Fala Produtor - Mensagem

  • Cesário Ramalho da Silva Barueri - SP 28/01/2009 23:00

    A Sociedade Rural Brasileira (SRB) manifesta apoio ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, pela sua coragem em tratar de um tema impopular e difícil ao esclarecer ao governo, Congresso Nacional e sociedade a necessidade de modernização do Código Florestal Brasileiro, datado de 1965.

    Diferente do que o articulista Marcos Sá Correa escreveu em sua coluna de 28 de janeiro, o ministro Stephanes não está em silêncio acerca da questão ambiental. Stephanes tem trabalhado para estimular o diálogo, com o objetivo de estabelecer um novo marco regulatório, que promova o equilíbrio entre produção e preservação. E este equilíbrio passa necessariamente pela atualização do Código Florestal Brasileiro, tarefa que cabe ao Congresso Nacional.

    O fato é que se a legislação ambiental for aplicada à risca, 68% do território nacional estará bloqueado, restando para todos os usos, sejam eles, urbanos, industriais, agrícolas, transportes, apenas 32% do País, revelou recentemente estudo da Embrapa. O Brasil já utiliza área muito superior a esta.

    Para cumprir a legislação vigente, teríamos que paralisar todos os empreendimentos que fossem ocupar novas áreas e devolver à natureza muitas das áreas que ocupamos atualmente. Tomando-se como exemplo na área rural, grande parte da produção de maçã em Santa Catarina, de café em Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo e de arroz no Rio Grande do Sul, não poderia continuar existindo. Na verdade, não há no mundo nenhuma nação que reserva para proteção da natureza porcentual sequer próximo ao mencionado. Se o fizéssemos, a deterioração da balança comercial seria rápida, comprometendo completamente a economia nacional.

    A questão é que o assunto meio ambiente ganhou uma conotação romântica, emocional, enraizada de mitos, no coração e mente das pessoas. Firmou-se de tal forma nos meios de comunicação, que qualquer pessoa que tenta explicar a necessidade de mudanças nas leis ambientais, com foco na sustentabilidade e não na "intocabilidade" dos recursos naturais, não é ouvida. É considerada, de plano, criminosa ambiental. A SRB pensa diferente, por convicção, não por conveniência, e por isso apóia o ministro Stephanes nesta jornada.

    0