Fala Produtor - Mensagem
-
Carlos Massayuki Sekine Ubiratã - PR 11/11/2022 12:56
Comentário referente a notícia: Custos de importação de alimentos atingem recorde, ameaçando os mais pobres, diz FAO-
carlo meloni
sao paulo - SP
COM CERTEZA NAO E" PELO VALOR QUE O PRODUTOR RECEBE,,, MAS PELO VALOR QUE O ATRAVESSADOR ADICIONA
-
carlo meloni
sao paulo - SP
Nesse momento, a população mundial está chegando aos 8 bilhões de habitantes. Muitos desafios estão relacionados a esse fato. Um dos mais preocupantes é como produzir alimento suficiente e a preços acessíveis, preservando o meio ambiente?
A resposta é.... Tecnologia. E nesse contexto, o Brasil vai ter um papel fundamental no futuro.
Nos últimos 40 anos tivemos 406% de incremento na produção de grãos no Brasil com um crescimento de apenas 64% na área plantada.
Produzimos cerca de 10% dos grãos do mundo ocupando menos de 3% da área agrícola do planeta.
Temos a singularidade de plantar e colher cerca de 72 milhões de hectares ocupando apenas 53 milhões de hectares de terras, pois colhemos 2 ou até 3 safras por ano em grande parte das nossas áreas agrícolas.
Apenas nos 40 milhões de hectares ocupados pela soja (4,7% do território nacional) que depois são parcialmente ocupados pelo milho safrinha e pelo trigo (sem contar o algodão safrinha e outras culturas menores como sorgo, cevada e aveia) produzimos aproximadamente 100 milhões de toneladas de carboidrato, 54 milhões de toneladas de proteína e 28 milhões de toneladas de óleo. São números de 2022 quando tivemos problemas sérios de seca no centro sul. Para 2023 esses números serão de 10 a 15% maiores.
Para se ter uma idéia, essa quantidade de proteína equivale a 2,7 vezes a proteína de todo o pescado recolhido anualmente em todos os rios e oceanos do mundo (excetuando os peixes de cativeiro que também são alimentados com proteína de soja). Ao contrário da narrativa de socialistas e ambientalistas, essa produção massiva de nutrientes de alta qualidade em relativamente pouco espaço está salvando o planeta. Sem contar que essa mesma área sequestra anualmente cerca de 180 milhões de toneladas de CO2 equivalente.
A evolução tecnológica não para por aqui. Muito pelo contrário. Estamos apenas no início de uma revolução digital e biotecnológica. Novas técnicas de edição gênica e RNA interferente são tecnologias que baixam o custo e democratizam o melhoramento genético. Isso dará oportunidade para pequenas empresas e startups acelerando a inovação em um mercado que hoje está na mão de apenas 4 grandes multinacionais (Bayer, Syngenta, Corteva e Basf). A tecnologia embarcada em novos equipamentos aliado ao geoprocessamento e a disponibilização de conexão digital vão gerar incrementos de produtividade e qualidade no campo, além de criar oportunidades de emprego de alta qualidade. É o computador substituindo a enxada.
Esse é um lado da moeda. O outro lado representa uma missão árdua que teremos pela frente que é melhorar a nossa imagem que, nos últimos anos, tem sido esculhambada pela esquerda e pela mídia tradicional. Para tanto, vamos ter que embarcar, queiramos ou não, na onda ESG (sustentabilidade). Estamos muito à frente da maioria, porém vamos ter que melhorar e também mostrar o que estamos fazendo de bom. Como se diz no campo, vamos ter que matar a cobra e mostrar o pau.
Tudo isso teremos que fazer em um ambiente que, se já era hostil a nós, com esse novo governo deve piorar ainda mais. Mas acredito que encontraremos o nosso caminho, pois o Brasil e o mundo precisam de nós.
Só leva pedrada a árvore que dá bons frutos.