Tem dias que parece sairmos da letargia que acomete ultimamente os brasileiros. Hoje não estou contendo minha indignação.
Mais ou menos, 30 anos atrás, nem é tanto tempo assim, organizávamo-nos e podíamos sair ás ruas para demonstrar o nosso descontentamento com o que feria a nossa alma.
E naquela época o regime era ditatorial, mas corajosamente corríamos os riscos.
Hoje estamos numa democracia onde todos assistem calados a absurdos em todos os setores públicos e privados. Poucos, através da mídia ousam emitir sua opinião.
Veladamente sabemos que ao manifestarmos nossos sentimentos seremos marcados por aqueles que outrora lutavam pela liberdade, igualdade e fraternidade.
Nesta semana assisti revoltada uma insurreição de vândalos em um
bairro de pobres, vizinho de um bairro de ricos, onde destruíam
carros, móveis e imóveis, num confronto com a policia, onde no mínimo podemos afirmar que reinava o deboche. Assistimos pouquíssimos
policiais, homens como quaisquer outros, com medo, que tentavam como podiam, controlar uma situação que mais parecia um filme de horror.
A demora da chegada de reforços e a falta de estratégia rápida e
apropriada para aquele momento demonstrou como estamos simplesmente nas mãos de criminosos. Filmados, identificados, armados, que nada têm a perder, dominaram um Bairro de 90.000 habitantes. Hoje se publicou
que foram presos e já libertados (Viva nossas Leis).
E divulgaram-se todos os trabalhos sociais que o bairro vizinho
empenhou-se em realizar para diminuir um mínimo da diferença de
barreiras sociais. Posto de saúde para atendimento gratuito das
crianças, creches, escolas profissionalizantes. Ou seja, o motivo do vandalismo foi o descontentamento pela morte e prisão de colegas do crime.
São Paulo inteira comentou e comenta com indignação, em recintos fechados, com medo, com raiva o que assistiu. Mas ninguém tem coragem de expor publicamente. Só o fazem quando acontece com alguém da
família. Isto se não residirem em favelas porque neste caso a regra
local é o silêncio a qualquer custo.
Como faz falta nossa juventude, inocente, onde nada temíamos e
conseguíamos pelo menos expor nossos sentimentos. E quantas Vitórias tivemos!!
Hoje a juventude perde a inocência muito cedo e esta maturidade
precoce impede que saiam à luta por uma geração melhor. Nós mesmos, desde 1 ano de idade já ensinamos aos nossos filhos, quais são os perigos e como evitá-los. Aos 15, 17, 19 anos, sabedores dos riscos, se acomodam atrás de seus computadores e no máximo se revoltam pela Internet.
O país estará nas mãos deles daqui uns 10 a 15 anos, quando trabalharemos em nosso escritório em casa, a educação será através do sistema de e-learning (cursos a distancia), nossa saúde será
diagnosticada através do chip que teremos implantado em nosso corpo,
nosso lazer será informatizado.
Quando quisermos conversar com alguém ligaremos pelo Iphone onde também poderemos olhar como está a aparência do interlocutor. O índice de natalidade cairá com certeza.
Sem sair de casa, com portas de casa e apartamentos blindados e um
forte esquema de segurança em nossas residencias, (nem precisaremos que o governo invista em segurança), teremos toda a nossa liberdade.
Esta é a profecia da geração do futuro! Acordem enquanto é tempo!
Ousem, se Indignem, corram riscos, empreendam em seus futuros porque o Tempo de Hoje não pode ser aproveitado amanhã e aí não adiantará lamentar.
Sueli Marinho - São Paulo
FALTA DE INDIGNAÇÃO - um dos melhores artigos de 2009. Embora urbano, tem tudo a ver com a atual situação de desespero anterior e atual dos agricultores, sem duvidas a grande responsável por esta irresponsabilidade sociológica e criminosa nas capitais e que tende a ampliar se nada for feito, urgente, de modo a garantir a renda e o emprego rural. Ele foi escrito neste mês pela minha amiga e sócia Sueli, com orgulho. Trata-se de um grito surdo e que poucos tiveram coragem de emitir, e de ouvir, e muito melhor do que os da Lia. Quiçá outros tenham a mesma coragem e lucidez, sobretudo os "jovens globais" e os
FALTA DE INDIGNAÇÃO !!!!!!!
Tem dias que parece sairmos da letargia que acomete ultimamente os brasileiros. Hoje não estou contendo minha indignação.
Mais ou menos, 30 anos atrás, nem é tanto tempo assim, organizávamo-nos e podíamos sair ás ruas para demonstrar o nosso descontentamento com o que feria a nossa alma.
E naquela época o regime era ditatorial, mas corajosamente corríamos os riscos.
Hoje estamos numa democracia onde todos assistem calados a absurdos em todos os setores públicos e privados. Poucos, através da mídia ousam emitir sua opinião.
Veladamente sabemos que ao manifestarmos nossos sentimentos seremos marcados por aqueles que outrora lutavam pela liberdade, igualdade e fraternidade.
Nesta semana assisti revoltada uma insurreição de vândalos em um
bairro de pobres, vizinho de um bairro de ricos, onde destruíam
carros, móveis e imóveis, num confronto com a policia, onde no mínimo podemos afirmar que reinava o deboche. Assistimos pouquíssimos
policiais, homens como quaisquer outros, com medo, que tentavam como podiam, controlar uma situação que mais parecia um filme de horror.
A demora da chegada de reforços e a falta de estratégia rápida e
apropriada para aquele momento demonstrou como estamos simplesmente nas mãos de criminosos. Filmados, identificados, armados, que nada têm a perder, dominaram um Bairro de 90.000 habitantes. Hoje se publicou
que foram presos e já libertados (Viva nossas Leis).
E divulgaram-se todos os trabalhos sociais que o bairro vizinho
empenhou-se em realizar para diminuir um mínimo da diferença de
barreiras sociais. Posto de saúde para atendimento gratuito das
crianças, creches, escolas profissionalizantes. Ou seja, o motivo do vandalismo foi o descontentamento pela morte e prisão de colegas do crime.
São Paulo inteira comentou e comenta com indignação, em recintos fechados, com medo, com raiva o que assistiu. Mas ninguém tem coragem de expor publicamente. Só o fazem quando acontece com alguém da
família. Isto se não residirem em favelas porque neste caso a regra
local é o silêncio a qualquer custo.
Como faz falta nossa juventude, inocente, onde nada temíamos e
conseguíamos pelo menos expor nossos sentimentos. E quantas Vitórias tivemos!!
Hoje a juventude perde a inocência muito cedo e esta maturidade
precoce impede que saiam à luta por uma geração melhor. Nós mesmos, desde 1 ano de idade já ensinamos aos nossos filhos, quais são os perigos e como evitá-los. Aos 15, 17, 19 anos, sabedores dos riscos, se acomodam atrás de seus computadores e no máximo se revoltam pela Internet.
O país estará nas mãos deles daqui uns 10 a 15 anos, quando trabalharemos em nosso escritório em casa, a educação será através do sistema de e-learning (cursos a distancia), nossa saúde será
diagnosticada através do chip que teremos implantado em nosso corpo,
nosso lazer será informatizado.
Quando quisermos conversar com alguém ligaremos pelo Iphone onde também poderemos olhar como está a aparência do interlocutor. O índice de natalidade cairá com certeza.
Sem sair de casa, com portas de casa e apartamentos blindados e um
forte esquema de segurança em nossas residencias, (nem precisaremos que o governo invista em segurança), teremos toda a nossa liberdade.
Esta é a profecia da geração do futuro! Acordem enquanto é tempo!
Ousem, se Indignem, corram riscos, empreendam em seus futuros porque o Tempo de Hoje não pode ser aproveitado amanhã e aí não adiantará lamentar.
Sueli Marinho - São Paulo
FALTA DE INDIGNAÇÃO - um dos melhores artigos de 2009. Embora urbano, tem tudo a ver com a atual situação de desespero anterior e atual dos agricultores, sem duvidas a grande responsável por esta irresponsabilidade sociológica e criminosa nas capitais e que tende a ampliar se nada for feito, urgente, de modo a garantir a renda e o emprego rural. Ele foi escrito neste mês pela minha amiga e sócia Sueli, com orgulho. Trata-se de um grito surdo e que poucos tiveram coragem de emitir, e de ouvir, e muito melhor do que os da Lia. Quiçá outros tenham a mesma coragem e lucidez, sobretudo os "jovens globais" e os
"valentes de lan houses".
Prof. Clímaco
www.agrovisions.com.br