeicultores foram tomados como reféns. Inclusive de cooperativas que não passam de exportadores e, juntamente com os demais elos da cadeia do agronegócio café nos submeteram a uma servidão econômica numa verdadeira exploração sem precedentes. Nunca na história da cafeicultura foi vivenciando tamanha violência contra os cafeicultores, conforme expomos abaixo:
1) Atualmente os poderes do lobby dos outros segmentos, que possuem recursos financeiros, praticam conspirações contra os cafeicultores caracterizando nitidamente um conluio sedimentando, ainda mais, o anacronismo amparado pela ineficiência dos ministérios, principalmente do Ministério da Agricultura que se caracteriza como um empecilho comandado por profissionais incompetentes e duvidosos não existindo um planejamento estratégico para a cafeicultura e, ainda por cima administram os recursos do FUNCAFÉ privilegiando inclusive multinacionais, no ramo da torrefação, na retórica do aumento do consumo. Pura “balela”.
2) O FUNCAFÉ ainda é direcionado às cooperativas que usam esses montantes para fazer ancoragem de preço e de estoques privilegiando os exportadores que utilizam essa estratégia das cooperativas que se beneficiam da isenção de PIS e FINSOCIAL, na ordem de 9,25% e, esse imposto só serve de trampolim para as cooperativas comunarem com os exportadores repassando essa isenção tributária em forma de descontos. Portanto, muitas das cooperativas são meras preparadoras de café para os exportadores. Um absurdo, pois esse imposto é exportado tirando do preço sendo que os cafeicultores e o governo não se beneficiam dessa isenção e contraria os princípios do livre comércio inibindo os corretores de café e os comerciantes locais. Além disso, estão fundando inúmeras cooperativas “laranjas” para se beneficiarem dessa isenção tributária.
3) Outro aspecto importante é a fixação do preço mínimo de R$ 261,69/saca, abaixo do custo de produção, que em determinados casos chega a R$ 370,00/saca reconhecido no próprio relatório da conclusão do grupo de trabalho, do Ministério da Agricultura. Portanto, um crime segundo o próprio estatuto da terra.
4) Prática de dumping – Nos últimos 13 anos exportamos 280.000.000 (duzentos e oitenta milhões) de sacas de café arábica (vide anexo 1) sempre com preços abaixo dos nossos principais concorrentes (vide anexo 2) na faixa de R$100,00/saca, acarretando um prejuízo aproximado de R$ 28 bilhões (vide anexo 3) unicamente aos cafeicultores, pois os demais elos da cafeicultura ganharam muito dinheiro. Portanto, exportamos o suor e o sofrimento dos 300.000 cafeicultores brasileiros e dos trabalhadores rurais.
5) Os preços do café são baseados nos referenciais de Nova York, contrato “C” (Café da Colômbia). Um absurdo, pois os americanos não possuem um pé de café e, referencia café da Colômbia que produz 25% da nossa produção. O Brasil como principal produtor, principal exportador e a caminho do principal consumidor mundial, ficar à mercê dessa situação. Falta regulação nas exportações e vontade política de mudar essa situação. O Governo se acomoda com o conluio e o anacronismo que deixam o prejuízo nas costas dos cafeicultores e, estamos exportando dívidas, hipotecas, juros escorchantes e outros. Portanto, deveremos fixar os preços e os contratos aqui na nossa bolsa, BM&F, em São Paulo, uma das melhores do mundo e com altíssima liquidez. Com isso evitaremos que os exportadores continuem a “leiloar” o nosso café e, se, quiserem dar descontos aos importadores que o façam dos próprios bolsos e não dos pobres dos cafeicultores. Hoje, o sistema de exportação é um verdadeiro conspiratório contra os cafeicultores. Primeiro dão o desconto, baseados em Nova York, contratos “a perder de vista” para fixação dos preços e confirmação da fatura. Os exportadores trabalham sempre com o estoque dos cafeicultores que estão muitas vezes nas cooperativas financiados pelo FUNCAFÉ.
Portanto, Dr. Anastasia o governo mineiro virou as costas para a cafeicultura, não se empenhando em resolver seus problemas estruturais como descritos e esquecendo que o café é o principal produto do agronegócio em Minas Gerais, com aproximadamente 150.000 propriedades cafeeiras e, em regiões como o Sul de Minas, com 2.5 milhões de habitantes com praticamente 60% do PIB regional. A situação econômica estrangulante da cafeicultura interfere diretamente no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos municípios produtores trazendo pobreza e desesperança aos cafeicultores e aos trabalhadores rurais.
Pedimos sua interferência nesses pontos cruciais juntamente com repactuação das dívidas da cafeicultura transformando o endividamento em café nos moldes da Carta de Varginha do SOS Café.
No aguardo de suas manifestações.
Atenciosamente,
SINCAL, Associação Nacional dos Sindicatos Rurais das
Regiões Produtoras de Café e Leite
Fone (35)3856-1382 / Guapé/MG
Site – www.sincal.org.br
Email – [email protected] Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar
SINCAL entrega reivindicações ao Vice-Governador de Minas Gerais em Guaranésia.
Segunda, 16 Novembro 2009 13:06 |
Durante a homenagem ao Vice-Governador de Minas Gerais, Antonio Augusto Junho Anastasia, onde o mesmo recebeu na noite de sexta-feira (13) o Título de Cidadão Honorário de Guaranésia, em solenidade no Clube Recreativo e Esportivo. A SINCAL se fez presente através de sua Diretora Sra. Cristina Ribeiro do Valle, onde foi entregue uma carta denominada “Carta de Guaranésia” ao Vice-Governador, com as reivindicações de medidas estruturais para a melhoria do preço do café.
Confira o conteúdo da carta abaixo:
CARTA DE GUARANÉSIA -
Guaranésia/MG, 13 de Novembro de 2009 -
Ao Dr. Antônio Augusto Junho Anastasia
Vice-Governador do Estado de Minas Gerais,
Prezado Senhor,
A cafeicultura vem atravessando uma crise considerada a pior já vivida no nosso meio. Os cafeicultores foram tomados como reféns. Inclusive de cooperativas que não passam de exportadores e, juntamente com os demais elos da cadeia do agronegócio café nos submeteram a uma servidão econômica numa verdadeira exploração sem precedentes. Nunca na história da cafeicultura foi vivenciando tamanha violência contra os cafeicultores, conforme expomos abaixo:
1) Atualmente os poderes do lobby dos outros segmentos, que possuem recursos financeiros, praticam conspirações contra os cafeicultores caracterizando nitidamente um conluio sedimentando, ainda mais, o anacronismo amparado pela ineficiência dos ministérios, principalmente do Ministério da Agricultura que se caracteriza como um empecilho comandado por profissionais incompetentes e duvidosos não existindo um planejamento estratégico para a cafeicultura e, ainda por cima administram os recursos do FUNCAFÉ privilegiando inclusive multinacionais, no ramo da torrefação, na retórica do aumento do consumo. Pura “balela”.
2) O FUNCAFÉ ainda é direcionado às cooperativas que usam esses montantes para fazer ancoragem de preço e de estoques privilegiando os exportadores que utilizam essa estratégia das cooperativas que se beneficiam da isenção de PIS e FINSOCIAL, na ordem de 9,25% e, esse imposto só serve de trampolim para as cooperativas comunarem com os exportadores repassando essa isenção tributária em forma de descontos. Portanto, muitas das cooperativas são meras preparadoras de café para os exportadores. Um absurdo, pois esse imposto é exportado tirando do preço sendo que os cafeicultores e o governo não se beneficiam dessa isenção e contraria os princípios do livre comércio inibindo os corretores de café e os comerciantes locais. Além disso, estão fundando inúmeras cooperativas “laranjas” para se beneficiarem dessa isenção tributária.
3) Outro aspecto importante é a fixação do preço mínimo de R$ 261,69/saca, abaixo do custo de produção, que em determinados casos chega a R$ 370,00/saca reconhecido no próprio relatório da conclusão do grupo de trabalho, do Ministério da Agricultura. Portanto, um crime segundo o próprio estatuto da terra.
4) Prática de dumping – Nos últimos 13 anos exportamos 280.000.000 (duzentos e oitenta milhões) de sacas de café arábica (vide anexo 1) sempre com preços abaixo dos nossos principais concorrentes (vide anexo 2) na faixa de R$100,00/saca, acarretando um prejuízo aproximado de R$ 28 bilhões (vide anexo 3) unicamente aos cafeicultores, pois os demais elos da cafeicultura ganharam muito dinheiro. Portanto, exportamos o suor e o sofrimento dos 300.000 cafeicultores brasileiros e dos trabalhadores rurais.
5) Os preços do café são baseados nos referenciais de Nova York, contrato “C” (Café da Colômbia). Um absurdo, pois os americanos não possuem um pé de café e, referencia café da Colômbia que produz 25% da nossa produção. O Brasil como principal produtor, principal exportador e a caminho do principal consumidor mundial, ficar à mercê dessa situação. Falta regulação nas exportações e vontade política de mudar essa situação. O Governo se acomoda com o conluio e o anacronismo que deixam o prejuízo nas costas dos cafeicultores e, estamos exportando dívidas, hipotecas, juros escorchantes e outros. Portanto, deveremos fixar os preços e os contratos aqui na nossa bolsa, BM&F, em São Paulo, uma das melhores do mundo e com altíssima liquidez. Com isso evitaremos que os exportadores continuem a “leiloar” o nosso café e, se, quiserem dar descontos aos importadores que o façam dos próprios bolsos e não dos pobres dos cafeicultores. Hoje, o sistema de exportação é um verdadeiro conspiratório contra os cafeicultores. Primeiro dão o desconto, baseados em Nova York, contratos “a perder de vista” para fixação dos preços e confirmação da fatura. Os exportadores trabalham sempre com o estoque dos cafeicultores que estão muitas vezes nas cooperativas financiados pelo FUNCAFÉ.
Portanto, Dr. Anastasia o governo mineiro virou as costas para a cafeicultura, não se empenhando em resolver seus problemas estruturais como descritos e esquecendo que o café é o principal produto do agronegócio em Minas Gerais, com aproximadamente 150.000 propriedades cafeeiras e, em regiões como o Sul de Minas, com 2.5 milhões de habitantes com praticamente 60% do PIB regional. A situação econômica estrangulante da cafeicultura interfere diretamente no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos municípios produtores trazendo pobreza e desesperança aos cafeicultores e aos trabalhadores rurais.
Pedimos sua interferência nesses pontos cruciais juntamente com repactuação das dívidas da cafeicultura transformando o endividamento em café nos moldes da Carta de Varginha do SOS Café.
No aguardo de suas manifestações.
Atenciosamente,
SINCAL, Associação Nacional dos Sindicatos Rurais das
Regiões Produtoras de Café e Leite
Fone (35)3856-1382 / Guapé/MG
Site – www.sincal.org.br
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