Soja: Mercado em forte alta nesta segunda-feira, por Miguel Biegai

Bom dia! Os contratos futuros de soja na Bolsa de Chicago operam em forte alta nesta nadrugada de segunda-feira (03 de julho). O contrato driver novembro/17, vai trabalhando com valorização expressiva de 20 centavos, e vai sendo cotado a US$ 974,50 cents/bushel. O movimento também é bem forte, com mais de 35 mil contratos negociados somente neste vencimento, sendo que o nomal é trabalhar com um volume de 8 a 10 mil contratos. Esse número também impressiona porque amanhã é feriado nos EUA, e a sessão de hoje tem fechamento antecipado.  E normalmente o pregão que antece o feriado de 4 de julho tende a ser morno. Mas não é o que está acontecendo dessa vez.

Os relatórios de sexta-feira foram particularmente altistas para a soja. O relatório de área plantada trouxe área menor do que o esperado pelo mercado, em 36,23 milhões de hectares, com 130 mil hectares a menos do que a média estimada pelo mercado. Mas tinha operador esperando até 36,83 milhões de acres. Nos relatório trimestral de estoques, o USDA indicou estoques de 26,2 milhões de toneladas, e quase 500 mi toneladas a menos do que o mercado esperava. Ou seja, os dois relatórios foram considerados altistas para a soja.

Diante da surpresa dos números na soja, a indefinição climática nas Dakotas (com os preços do trigo literalmente explodindo), e quando os fundos olharam para suas carteiras muito carrregadas de posições vendidas, a ordem que veio dos traders seniors foi:  Compra, compra, compra!

Os mapas dessa segunda-feira seguem trazendo tempo quente e seco para o centro-norte dos EUA e sul do Canadá. O trigo Mineapollis (hard red spring) 1set/17 está sendo cotado acima de US$ 800,00 cents/bushel nesta manhã, enquanto o trigo Kansas (hard red winter) foi a US$ 544 cents/bushel e o trigo CBOT (soft) vale US$ 540,00 c/bushel. Ou seja, estão nas máximas em mais de um ano. O trigo Mineapollis estava a US$ 550 a um mês atrás.

A forte alta da soja em Chicago, no entanto, pode fazer com que os compradores chineses foquem a demanda na América do Sul nesta segunda-feira, e com isso cancelando alguns embarques de soja americana nos próximos dias. Veremos. No entanto, se a idéia é se proteger contra alguma estiagem nos EUA, é possível que os chineses cancelem poucos embarques americanos, o que obrigaria o USDA a rever seus estoques no próximo relatório mensal de Oferta & Demanda.

Graficamente, a soja rompeu, na sexta-feira, o grande canal de baixa em que estava “preso” desde o começo do ano. Há vários dias que estamos alertando que US$ 940 era o número a ser observado. O fechamento a US$ 954 foi um rompimento “como manda o figurino”. Ou seja, fechou bem acima da resistência e com bastante volume de negócios. O novembro/17 negociou cerca de 200 mil contratos na sexta-feira. Nesta madrugada, o mercado está sendo “squeezado”, ou seja, abriu com um “gap” (buraco) entre as máximas de sexta (US$ 958)  e as mínimas de hoje (US$ 963,00). Alguns analistas de mercado dizem que o mercado volta para “fechar os gaps”. Ou seja, de acordo com esta teoria, em algum momento nos próximos dias ou semanas, a soja voltaria a trabalhar em US$ 958 para “fechar o gap”, mesmo que seja para voltar a subir depois. No entanto, esta teoria é mais observada no mercado de ações e não tanto no mercado de commodities.