Custos de importação de alimentos atingem recorde, ameaçando os mais pobres, diz FAO

Publicado em 11/11/2022 10:01

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Por Maytaal Angel

LONDRES (Reuters) - Os custos de importação de alimentos em todo o mundo devem atingir um recorde de quase 2 trilhões de dólares em 2022, pressionando os países mais pobres do mundo, que provavelmente enviaram volumes consideravelmente menores de alimentos, disse a Agência de Alimentos da ONU (FAO) nesta sexta-feira.

Os preços mundiais dos alimentos atingiram níveis recordes em março, depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, um importante produtor de grãos e oleaginosas, e embora tenham recuado um pouco desde então, permanecem acima dos altos níveis do ano passado.

O aumento está afetando desproporcionalmente os países economicamente vulneráveis, e espera-se que isso permaneça no próximo ano, mesmo que a situação geral da oferta agrícola deva melhorar um pouco.

"Estes são sinais alarmantes do ponto de vista da segurança alimentar", disse a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) em seu relatório semestral Food Outlook.

A conta mundial de importação de alimentos deve chegar a 1,94 trilhão de dólares este ano, um aumento de 10% em relação ao ano anterior e acima do esperado anteriormente, disse a FAO.

Em termos de insumos agrícolas, como fertilizantes, que exigem muita energia para serem produzidos, a FAO disse que os custos globais de importação devem aumentar quase 50% este ano, para 424 bilhões de dólares, forçando alguns países a comprar e usar menos esses produtos.

Isso inevitavelmente levará a uma menor produtividade, menor disponibilidade doméstica de alimentos e "repercussões negativas na produção agrícola global e na segurança alimentar" em 2023, disse.

(Por Maytaal Angel)

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • Carlos Massayuki Sekine Ubiratã - PR

    Nesse momento, a população mundial está chegando aos 8 bilhões de habitantes. Muitos desafios estão relacionados a esse fato. Um dos mais preocupantes é como produzir alimento suficiente e a preços acessíveis, preservando o meio ambiente?

    A resposta é.... Tecnologia. E nesse contexto, o Brasil vai ter um papel fundamental no futuro.

    Nos últimos 40 anos tivemos 406% de incremento na produção de grãos no Brasil com um crescimento de apenas 64% na área plantada.

    Produzimos cerca de 10% dos grãos do mundo ocupando menos de 3% da área agrícola do planeta.

    Temos a singularidade de plantar e colher cerca de 72 milhões de hectares ocupando apenas 53 milhões de hectares de terras, pois colhemos 2 ou até 3 safras por ano em grande parte das nossas áreas agrícolas.

    Apenas nos 40 milhões de hectares ocupados pela soja (4,7% do território nacional) que depois são parcialmente ocupados pelo milho safrinha e pelo trigo (sem contar o algodão safrinha e outras culturas menores como sorgo, cevada e aveia) produzimos aproximadamente 100 milhões de toneladas de carboidrato, 54 milhões de toneladas de proteína e 28 milhões de toneladas de óleo. São números de 2022 quando tivemos problemas sérios de seca no centro sul. Para 2023 esses números serão de 10 a 15% maiores.

    Para se ter uma idéia, essa quantidade de proteína equivale a 2,7 vezes a proteína de todo o pescado recolhido anualmente em todos os rios e oceanos do mundo (excetuando os peixes de cativeiro que também são alimentados com proteína de soja). Ao contrário da narrativa de socialistas e ambientalistas, essa produção massiva de nutrientes de alta qualidade em relativamente pouco espaço está salvando o planeta. Sem contar que essa mesma área sequestra anualmente cerca de 180 milhões de toneladas de CO2 equivalente.

    A evolução tecnológica não para por aqui. Muito pelo contrário. Estamos apenas no início de uma revolução digital e biotecnológica. Novas técnicas de edição gênica e RNA interferente são tecnologias que baixam o custo e democratizam o melhoramento genético. Isso dará oportunidade para pequenas empresas e startups acelerando a inovação em um mercado que hoje está na mão de apenas 4 grandes multinacionais (Bayer, Syngenta, Corteva e Basf). A tecnologia embarcada em novos equipamentos aliado ao geoprocessamento e a disponibilização de conexão digital vão gerar incrementos de produtividade e qualidade no campo, além de criar oportunidades de emprego de alta qualidade. É o computador substituindo a enxada.

    Esse é um lado da moeda. O outro lado representa uma missão árdua que teremos pela frente que é melhorar a nossa imagem que, nos últimos anos, tem sido esculhambada pela esquerda e pela mídia tradicional. Para tanto, vamos ter que embarcar, queiramos ou não, na onda ESG (sustentabilidade). Estamos muito à frente da maioria, porém vamos ter que melhorar e também mostrar o que estamos fazendo de bom. Como se diz no campo, vamos ter que matar a cobra e mostrar o pau.

    Tudo isso teremos que fazer em um ambiente que, se já era hostil a nós, com esse novo governo deve piorar ainda mais. Mas acredito que encontraremos o nosso caminho, pois o Brasil e o mundo precisam de nós.

    Só leva pedrada a árvore que dá bons frutos.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      COM CERTEZA NAO E" PELO VALOR QUE O PRODUTOR RECEBE,,, MAS PELO VALOR QUE O ATRAVESSADOR ADICIONA

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