Fala Produtor - Mensagem

  • Flávio Pompei Uberaba - MG 15/04/2011 00:00

    Jovem brasileiro,

    Na juventude de minha consciência efervescente, maturada pelos quase 65 anos, retomo meu GRITO DE ESPERANÇA a você. Para que prossiga a luta de vida dos seus pais e avós pela melhoria e engrandecimento desse nosso país. Esperança de que acorde para a realidade e atue contra as injustiças, descaminhos e desordem institucional que maus brasileiros semeiam aos seus filhos, nossos netos e bisne-tos.

    Esforços e sofrimentos foram pagos pela minha geração e de antecessores, como “pedágio” para que recebesse o Brasil de que desfruta. Nessa sua “viagem de reflexão” sobre os últimos noventa a cem anos perceberá que os germes do maior dos males contemporâneos não pereceram: inflação e desordem tributária. São terríveis porque estimulam mais benesses e privilégios que os poderes constituídos sempre “arrumam o jeito” de conceder a si próprios e aos seus “companheiros e compadres”. Não se esqueçam que mais tarde, travestidos em “cláusulas pétreas da constituição”, tais “mordomias” continuarão custeadas pelos “nunca jamais” consultados na história desse país”, todos nós e futuramente mais por você e seus filhos. São despesas moral e eticamente injustificáveis quando analisadas com isenção. Desestabilizam a economia, desorganizam o sistema produtivo e aumentam o “custo Brasil”, corroendo nossa competitividade já sofrível no mundo globalizado. Destroem a auto-estima dos “ainda” honestos, aniquilam a renda do trabalho e desestimulam a honradez no exercício público. O pior, entretanto, é que o vulto dos privilégios constroem verdadeira “castas públicas”, tirando o foco das causas para a luta inglória contra efeitos perversos. Semeiam um “salve-se quem puder”. A luta pela autodefesa econômica diminui a racionalidade do cidadão e estimula a emotividade (má conselheira) das atitudes. A desorganização social se estabelece lentamente, favorecendo apenas aos politicamente imorais que se acobertam do pseudolegalismo de seus atos.

    Nossas “crises econômicas” do século XX tiveram causas semelhantes: indexação e inflação, mas a desordem tributária e econômica precedeu a ambos. Tudo começa com a defesa da indexação, arma fundamental dom peleguismo e da incompetência. O Plano Real pretendeu acabar com a praga da indexação em todos os contratos, públicos e privados. É verdade que diminuiu muito, sem nunca ter acabado como atestam os contratos das concessões públicas e as tarifas administradas. Observe, caríssimo jovem, que a inércia coletiva contra a improbidade na gestão da coisa pública tem fomentado as gritas pela reindexação, reaglutinando forças demoníacas da inflação que retornará mais forte. As capciosas correções do poder aquisitivo das remunerações, proventos, soldos e benesses, as correções dos débitos fiscais e tributários (sem que o próprio estado aceite tais parâmetros para suas dívidas), as correções automáticas de contratos particulares e públicos e, finalmente, o famigerado fator previdenciário (que só se aplica às minguadas aposentadorias privadas) são apenas mais evidências da reindexação silenciosa. A correção automática do salário mínimo (como já decretado), regozijado pelas pseudocentrais sindicais que só sobrevivem pela obrigatoriedade da contribuição sindical retirada a fórceps de todos os salários. Afinal esse é o modus faciendi com que manipularam o presidente apedeuta e como atuam com sua aluna.

    Da forma como os fatos se desenrolam no Versalhes dos três poderes fica claro que não tardará à inflação readquirir vida própria. Os menos favorecidos sofrerão o maior ônus pelo pagamento da conta desta “festa de benesses e privilégios” encomendada por maus brasileiros. O exercício do compadrio desmesurado e o aparelhamento do estado e das instituições, pela “companheirada faminta”, já nem merece adjetivação por tão torpe.

    A “revolução dos militares” perdeu a si própria ao ungir incompetentes para suceder ao patriota Castelo Branco e, como nação, nós civis também fraquejamos e falhamos ao eleger a incompetência para sucessão do patriota FHC. Os fundamentos que estavam sendo edificados para chegarmos ao primeiro mundo, “a duras custas”, estão sendo desconstruídos. Uma rede nefasta para proteção da renda e poder de uma minoria se expande no serviço público e empresas estatais. Agora cabe a você, caríssimos jovem, a responsabilidade pela reação a esse “status quo”, enquanto há tempo. Sua inércia de hoje lhe garantirá a dívida de amanhã. Seguindo religiosamente o viés econômico de socializar as despesas e privatizar os lucros, a companheirada evita confessar a herança maldita que o patrono legou à aluna.

    Contra um aumento muito menor do que o atual, a “derrama” no período do império, aconteceu a Inconfidência Mineira. A carga tributária foi aumentada absurdamente pelo presidente apedeuta e o que o legislativo fez nesses oito anos?...

    A incapacidade para gerir a máquina pública estimula a voracidade por mais impos-tos, tributos, contribuições e outros pseudônimos da arrecadação. Os sons da volta da CPMF, aumento da CIDE e petróleo (no país auto-suficiente desde 2007) e a resistência à reforma tributária confirmam a estratégia dos inconseqüentes.

    Por crer na idoneidade da juventude e no patriotismo dos jovens ouso alertá-los para que vejam o que estão fazendo com nosso país e instituições. Mais do que ver, enxerguem o que tramam contra o seu que é nosso futuro. Dispenso-me de sugerir que avaliem os três poderes, porque a pequenez da maioria os levou a perda de si próprios. Afinal, um governo com 37 ministérios não pode ser considerado sério, nem mesmo por apedeutas.

    Processe as informações da mídia, use o senso de patriota que é e, por favor, assu-ma os próprios julgamentos e aja!... O país e a sua geração é que está em risco. A minha “correu da polícia” sem n8nca abandonar os ideais e a luta por um Brasil mais digno, mais honesto e justo. Agora é sua vez de agir e sei que ouvirá o clamor da razão. Alguns entre vocês vociferarão que houve “guerrilheiros” entre os nós, mas compreendam que também erramos e tivemos insensíveis e incompetentes entre nós. Cometemos equívocos por não ter dado valor aos “vices”. Escolhemos Jânio e ganhamos um “jango”, escolhemos Tancredo e ganhamos a oligarquia dos sarney, mas em compensação escolhemos Collor e ganhamos um Itamar. Soubemos escolher um FHC, mas depois sucumbimos ao Lulla. Nunca antes na história desse país assistimos a “onda” tão gigantesca de insensatez e corrupção como vivenciada nesses últimos oito anos. Esse “cara” colheu o que não plantou e semeou a erva daninha da indexação. São vocês, jovens, que colherão as consequências dessa ignonímia.

    Nosso legislativo mergulhado em questiúnculas sobre “quem come mais de que” é pouco provável que acordará a tempo de desempenhar as próprias funções, para dar um basta nessa “bagunça institucionalizada”. Por Temer mais um “vice” o legislativo reajustou e reindexou os próprios ganhos ao apagar das luzes de 2010, desdenhando do patriotismo de nossos jovens.

    A Revolução Francesa deu voz às multidões que nos legou a democracia. Auguro que o clamor dos árabes e asiáticos nos legue o amor pela participação, a coragem para lutar, a civilidade para exigir, a dignidade e honradez para agir. Não sei se verei o raiar desse novo tempo, mas perseverarei na crença de que o jovem de meu país saberá escolher o melhor caminho, exatamente por deter a responsabilidade pela edificação de uma cultura mais decente, ética e que seja bom exemplo para nossos netos. Prefiro confiar neles e lhes desejo Boa sorte!...

    Comentário referente a notícia: [b]Cuidado! Imprensa trabalhando. Ou: Da burrice alastrante[/b]

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