Fala Produtor - Mensagem

  • Telmo Heinen Formosa - GO 21/10/2007 23:00

    O Brasil paga 500 milh&otilde;es de reais de juros por dia, s&aacute;bado,domingo etc... e ningu&eacute;m questiona! <br />Os juros s&atilde;o altos pela simples raz&atilde;o de que se forem menores o povo n&atilde;o emprestar&aacute; dinheiro suficiente para rolar a d&iacute;vida... &eacute; elementar isto!<br /> <br />Como resolver? S&oacute; dando um calote geral. Como? Por exemplo, anunciar que de um determinado dia em diante o Governo resgatar&aacute; os T&iacute;tulos P&uacute;blicos apenas no V E N C I M E N T O!!! Muito f&aacute;cil.<br /> <br />Quando a gente faz uma aplica&ccedil;&atilde;o de 30 dias, compra-se por exemplo um t&iacute;tulo que vence no ano de 2015. 30 dias depois, no resgate, se o Banco n&atilde;o encontrar outro candidato a este t&iacute;tulo para 2015... o pr&oacute;prio Tesouro o recompra. Que tal chegar o dia em que o Tesouro respondesse: s&oacute; vou compr&aacute;-lo no vencimento...<br />J&aacute; pensou o des&aacute;gio que ia dar neste t&iacute;tulos p&uacute;blicos?<br /> <br />&Eacute; impressionante como tem pessoas que ocupam altos postos no Governo, na Economia e na Imprensa, com pensamento equivocado. <br />Por qu&ecirc; equivocado?<br />Porque desenvolvem todo racioc&iacute;nio em cima do pensamento de que &eacute; verdadeira a premissa segundo a qual o &quot;pre&ccedil;o&quot; do d&oacute;lar est&aacute; caindo porquanto o fluxo de &quot;entrada&quot; de d&oacute;lares no pa&iacute;s &eacute; muito maior do que o fluxo de &quot;sa&iacute;da&quot;.<br /> <br />Quem tem este entendimento retr&oacute;grado, n&atilde;o entende o funcionamento do Mercado Futuro e muito menos da alavancagem proporcionada neste Mercado.<br /> <br />Solu&ccedil;&atilde;o?<br />A solu&ccedil;&atilde;o como sempre &eacute; mais simples do que f&aacute;cil. Basta estabelecer uma esp&eacute;cie de &quot;quarentena&quot; para estas aplica&ccedil;&otilde;es. &Eacute; inadmiss&iacute;vel que neste ramo sejam permitidos aos estrangeiros os neg&oacute;cios &quot;day trade&quot; (Compra pela manh&atilde; e venda pela tarde ou vice versa) e com nenhuma preocupa&ccedil;&atilde;o de fazer hedge.<br /> <br />Pense nisto.Consulte Especialistas. Discuta de outra forma. &Agrave;s vezes eu penso para mim que nem o Mantega entende a alavancagem do Mercado Futuro... Qual &eacute; a profiss&atilde;o dele? Professor ? Ah! ent&atilde;o est&aacute; explicado.<br /> <br />Na pr&aacute;tica a gram&aacute;tica sempre &eacute; outra...<br /> <br />Quanto a CPMF, por qu&ecirc; ser &quot;contra&quot; o &uacute;nico imposto que temos, insoneg&aacute;vel, e que ao mesmo tempo permite conclus&otilde;es de cunho fiscal ? <br />Por qu&ecirc; ningu&eacute;m quer discutir as verdadeiras causas da necessidade de tanto recolhimento de impostos ?<br /> <br />Ora, &eacute; por causa da d&iacute;vida.<br /> <br /><br />DOIS FALSOS DILEMAS <br /><br /> Ubiratan Iorio<br /> H&aacute; dois supostos dilemas circulando na pra&ccedil;a: o de que o governo n&atilde;o pode abrir m&atilde;o da CPMF sem que seja for&ccedil;ado a aumentar a carga tribut&aacute;ria e o de que o real estaria &ldquo;sobrevalorizado&rdquo;. Conversa fiada, que n&atilde;o faz dormir nem os et&eacute;reos bois de Renan.<br /><br /> O primeiro soa a chantagem e s&oacute; podemos lamentar que o inexpressivo ministro Mantega tenha pronunciado tamanho despaut&eacute;rio. &Eacute; evidente que o governo pode prescindir dos R$ 39 bi por ano do maldito imposto, desde que elimine despesas de pessoal! Propostas de redu&ccedil;&atilde;o gradual da CPMF, embora exteriormente bem intencionadas, n&atilde;o v&atilde;o ao &acirc;mago da quest&atilde;o, que &eacute; o incha&ccedil;o do setor p&uacute;blico. Devem ser recha&ccedil;adas.<br /><br /> Quanto &agrave; taxa de c&acirc;mbio, cabe a pergunta: comprar &eacute; melhor do que vender ou vender &eacute; melhor do que comprar? Para a Macroeconomia &ndash; cada vez mais distanciada do mundo real &ndash; a resposta parece ser a segunda op&ccedil;&atilde;o. H&aacute; uma pilha de artigos de economistas, jornalistas e exportadores reclamando da &ldquo;sobrevaloriza&ccedil;&atilde;o&rdquo; do real frente ao d&oacute;lar e espinafrando o regime de metas de infla&ccedil;&atilde;o com c&acirc;mbio flutuante que o Banco Central vem adotando desde a gest&atilde;o de Arm&iacute;nio Fraga, o que pode nos levar a julgar erradamente que o c&acirc;mbio flutuante &eacute; uma bobagem te&oacute;rica e o regime de metas outro devaneio acad&ecirc;mico. No mundo do faz-de-conta da Macroeconomia, um certo senhor batizado como &ldquo;Brasil&rdquo; negocia com outros homens e mulheres, chamados &ldquo;Estados Unidos&rdquo;, &ldquo;It&aacute;lia&rdquo;, &ldquo;Jap&atilde;o&rdquo;, &ldquo;Espanha&rdquo;, etc. No mundo real quem compra e vende n&atilde;o s&atilde;o &ldquo;pa&iacute;ses&rdquo;, s&atilde;o pessoas e empresas, privadas e p&uacute;blicas. Em transa&ccedil;&otilde;es livremente negociadas entre as partes, &eacute; &oacute;bvio que vender &eacute; bom para quem vende e comprar &eacute; melhor para quem compra! Mas os economistas, via de regra, costumam achar que, para o &ldquo;pa&iacute;s&rdquo;, vender (exportar) &eacute; melhor do que comprar (importar). &Eacute; um dos reflexos da cren&ccedil;a que aprenderam nos livros de Macroeconomia e que transmitem a seus alunos, a de que os economistas do governo n&atilde;o s&oacute; s&atilde;o capazes de realizar m&aacute;gicas, como devem encen&aacute;-las... <br /><br /> Assim, o real precisaria ser desvalorizado, seja em doses bruscas, seja ressuscitando-se o sistema de freq&uuml;entes minidesvaloriza&ccedil;&otilde;es implantado por Delfim em 1968 (crowling peg), pois o diferencial entre a taxa de juros brasileira e a internacional, na aus&ecirc;ncia de risco cambial, estaria atraindo d&oacute;lares em demasia para o pa&iacute;s, aumentando fortemente as importa&ccedil;&otilde;es e for&ccedil;ando o Banco Central a comprar d&oacute;lares para adicion&aacute;-los &agrave;s reservas internacionais, com os custos fiscais da&iacute; decorrentes. A avalia&ccedil;&atilde;o parece l&oacute;gica, mas padece de dois problemas: o primeiro &eacute; de forma&ccedil;&atilde;o da maioria dos economistas, habituados desde a mais tenra inf&acirc;ncia acad&ecirc;mica a raciocinarem em termos macroecon&ocirc;micos e o segundo &eacute; que, sendo economistas brasileiros, possuem gens brasileiros, que os induzem a confundir causas com efeitos, como dizia Roberto Campos... <br /><br /> O problema n&atilde;o est&aacute; no regime de metas de infla&ccedil;&atilde;o, que &eacute; bom (ou pelo menos, &eacute; o menos pior que at&eacute; agora se descobriu); tampouco &eacute; o c&acirc;mbio flutuante, j&aacute; que a taxa de c&acirc;mbio - como, ademais, todo e qualquer pre&ccedil;o -, deve flutuar, at&eacute; mesmo para que seja de fato um pre&ccedil;o e n&atilde;o um pseudo-pre&ccedil;o (como Mises os denominava quando controlados pelo governo). A quest&atilde;o &ndash; clar&iacute;ssima, mamma mia! - s&atilde;o as necessidades de financiamento do setor p&uacute;blico, que tendem a aumentar com o furor empregat&iacute;cio deste governo e que impossibilitam nossa taxa de juros de cair a ponto de refrear o ingresso de capitais no pa&iacute;s. Controlar a entrada destes n&atilde;o resolve, porque equivaleria a esnobar os d&oacute;lares de que precisamos. N&atilde;o podemos contemporizar com quem nos extorque: o Estado deve ajustar-se &agrave; Na&ccedil;&atilde;o e n&atilde;o esta a ele! Quando praticarmos isto, os juros cair&atilde;o, o d&oacute;lar subir&aacute; (se tiver que subir), a CPMF desaparecer&aacute; e o Brasil ser&aacute; outro. Melhor, bem melhor!

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