Caro João Batista Olivi: O mercado financeiro no Brasil tem sido selvagem, abrupto e envolto na selva de inesperadas explicações com os cidadãos brasileiros. No entanto, o governo brasileiro trata os agricultores de maneira diferenciada. O setor terciário tem crédito porque gera mais empregos, o secundário leva o lucro e o primário paga a conta. Essa conta é-nos cobrada com juros de agiota, com rigor da lei e com a não competência do setor bancário por meio de seu representante, o gerente. Se ele tivesse visão empreendedora, suas ações seriam uma observação constante do comportamento do cliente em suas operações financeiras, seja por meio de seu histórico seja pelos investimentos em andamento ou finalizados. O que se vê em nossa região é um gerente que não administra negócios, bens ou serviços para o cliente, não faz o banco crescer, a região não prospera, o produtor não se sente seguro e todos perdem com a falta de perspectiva e de visão de possibilidades de solução. É isso que vejo aqui na região de Abelardo Luz-SC, capital da semente de soja. Gerentes que possuem um cargo e esquecem sua função de ponte entre governo e produtor rural, sua produção e seu capital humano. Não temos holerite no final do mês e quando vendemos a produção, precisamos administrar as contas, mas também precisamos comer, ter qualidade de vida, ter saúde, educação, moradia, transporte, comunicação e manter toda a infra-estrutura de produção com funcionários, combustível, mecânicos e peças para o maquinário, pagamento dos insumos, luz, gás, telefone etc. O que nos faz diferentes? Talvez o ar, a água... E nossas dívidas com o Banco do Brasil. Mas é correto um gerente não se comunicar com o cliente e encaminhar carta registrada em cartório para lhe dizer que está em débito, que se não pagar em 5 dias seus bens serão arrestados? Afinal, um banco negocia ou executa? Será que sou tão velha a ponto de pensar que tenho direitos, não obstante ter dívidas? Sei que tenho deveres, mas quero honrá-los dentro de variáveis reais, ou seja, dívidas devem ser cobradas em tempo de colheita. Paguei o que foi possível e agora espero colher o trigo para pagar o restante. Minha pergunta é: posso pagar o total da dívida de custeio 2006/2007 na colheita do trigo, final de novembro? Obrigada pela atenção e perdoe-me pela extensão da carta. Sua fã do mercado & Cia, Roceli Spautz.
Caro João Batista Olivi: O mercado financeiro no Brasil tem sido selvagem, abrupto e envolto na selva de inesperadas explicações com os cidadãos brasileiros. No entanto, o governo brasileiro trata os agricultores de maneira diferenciada. O setor terciário tem crédito porque gera mais empregos, o secundário leva o lucro e o primário paga a conta. Essa conta é-nos cobrada com juros de agiota, com rigor da lei e com a não competência do setor bancário por meio de seu representante, o gerente. Se ele tivesse visão empreendedora, suas ações seriam uma observação constante do comportamento do cliente em suas operações financeiras, seja por meio de seu histórico seja pelos investimentos em andamento ou finalizados. O que se vê em nossa região é um gerente que não administra negócios, bens ou serviços para o cliente, não faz o banco crescer, a região não prospera, o produtor não se sente seguro e todos perdem com a falta de perspectiva e de visão de possibilidades de solução. É isso que vejo aqui na região de Abelardo Luz-SC, capital da semente de soja. Gerentes que possuem um cargo e esquecem sua função de ponte entre governo e produtor rural, sua produção e seu capital humano. Não temos holerite no final do mês e quando vendemos a produção, precisamos administrar as contas, mas também precisamos comer, ter qualidade de vida, ter saúde, educação, moradia, transporte, comunicação e manter toda a infra-estrutura de produção com funcionários, combustível, mecânicos e peças para o maquinário, pagamento dos insumos, luz, gás, telefone etc. O que nos faz diferentes? Talvez o ar, a água... E nossas dívidas com o Banco do Brasil. Mas é correto um gerente não se comunicar com o cliente e encaminhar carta registrada em cartório para lhe dizer que está em débito, que se não pagar em 5 dias seus bens serão arrestados? Afinal, um banco negocia ou executa? Será que sou tão velha a ponto de pensar que tenho direitos, não obstante ter dívidas? Sei que tenho deveres, mas quero honrá-los dentro de variáveis reais, ou seja, dívidas devem ser cobradas em tempo de colheita. Paguei o que foi possível e agora espero colher o trigo para pagar o restante. Minha pergunta é: posso pagar o total da dívida de custeio 2006/2007 na colheita do trigo, final de novembro? Obrigada pela atenção e perdoe-me pela extensão da carta. Sua fã do mercado & Cia, Roceli Spautz.