A propósito da Manchete da entrevista de João Birkhan (Diretor CentroGrãos-FAMATO) - ao Sr. Frederico Olivi. <br />"Soja: Centro Grãos propõe à holding chinesa comercialização da soja direto do produtor sem intermédio das tradings." ( o grifo é meu )<br /><br />Eu digo que, o correto seria: Com a ajuda de uma Trading, a Centro-Grãos propõe à holding chinesa a comercialização da soja direto do produtor. <br /><br />A entrevista, me parece, traz à tona a conveniência de uma discussão sobre o papel das verdadeiras Tradings, que é o de promover as exportações diretas do Produtor, seja industrial ou agrícola, intermediando sim, as vendas e recebendo apenas e tão somente uma comissão percentual do valor das exportações, e porque não, das importações de insumos prontos.. <br /><br />Esse foi o papel fundamental que exerceram e elevaram tão alto as exportações do Japão, a partir de quando foram criadas há algumas décadas, após o fim da última guerra mundial. Nós aqui no Brasil não temos Tradings na verdadeira acepção da palavra, pelo menos não as vejo trabalhando nesse mercado de soja. <br /><br />Portanto, já que seu papel seria fomentar as exportações, agricultores médios a grandes, poderiam, através de uma Associação de Produtores criar a sua própria Trading ou contratar uma já existente, para fazer a exportação direta em nome do produtor, formando lotes, com a inscrição prévia dos interessados, já com o preço que a holding chinesa quer pagar, qual o mês do embarque, negociariam com um Armazém Geral no Porto, de inquestionável credibilidade e segurança, para onde o agricultor teria que enviar a sua soja, bancando ele mesmo o frete até o Porto escolhido.<br /><br />Os procedimentos de troca dos Warrants pelo depósito dos dólares do importador no Banco indicado a favor do produtor/exportador depois de embarcada a mercadoria, e em seguida o cambio desses dólares, naturalmente ficariam a cargo da Trading mediante um percentual de ganho para cobrir seus custos, não envolvendo o caixa do exportador com o da empresa. <br /><br />Não seria preciso que se completasse a carga de um navio apenas para essa Associação de Produtores, como disse o entrevistado, pois os mesmos navios que carregam soja das multinacionais completam a carga com o embarque de outros exportadores, entre os quais, a soja dos produtores. A questão está na garantia da entrega pelo produtor, no porto e no prazo, que não poderia falhar sob pena de pesadas multas por espera de navio e o não embarque, caso tenha sido contratado Adiantamento de Cambio. <br /><br />Porém isso em nada ajudaria aumentar a sua renda, o máximo que conseguiriam seria economizar as taxas e o lucro que as empresas exportadoras tem nesse mercado. O que mudaria para melhor a renda dos plantadores de soja seria não ter que fazer as vendas antecipadas fora de época, como vem fazendo há tempos com as multi. <br /><br />Haverá, no entanto, o ano que isso será interessante, o que vai se repetir no final de 2.008 até abril de 2.009. como foi no final de 2003 até o inicio da colheita em 2004, quando as cotações começaram a cair e o pessoal deixou de vender a soja a R$ 50,00 para vender quase pela metade do preço.<br /><br />Sem um perfeito conhecimento da hora, dia e mês de vender a sua produção, exportando direto ou vendendo para as multi locais, só vai ganhar se aprender a hora de vender, não se rendendo antes da hora, como ocorreu novamente este ano (2007/2008).<br /><br />Em fevereiro escrevi um comentário neste site e, concedi uma entrevista para o Sr. Aleksander, alertando que a forma com que os produtores de soja vem se financiando com as multinacionais lhes trazem prejuízos, já que para plantarem vendem antecipado a sua produção, e quando os preços reagem já perderam rios de dinheiro.<br /><br />Novamente em 9/05/07, através de comentário postado e na entrevista que o Sr. Aleksander me deu a honra de gravar, ainda alertei que este não era ano de seca nos EE.UU, e portanto, não havia que se falar em mercado de clima. Aconselhava que esticassem o prazo de fechamento de maio/junho para setembro/outubro de 2.008, nos adiantamentos que fizessem com as multis e nos custeios bancários, pois 2008 é ano da repetição sistemática, qüinqüenal, do El Nino. Também que não fixassem os preços, que na oportunidade estava em US$ 11,00 dólares em Rondonópolis, pois achava que iria a US$ 15,00 e ela hj já está em torno de US$ 16,00 a saca para a safra. <br />Ao ler neste site uma que, na média, 50% da safra de 2007/2008 já foram comercializadas lastimei profundamente, pois apesar disso tudo estar previsto e comentado por mim, novamente o prejuízo dos produtores deve ter sido grande, mais de 30% em relação às cotações de hj. Dessa forma fica difícil e demorado o pagamento das contas velhas.<br /><br />A propósito das cotações atuais de Chicago, acho que nem mesmo o aumento da demanda na China e Índia e a confirmação de uma migração maior de área de soja para o milho, de 11 para 14%, justificariam toda essa alta ainda este ano. Eu a esperava para o segundo semestre de 2.008. Porém, hoje penso, apenas penso, que os gringos irmãos do norte já se tocaram sobre o repetéco do El Niño em 2008 e já se espertaram, se adiantaram, e querem mais por sua soj deste ano. .<br /><br />Mantido esse mesmo percentual da migração para o milho em 2008 e acontecendo o El Nino, a produção deles ficará em torno de 60 milhões de ton. Eu havia previsto US$ 12 a 13,00 dólares por bushel ou US$ 25 a 26,00 dólares nos portos para setembro/outubro de 2008, diante das cotações atuais acima de US$ 22,00, acho que poderá chegar facilmente aos US$ 30,00 a saca.<br /><br />[email protected]
A propósito da Manchete da entrevista de João Birkhan (Diretor CentroGrãos-FAMATO) - ao Sr. Frederico Olivi. <br />"Soja: Centro Grãos propõe à holding chinesa comercialização da soja direto do produtor sem intermédio das tradings." ( o grifo é meu )<br /><br />Eu digo que, o correto seria: Com a ajuda de uma Trading, a Centro-Grãos propõe à holding chinesa a comercialização da soja direto do produtor. <br /><br />A entrevista, me parece, traz à tona a conveniência de uma discussão sobre o papel das verdadeiras Tradings, que é o de promover as exportações diretas do Produtor, seja industrial ou agrícola, intermediando sim, as vendas e recebendo apenas e tão somente uma comissão percentual do valor das exportações, e porque não, das importações de insumos prontos.. <br /><br />Esse foi o papel fundamental que exerceram e elevaram tão alto as exportações do Japão, a partir de quando foram criadas há algumas décadas, após o fim da última guerra mundial. Nós aqui no Brasil não temos Tradings na verdadeira acepção da palavra, pelo menos não as vejo trabalhando nesse mercado de soja. <br /><br />Portanto, já que seu papel seria fomentar as exportações, agricultores médios a grandes, poderiam, através de uma Associação de Produtores criar a sua própria Trading ou contratar uma já existente, para fazer a exportação direta em nome do produtor, formando lotes, com a inscrição prévia dos interessados, já com o preço que a holding chinesa quer pagar, qual o mês do embarque, negociariam com um Armazém Geral no Porto, de inquestionável credibilidade e segurança, para onde o agricultor teria que enviar a sua soja, bancando ele mesmo o frete até o Porto escolhido.<br /><br />Os procedimentos de troca dos Warrants pelo depósito dos dólares do importador no Banco indicado a favor do produtor/exportador depois de embarcada a mercadoria, e em seguida o cambio desses dólares, naturalmente ficariam a cargo da Trading mediante um percentual de ganho para cobrir seus custos, não envolvendo o caixa do exportador com o da empresa. <br /><br />Não seria preciso que se completasse a carga de um navio apenas para essa Associação de Produtores, como disse o entrevistado, pois os mesmos navios que carregam soja das multinacionais completam a carga com o embarque de outros exportadores, entre os quais, a soja dos produtores. A questão está na garantia da entrega pelo produtor, no porto e no prazo, que não poderia falhar sob pena de pesadas multas por espera de navio e o não embarque, caso tenha sido contratado Adiantamento de Cambio. <br /><br />Porém isso em nada ajudaria aumentar a sua renda, o máximo que conseguiriam seria economizar as taxas e o lucro que as empresas exportadoras tem nesse mercado. O que mudaria para melhor a renda dos plantadores de soja seria não ter que fazer as vendas antecipadas fora de época, como vem fazendo há tempos com as multi. <br /><br />Haverá, no entanto, o ano que isso será interessante, o que vai se repetir no final de 2.008 até abril de 2.009. como foi no final de 2003 até o inicio da colheita em 2004, quando as cotações começaram a cair e o pessoal deixou de vender a soja a R$ 50,00 para vender quase pela metade do preço.<br /><br />Sem um perfeito conhecimento da hora, dia e mês de vender a sua produção, exportando direto ou vendendo para as multi locais, só vai ganhar se aprender a hora de vender, não se rendendo antes da hora, como ocorreu novamente este ano (2007/2008).<br /><br />Em fevereiro escrevi um comentário neste site e, concedi uma entrevista para o Sr. Aleksander, alertando que a forma com que os produtores de soja vem se financiando com as multinacionais lhes trazem prejuízos, já que para plantarem vendem antecipado a sua produção, e quando os preços reagem já perderam rios de dinheiro.<br /><br />Novamente em 9/05/07, através de comentário postado e na entrevista que o Sr. Aleksander me deu a honra de gravar, ainda alertei que este não era ano de seca nos EE.UU, e portanto, não havia que se falar em mercado de clima. Aconselhava que esticassem o prazo de fechamento de maio/junho para setembro/outubro de 2.008, nos adiantamentos que fizessem com as multis e nos custeios bancários, pois 2008 é ano da repetição sistemática, qüinqüenal, do El Nino. Também que não fixassem os preços, que na oportunidade estava em US$ 11,00 dólares em Rondonópolis, pois achava que iria a US$ 15,00 e ela hj já está em torno de US$ 16,00 a saca para a safra. <br />Ao ler neste site uma que, na média, 50% da safra de 2007/2008 já foram comercializadas lastimei profundamente, pois apesar disso tudo estar previsto e comentado por mim, novamente o prejuízo dos produtores deve ter sido grande, mais de 30% em relação às cotações de hj. Dessa forma fica difícil e demorado o pagamento das contas velhas.<br /><br />A propósito das cotações atuais de Chicago, acho que nem mesmo o aumento da demanda na China e Índia e a confirmação de uma migração maior de área de soja para o milho, de 11 para 14%, justificariam toda essa alta ainda este ano. Eu a esperava para o segundo semestre de 2.008. Porém, hoje penso, apenas penso, que os gringos irmãos do norte já se tocaram sobre o repetéco do El Niño em 2008 e já se espertaram, se adiantaram, e querem mais por sua soj deste ano. .<br /><br />Mantido esse mesmo percentual da migração para o milho em 2008 e acontecendo o El Nino, a produção deles ficará em torno de 60 milhões de ton. Eu havia previsto US$ 12 a 13,00 dólares por bushel ou US$ 25 a 26,00 dólares nos portos para setembro/outubro de 2008, diante das cotações atuais acima de US$ 22,00, acho que poderá chegar facilmente aos US$ 30,00 a saca.<br /><br />[email protected]