Fala Produtor - Mensagem

  • JOSÉ DONIZETI PITOLI CORNÉLIO PROCÓPIO - PR 24/01/2024 14:15

    PINGOS DE INFORMAÇÃO:

    1 – ANTES TARDE DO QUE NUNCA

    Depois de 26 dias de severa estiagem, podemos comemorar o retorno da chuva. Nos últimos 4 dias o acumulado é de 128 milímetros. Só agradecimentos pela chuva que chega, ainda que tardia, já alguma coisa pode ser salva.

    2 – COLHEITA PRECOCE

    As primeiras lavouras (aquelas plantadas 15/09/2023 e 10/10/2023), com área estimada entre 12% e 16% - 5,5 e 7,5 milhões de hectares estão sendo ou serão colhidas até o final de janeiro. Com frequência regulares de chuvas estas lavouras vem apresentando pequenos índices de perdas, em decorrência da falta de umidade na fase final de ciclo. Com grãos mais leves, produtores indicam perdas na ordem de 6% e 15% - produtividade oscilando entre 50 e 63 sacas por hectare.

    3 – BALCÃO DE CRÉDITO FECHADO PARA O AGRO

    Se algum produtor chegar aos bancos para pedir empréstimos receberão a seguinte resposta: "Não tem limite na carteira, o volume autorizado pelo governo federal já foi tomado e estamos aguardando novas liberações". Ou seja, prevendo baixos índices de produtividade as instituições deram um stand by nas liberações até que tenham uma melhor avaliação do cenário nas lavouras.

    Seguem na contramão das previsões de boa produtividade.

    4 – O GROSSO VEM EM PLENO CARNAVAL

    Emprestando o verbete dito pelo presidente, em fevereiro estará sendo colhido aquilo que podemos chamar de "o grosso da safra".

    Com área estimada entre 48% e 64% ou 25 e 30 milhões de hectares, serão colhidas as lavouras que mais sentiram os efeitos do maior veranico dos últimos 20 anos.

    É aí que "entra o grosso". O maior volume de área colhida e a menor produtividade média estimada, com perdas previstas entre 30% e 40%, produtividade oscilando entre 35 e 45 sacas por hectare. Prenúncio de problemas no cumprimento de contratos e falta de liquidez.

    No restante da área plantada, algo em torno de 15 a 17 milhões de hectares, a produtividade fica nas mãos da natureza, tamanho foram os efeitos com o atraso no plantio, estiagem na fase de emergência, floração e desenvolvimento; e agora os temporais que vem ocorrendo.

    5 – CONAB e USDA

    Em compasso de espera, o mercado aguarda que no próximo relatório (fevereiro) a CONAB já tenha realizado uma melhor avaliação dos efeitos da estiagem sobre as lavouras, afinal os técnicos precisam calçar a botina, ir a campo e apresentar um relatório mais realista. Nessa toada, safra recorde já era.

    Sempre muito conservador o USDA deverá também incluir em seus números os danos da estiagem. Porém já se esperam informações de previsão, mitigando o impacto da quebra Brasileira nos preços das commodities, arrematando um equilíbrio da quebra com aumento na produção Argentina e menor demanda.

    Ainda assim, os indicativos são de que os estoques mundiais serão abaixo ou muito próximos de 100 milhões de toneladas.

    6 – ESTOQUES NACIONAIS MENORES

    Com as expectativas iniciais de safra o Brasil teria estoques finais na ordem de 35,8 milhões de toneladas; agora com a quebra na produção esses estoques poderão ser os menores já vistos. Os mais pessimistas dizem que chegará a zero.

    7 – VAI FALTAR MILHO?

    Aí vem o desespero .....! É sonho ou realidade?

    Analistas já iniciaram o plantio dos boatos comentando a possível falta de milho, a noticia visa estimular o plantio. As mais recentes previsões apontam para uma forte escassez na oferta de milho. Motivos: a) – Crescimento na demanda interna; b) - Exportação. Será?

    Por mais que nossos agricultores concentrem esforços no aumento da produção, são necessários um conjunto de medidas de apoio, não podendo faltar: crédito; insumos de boa qualidade; amparo do seguro agrícola; e o fator principal, chuva. O resto é consequência desse conjunto e um trabalho que nossos agricultores sabem fazer bem, produzir.

    Aqui, terra molhada e céu com nuvens. A esperança e a fé, nos mantém em pé ......!

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