Amizades petistas: diga-me com quem andas que te direi quem és, por Rodrigo Constantino

Publicado em 26/05/2015 15:11
No blog de Rodrigo Constantino, no site da Veja

Lula e Fidel Castro

Relendo o meu Estrela Cadente, de 2005, vejo que todo o ranço autoritário e o projeto bolivariano do PT já eram previsíveis lá, desde o começo da era do lulopetismo. Bastava olhar para as amizades petistas:

Um brocardo muito conhecido, que parece totalmente ignorado pelo PT, é o que afirma “diga-me com quem andas que te direi quem és”. Um Presidente da República deveria levar isso muito a sério, pois é a imagem da nação que está em jogo. Ao se cercar de “camaradas” suspeitos, Lula demonstra, no mínimo, uma complacência incrível com pessoas e grupos altamente condenáveis. João Mellão Neto afirmou, em artigo recente, que “o que temos é um presidente indefeso cercado por uma equipe indefensável”. Essa seria a interpretação mais obsequiosa para com o nosso presidente, na minha opinião. Uma linha mais cética poderia desconfiar que o presidente realmente possui fortes afinidades com gente da pior espécie. Independentemente de qual versão é a verdadeira, o fato é que o presidente Lula e seu PT trocam carinhos e declarações de amizade com o que há de pior entre os homo sapiens.

Podemos começar a listar certas amizades do PT através do Foro de São Paulo. Ele se constituiu em 1990 quando o Partido dos Trabalhadores uniu-se a outros partidos da América Latina e Caribe com o objetivo de debater a nova conjuntura internacional pós-queda do Muro de Berlim. A proposta principal era discutir uma alternativa “popular” e “democrática” ao “neoliberalismo”. O primeiro encontro foi na cidade de São Paulo, em julho de 1990, e conseguiu reunir 48 partidos e organizações que representavam diversas experiências e matrizes político-ideológicas de todo o continente latino-americano e Caribe. O segundo encontro, em 1991, foi na Cidade do México, mas o nome consagrou-se como “Foro de São Paulo”. Seguiram-se encontros anuais, como Manágua em 1992, Havana em 1993, Montevidéu em 1995, San Salvador em 1996, Porto Alegre em 1997, México em 1998, e por aí vai. Os dados sobre tal fórum eram amplamente disponíveis, mas com a subida do PT ao governo brasileiro, migrando seu discurso para o centro, muitas informações foram tiradas da internet, para não prejudicar a imagem do partido. Faz sentido, pois pela lista de participantes desse fórum, qualquer um teria calafrios ao ver o nome do partido do presidente ao lado de grupos criminosos. Mas ocultar as informações não altera a realidade.

Na definição de Alejandro Peña Esclusa, presidente da Fuerza Solidaria e egresso do Instituto de Altos Estudos da Defesa Nacional, o “Foro de SP é uma organização criada por Fidel Castro em 1990, a fim de reagrupar os movimentos esquerdistas da América Latina, depois do fracasso do comunismo na Europa Oriental e na União Soviética”. Para ele, “seu objetivo é fortalecer e exportar a Revolução Cubana ao resto do continente e tomar o poder na região”. Nas próprias atas do fórum, fica claro o objetivo de resgatar na América Latina o que se perdeu no leste europeu. Entre os grupos que fazem parte da assinatura do fórum, estão a Frente Sandinista da Nicarágua, a União Revolucionária Nacional Guatemalteca, as FARC e ELN da Colômbia. Diversos membros do Foro fazem parte da lista de grupos terroristas do Departamento de Estado dos Estados Unidos, como FARC, ELN, MRTA (Peru) e MIR (Chile). Este último teria participação nos sequestros dos brasileiros Abílio Diniz e Washington Olivetto, lembrando que Lula chegou a ligar para FHC, quando este era presidente, a pedido dos sequestradores de Abílio, que estavam em greve de fome para exigir a extradição. Do Brasil, temos, além do PT, a participação do Partido Socialista Brasileiro, Partido Comunista do Brasil, Movimento Revolucionário 8 de Outubro e Partido Popular Socialista. Vamos conhecer um pouco melhor alguns integrantes desse fórum.

As FARC foram estabelecidas em 1964 como um “braço” militar do Partido Comunista Colombiano. Entre suas atividades, podemos encontrar ataques com bombas, assassinatos, sequestros, extorsão, assim como ações de guerrilha contra políticos colombianos ou alvos econômicos. O tráfico de armas e drogas são fontes de receita para o grupo também. Entre 1997 e 2004, quase 5 mil pessoas passaram pelos cativeiros mantidos pelas FARC em seus acampamentos. Os pagamentos de resgate somaram quase 40 milhões de dólares apenas em 2003. Especialistas calculam que as FARC controlam 30% do mercado de distribuição e exportação de cocaína na Colômbia. Em 1999, as FARC executaram três ativistas americanos na Venezuela, após os sequestrarem na Colômbia. Há fortes indícios de sua participação no sequestro de Cecília Cubas, filha do ex-presidente Raul Cubas. Segundo os encarregados da investigação, a comunicação via e-mail que mantiveram o líder do Partido Patria Libre, Osmar Martínez, e o colombiano Rodrigo Granda Escobar, é uma prova ineludível de que o sequestro e assassinato dela contou com o assessoramento e supervisão das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Um dos sequestros famosos é o da escritora e senadora Ingrid Betancourt, que foi candidata à Presidência nas eleições de 2002. Seu sequestro se prolonga até os dias de hoje, levando ao desespero seu marido e seus filhos.

No Equador, as autoridades denunciaram publicamente os sequestros e extorsões das FARC em seu território. O embaixador dos Estados Unidos, John F. Keane, diz que “sem dúvida há conexão entre as FARC e narco-traficantes brasileiros e colombianos”. Ivan Mendes Mesquita, brasileiro detido no Paraguai com 260 quilos de cocaína, acusado de tráfico de drogas e armas, seria um vínculo entre as FARC e grupos de narco-traficantes brasileiros. Segundo o governo americano, Mesquita mandava armas, dinheiro e aviões para as FARC em troca de cocaína enviada para os EUA e Europa, ou vendida no RJ e SP. O colombiano Fausto Rodrigues, detido no Paraguai com documentos falsos, confessou a autoridades de Tacambú, onde foi preso, ser enviado das FARC encarregado de negociar com os traficantes brasileiros. Não vamos esquecer também que Fernandinho Beira-Mar era protegido por uma coluna das FARC quando foi preso.

Entretanto, o governo Lula é incapaz de reconhecer as FARC pelo que são: terroristas! Pior, participa ao lado de tal grupo no Foro de SP, cuja resolução nº 9 do X Encontro diz “ratificar a legitimidade, justeza e necessidade da luta (das FARC)”. As FARC inclusive saudaram a vitória de Lula nas eleições. O mínimo que o presidente poderia ter feito era vir a público repudiar tal saudação comprometedora. Durante o governo de Olívio Dutra no Rio Grande do Sul, o representante das FARC, Hernan Rodriguez, foi recebido no Palácio Piratini pelo próprio governador. Fica difícil imaginar um tratamento adequado do PT com os terroristas das FARC com tantas ligações afetuosas entre ambos. Além disso, são muitas as acusações de que o tiranete Hugo Chavez abriga na Venezuela tal grupo. O próprio presidente colombiano, Álvaro Uribe, fez tal acusação quando prendeu terroristas das FARC no território venezuelano, criando uma crise diplomática entre os dois países. O presidente Lula coloca-se apenas como intermediador pela paz, ignorando seus fortes laços com o outro lado, o lado podre.

A revista Veja trouxe uma matéria de capa com denúncia da existência de três documentos da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) relatando apoio financeiro de 5 milhões de dólares das FARC para candidatos petistas. O principal documento nos arquivos data de 25 de abril de 2002, com a classificação de “secreto”. Ele informa que no dia 13 de abril de 2002, um grupo de esquerdistas solidários com as FARC promoveu uma reunião numa chácara, onde Olivério Medina, que atua como uma espécie de embaixador das FARC no Brasil, fez o anúncio da doação. Um agente da ABIN estaria infiltrado na reunião. O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Felix, mandou dizer por meio de nota, após confirmar a existência do documento que fala da doação das FARC, que não tem mais nada a comentar sobre o assunto. O Coronel Eduardo Adolfo Ferreira, que trabalhou sete anos na ABIN e coordenou a investigação do caso FARC-PT, disse a Veja que “essa investigação era tratada como assunto ultra-secreto na ABIN”.

A reportagem chocou muita gente, mas a falta de conhecimento da existência do Foro de São Paulo não contribuiu para o melhor entendimento do caso. A própria revista não deu nome aos bois, dizendo apenas que “os contatos políticos entre petistas e guerrilheiros das FARC são antigos”. Continua, afirmando que “começaram em 1990, quando o PT realizou um debate com partidos políticos e organizações sociais da América Latina e do Caribe para discutir os efeitos da queda do Muro de Berlim”. Teria sido mais elucidativo para o leitor simplesmente citar as conexões através do Foro de SP. Afinal, o que são 5 milhões de dólares comparado a 15 anos de relacionamento oficial?

O ELN, Exército de Libertação Nacional da Colômbia, foi formado em 1965 por intelectuais inspirados em Fidel Castro e Che Guevara, o guerrilheiro que declarou seu desejo de transformar a América Latina em “um, dois, cem Vietnãs”. Suas atividades são muito similares as das FARC. Fora isso, temos o próprio líder Fidel Castro, um ditador cruel, que além de ter transformado Cuba em um país miserável, perseguiu, prendeu e matou diversos intelectuais que discordavam de sua revolução. Curioso é que no X Encontro do Foro de São Paulo, em Havana, consta em sua declaração final o seguinte comentário: “Os partidos e movimentos integrantes do Foro de São Paulo reafirmamos nosso compromisso com os princípios humanistas que defenderam nossos heróis e mártires. Nossa luta é pela transformação política, econômica e social e também uma batalha de idéias por um mundo melhor”. Conceitos bizarros de “humanismo” e “mundo melhor”.

O relacionamento de membros importantes do PT com Cuba é inaceitável. Não existe justificativa para tanta proximidade do ponto de vista comercial, já que exportamos para a ilha pouco mais que míseros cem milhões de dólares em 2004, para um total de exportações brasileiras de quase cem bilhões! São outros laços que amarram carinhosamente o Brasil de Lula presidente a Cuba, do ditador Fidel. E o curioso é a complacência da esquerda ao julgar o ditador Fidel, apelando para um foco utilitarista e mostrando apenas os indicadores que melhoraram, que foram poucos, como se isso justificasse as mais de quatro décadas de terror cubano.

Ora, por essa linha de raciocínio, deveriam então ser fãs de Pinochet, já que este assumiu o governo chileno no meio de uma hiperinflação de mais de 500% deixada por Allende, mas levou o PIB per capita de menos de US$ 1.800 em 1973 para mais de US$ 4.700 em 1996, reduziu a mortalidade infantil de 66 por 1.000 nascimentos em 1973 para 13 em 1996, aumentou o acesso à água potável de 67% para 98% da população e levou a expectativa de vida de 64 para 73 anos. Tudo isso sem milhares de chilenos se jogando no meio de tubarões para fugir do país, sem paredon para execuções aleatórias de simples intelectuais de oposição e sem culto à personalidade, como no caso de Fidel. Em 1988, Pinochet realizou um referendo popular onde seu candidato venceu com 44% dos votos, mais que Allende em 1973. Ainda assim, Pinochet respeitou a Constituição, que afirmava serem necessários mais que 50% dos votos, e anunciou sua saída do governo. A democracia foi restabelecida sem grandes traumas, enquanto em Cuba ainda temos uma ditadura absoluta, sem nenhuma liberdade individual. Pinochet merece ser condenado, pois nenhuma ditadura deve ser elogiada. Mas o que é totalmente inexplicável pela lógica é o ódio a Pinochet, que ao menos melhorou bastante o Chile com sua ditadura “light”, ao mesmo tempo que são complacentes com Fidel, ditador muito mais totalirário e cruel, e que ainda por cima afundou sua nação na completa miséria.

Tilden Santiago, embaixador do Brasil na ilha, enfatizou o respaldo do governo de Lula à ilha cubana: “Estamos entusiasmados porque nosso país será o convidado de honra na XIV Feira Internacional do Livro de Havana, gesto que agradecemos, não só por sermos homenageados, mas porque nos oferece a oportunidade de assistir e dar fé de nosso apoio político à Revolução Cubana”. O ministro da Cultura, Gilberto Gil, disse que Cuba é um país de referência para o Brasil, por sua gente, cultura, música e força de seu povo com sonhos de liberdade e emancipação. Será que o ministro estava se referindo à revolução castrista como uma luta por liberdade e emancipação? Será que Gil pensa que o povo cubano, que joga-se no mar de tubarões para fugir, está com Fidel? O ministro da Educação, Tarso Genro, tentou legitimar o diploma médico de quarenta formandos pela Escola Latino-americana de Medicina (ELAM), de Cuba. A tentativa de adotar tal privilégio com o “país querido” criou uma celeuma, e o ministro foi chamado para explicar o episódio. O ministro das Cidades, Olívio Dutra, quando tomou posse como governador do Rio Grande do Sul, deu uma festa onde a sacada do Palácio Piratini foi ornamentada com uma bandeira cubana. O ministro José Dirceu, que foi exilar-se em Cuba nos tempos que praticava atos crimonosos no Brasil, não esconde sua gratidão pelo líder cubano. Sempre que possível, escolhe este destino para “descansar”. Até mesmo lágrimas já brotaram de seus olhos em encontro com Fidel. Em discurso durante a posse de Tilden na embaixada, afirmou que “a geração que chegou ao poder com Lula é devedora de Cuba”. Completou ainda dizendo: “Eu me considero um brasileiro cubano e um cubano brasileiro”.

Esse carinho todo parece se refletir em decisões políticas. Os 11 países da América Latina que compõem a Comissão de Direitos Humanos da ONU, designaram Cuba para integrar o “grupo de situações” das Nações Unidas. Este grupo é uma espécie de “tribunal” que decide a admissão de denúncias que serão investigadas. Cuba fazendo parte das decisões sobre direitos humanos da ONU? Logo a Ilha-presídio, onde intelectuais são presos ou fuzilados apenas por discordarem do ditador? Depois não entendem porque a ONU anda tão desmoralizada…

Curioso é que muitos pensam que os membros do PT sempre participaram de uma luta pela democracia no Brasil. Na verdade, tratava-se de uma “democracia popular”, eufemismo para ditadura da nomenklatura, como foi o caso de todos os países onde os comunistas tiveram sucesso. Vale a pena voltarmos um pouco no tempo, para entendermos melhor a origem revolucionária de algumas estrelas atuais do PT.

A chamada “crise da legalidade” foi deflagrada com a renúncia de Jânio Quadros, quando os ministros da Guerra, da Marinha e da Aeronáutica não aceitaram a posse do vice-presidente João Goulart, herdeiro político do ditador populista Getúlio Vargas e acusado de ligações com os comunistas. O país estava em sério risco de viver uma guerra civil. Diante da estação da Central do Brasil, mais de 100 mil manifestantes gritavam pelas reformas de base, com faixas como “Reconhecimento da China Popular”, “PCB – Teus Direitos São Sagrados”, “Abaixo com as Companhias Estrangeiras”, “Trabalhadores Querem Armas para Defender o Seu Governo” e “Jango – Defenderemos as Reformas a Bala”. A classe média teve uma reação em cadeia contra essa radicalização estimulada pelo próprio governo.

Leonel Brizola, cunhado de Jango, defendeu a substituição do Congresso por uma Constituinte repleta de trabalhadores camponeses, sargentos e oficiais “nacionalistas”. Goulart assinou um decreto, em 1964, desapropriando todas as terras num raio de dez quilômetros dos eixos das rodovias e ferrovias federais para sua “reforma agrária”, assim como encampou as refinarias de petróleo privadas, em outro decreto. Foi anunciado o tabelamento dos aluguéis. O governo estava em crise, apelando para a intimidação, enquanto a economia afundava. A inflação fora de 50% em 1962 para 75% no ano seguinte. Os primeiros meses de 1964 projetavam uma taxa anual de 140%, a maior do século. A economia registrava uma contração na renda per capita pela primeira vez desde a Segunda Guerra. As greves duplicaram, de 154 em 1962 para 302 em 1963. O governo irresponsável acumulara um déficit equivalente a mais de um terço do total das despesas. Jango nomeou o alimirante Paulo Mário da Cunha Rodrigues, próximo ao Partido Comunista. O Congresso mostrava-se disposto a bloquear os projetos de reforma. Luiz Carlos Prestes, ligado ao Partido Comunista, chegou a defender a dissolução do Congresso. Um golpe, de um dos lados, parecia iminente e inevitável. Tancredo chegou a prever que os passos de Jango levaria à uma luta armada. O governador pernambucano esquerdista, Miguel Arraes, declarou estar certo de um golpe, “de lá ou de cá”. Brizola repetia que “se não dermos o golpe, eles o darão contra nós”. Jango, na China, discursava sobre o socialismo no Brasil. A famosa “revolta dos marinheiros” foi como uma gota no copo d’água lotado. Ocorreu uma quebra de hierarquia militar. O cabo Anselmo liderou a revolta, que resultou na demissão do ministro da Marinha, almirante Sílvio Mota, por tentar reprimi-lo.

O contexto internacional da década de 60 era marcado pela Guerra Fria, e Cuba, no continente americano, tinha sido o primeiro caso de sucesso dos comunistas. O eixo da luta entre capitalistas e comunistas tinha se deslocado para a América Central, e os ditadores da União Soviética estavam investindo pesado no continente, enviando bilhões de dólares e agentes da KGB para diversos países. Em 1962 ocorreu a crise dos mísseis nucleares, que os russos instalaram clandestinamente no território cubano. Quase foi deflagrada uma guerra nuclear, pela tentativa de avanço imperialista dos soviéticos comunistas. O perigo do comunismo assassino era real para todos os países, incluindo o Brasil. Diversas nações caíram nas garras comunistas nesse período, entrando em ditaduras duradouras e caóticas, enquanto outras acabaram partindo para uma ditadura de “direita”, tentando travar os avanços comunistas. E era esse regime, responsável pela morte de cerca de 100 milhões de pessoas no mundo todo, que as “vítimas” da nossa ditadura queriam implantar no Brasil à força.

Eis o contexto do “golpe” de 64 pelos militares, que na verdade foi um contragolpe. O general Humberto de Alencar Castello Branco era chefe do Estado-Maior do Exército, e fora um respeitado chefe da seção de operações da Força Expedicionária Brasileira. Assumiu o comando da nação, fazendo um governo decente. Preparou as bases que permitiram o “milagre econômico” posterior. Não vem ao caso analisar os anos da ditadura em si, que na minha opinião foram péssimos para o país, com a exceção destes primeiros comandados por Castello Branco, que pretendia inclusive chamar eleições democráticas rapidamente. Nossa ditadura acabou sendo um exemplo do positivismo de Comte, com bastante interferência do Estado. Geisel, por acaso o ditador mais admirado pela esquerda, criou dezenas de estatais. Nossa ditadura não teve nada de liberal em economia, e colocam-na à direita no espectro político apenas por ter combatido a esquerda radical dos comunistas. Mas nenhuma similaridade pode ser encontrada entre nossos militares e uma Margareth Thatcher, por exemplo, que representa a direita e possibiliou enormes avanços para a Ingleterra, que estava caminhando rapidamente rumo ao fracasso com medidas socialistas.

Após a reação dos militares, com forte apoio popular, que culminou no “golpe” de 64, os comunistas intensificaram alguns ataques. Como os primeiros anos não foram na “linha dura”, os radicais de esquerda perpetraram ações que incluíram assassinatos e sequestros, como o do embaixador americano, o que acabou provocando o agravamento brutal da repressão, que chegou a partir do Ato Institucional nº 5, o AI-5. Mas observem que antes da assinatura do AI-5, tão criticado pela esquerda que se fez de vítima, invertendo os papéis, já estavam no currículo desses terroristas o assassinato de pessoas como o Major do Exército da então Alemanha Ocidental, Edward Von Westernhagen, no primeiro dia de julho de 1968, e do Capitão do Exército norte-americano Charles Rodney Chandler, em São Paulo, no dia 12 de outubro de 1968. Um dos grupos que defendia essa guinada violenta era o Agrupamento Revolucionário de São Paulo, inpirada em Carlos Marighela, que havia redigido o “Manual do Guerrilheiro Urbano”. Em 21 de junho de 1968, na chamada “Sexta-feira Sangrenta”, ocorreu um confronto ininterrupto que resultaria em centenas de feridos, 23 pessoas baleadas e quatro mortos, incluindo um soldado da PM atingido por um tijolo. Tentaram arrombar também as portas da agência do Citibank, símbolo do “imperialismo ianque”, e jogaram vários coquetéis molotov na sede do jornal O Estado de São Paulo. Notem que o AI-5 foi assinado apenas em 13 de dezembro de 1968, como resposta aos crimes bárbaros cometidos pelos comunistas. O povo inocente pagou o preço.

O perfil do poderoso ministro José Dirceu não esconde esse lado revolucionário. Dirceu refugiou-se em Cuba após ser solto em 1969 em uma troca de presos pelo embaixador americano Charles Elbrick, sequestrado pelos comunistas, e recebeu treinamentos de guerrilhas. Dirceu foi recebido pelo próprio Fidel no aeroporto de Havana. Na Casa dos 28, onde morou, recebeu aulas com instrutores cubanos sobre tática militar, teoria de armamento e tiro, montagem e desmontagem de armas, manuseio de explosivos e operação de rádio. Já afirmou ser “eternamente grato ao povo de Cuba, particularmente ao presidente (sic) Fidel Castro”. Entre 1967 e 1968, ele já participava de uma das tendências mais fortes daquele período, a Dissidência, que se desprendera do Partido Comunista Brasileiro por achar que este havia se tornado “excessivamente burguês”. Dirceu voltou clandestinamente para o Brasil em 1971, para participar do Molipo, Movimento de Libertação Popular, que realizou operações militares e tentou instalar uma coluna guerrilheira na Bahia e depois em Goiás. Viveu por quatro anos como clandestino, tendo feito plástica e utilizado outra identidade, omitindo quem era de verdade até para sua mulher. No geral, os movimentos de José Dirceu acabariam por encher 37 fichas nos arquivos do Dops, cobrindo desde 1966 até 1982. Ele era classificado de terrorista a serviço do comunismo internacional. Dirceu orgulha-se de sua trajetória. Eis o homem que ocupa a posição de “defensor da democracia”, colocando-se como vítima da ditadura.

Outras pessoas do quadro petista tiveram passado semelhante, ou ao menos em uma linha “revolucionária”. Dilma Rouseff, ministra de Minas e Energia do governo Lula, participou das atividades do VAR-Palmares, organização famosa por suas ações armadas. Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, foi militante do Partido Revolucionário Comunista. Tarso Genro, ministro da Educação, foi do PCdoB e ingressou na Ala Vermelha, atraído pela luta armada. Militou também no Partido Revolucionário Comunista antes de entrar no PT. José Genuíno foi um guerrilheiro maoísta, preso no conhecido episódio de Araguaia, quando dedurou seus companheiros para a polícia.

Como dizia Roberto Campos, “é sumamente melancólico – porém não irrealista – admitir-se que no albor dos anos 60 este grande país não tinha senão duas miseráveis opções: anos de chumbo ou rios de sangue”. O Deputado do PTB pelo Rio de Janeiro, Jair Bolsanaro, discursou na Câmara dos Deputados em 20 de outubro de 2004, lembrando que “o regime militar de 1964 salvou, realmente, o Brasil de uma comunização”. O governo Lula vem tentando mexer em certas feridas, com a “novela” da abertura dos arquivos da ditadura. Temem o que, exatamente? Sou completamente a favor da abertura de todos os arquivos, mas não de apenas um lado, selecionado pelo governo. Que abram todos os arquivos para mostrar ao país a verdade sobre essa época! Os que perderam boa parte da liberdade por viverem nos tempos da ditadura militar, deveriam voltar seu ódio contra os verdadeiros culpados por esta fase triste do Brasil: os comunistas, que hoje vestiram uma roupa diferente, de um vermelho desbotado, e posam de defensores da democracia, ao lado dos amigos Fidel Castro e Hugo Chavez.

Muitos afirmam que essas biografias assustadoras são coisa do passado. Entretanto, não vejo essas pessoas declararem publicamente total repúdio por este passado sombrio. Não vejo lamentarem publicamente pelo que fizeram, e pelo que isso custou à nação. Muito pelo contrário. Em Havana, no X Encontro do Foro de SP, Lula advertia: “Muitas vezes falamos como se quiséssemos ou pudéssemos construir o socialismo em quatro anos; a história não se faz ao ritmo das nossas ansiedades”. Mas o consenso atual diz que o socialismo morreu. Estão querendo enterrar um morto ainda vivo.

Claro que eles se adaptaram à nova realidade do mundo. Mas ainda podemos ver inúmeras evidências de uma luta pelo comunismo ou socialismo no mundo. E o combate ao terror comunista fica muito prejudicado quando sequer sabemos de sua existência. Temos diversos exemplos de atividade comunista atualmente. O Partido Comunista Italiano participa da aliança de centro-esquerda Ulivo. Na Espanha, o Primeiro Ministro Zapatero, que recentemente decidiu financiar o “projeto de ditador” Hugo Chavez, veio do PSOE, assumidamente socialista e parceiro do Partido Comunista Espanhol. Na Polônia, uma das maiores vítimas do comunismo genocida, o SLD, sucessor do antigo partido comunista, ainda contava com mais de 40% dos votos nas últimas eleições. Na Rússia, berço da experiência assassina dos comunistas, estes ainda possuem cerca de 20% da Câmara, e não custa lembrar que o atual presidente vem da KGB, ícone do regime totalitário. Cuba, China e Coréia do Norte ainda são comandadas por comunistas, e a Venezuela caminha rapidamente para um cenário lamentável desses, suprimindo cada vez mais a liberdade do povo.

Mesmo no nosso querido Brasil, faz parte da base governista o PCdoB, que leva comunista até no nome. Fico apenas imaginando qual seria a repercussão de um partido nazista no governo, lembrando que o comunismo é apenas uma vertente do socialismo, tal como o nazismo. Seguidores de Hitler são execrados, com toda razão. Mas seguidores de Stalin, pior até que o “açougueiro” alemão, não só são permitidos, como fazem parte do governo e ocupam o importante ministério da Coordenação Política, através de Aldo Rebelo. Este mereceu ainda, em discurso do vice-presidente José Alencar, doces palavras, e a afirmação de que “é muito importante que nós todos estejamos ao lado dele, para que ele continue conduzindo a vida política brasileira na direção dos elevados objetivos nacionais, do fortalecimento e aperfeiçoamento da democracia, da conquista da paz social e da soberania”. Não conheço contradição maior que juntar “democracia” com “comunismo”, o regime mais totalitário da história. O próprio presidente Lula, em discurso no Fórum Social Mundial de 2003, disse: “Sei da esperança que os socialistas do mundo inteiro têm no sucesso do nosso governo”.

Além disso, em maio de 2004, na Bélgica, inúmeros partidos comunistas se reuniram num seminário cujo tema era “Estratégia e táticas para a luta contra a guerra imperialista americana”. Eram 60 partidos e organizações de 45 países, sendo que vários outros expressaram interesse mas não puderam comparecer, basicamente por problemas com o visto. Em 2005, os participantes já organizaram o 14º seminário comunista, com o tema “O partido leninista e a experiência da Terceira Internacional”. São debatidas medidas concretas para aumentar a solidariedade com Cuba e Coréia do Norte. Participam desse seminário partidos comunistas do Afeganistão, Cuba, Irã, Itália, Coréia, Líbano, Nepal, Palestina, Peru, Turquia, Inglaterra, Estados Unidos, Venezuela e outros.

Como podemos ver, é no mínimo irresponsável afirmar que o comunismo morreu. De fato, a democracia, ainda que muitas vezes capenga, tomou conta de boa parte do mundo, que antes vivia sob o terror autoritário do comunismo. Mas estamos longe de poder escrever o obituário dessa ideologia cruel. As forças do mal ainda atuam bastante para transferir poder do povo, ou seja, o mercado, para os tiranos do Estado. Podem ter alterado as táticas. Os Gulags podem ter desaparecido. Mas não devemos subestimar a inteligência dessa gente inescrupulosa e sedenta por poder político. A propaganda é uma arma poderosa hoje em dia. E decretar a morte prematura do comunismo é parte desse jogo. Muitas vezes adeptos da social-democracia são apenas socialistas adaptados, uma espécie de vermelho desbotado, mas com crença dogmática de que o mercado e a propriedade privada são os inimigos, não o Estado controlador. É evidente que não são todos dentro da “terceira via” que querem apenas uma rota alternativa para o mesmo destino. Mas eles existem, e não são poucos nem fracos. Para combatê-los, é crucial que ao menos possamos reconhecer sua existência. Por isso torna-se tão perigoso para a liberdade “enterrarmos” este que ainda está vivo e se debatendo.

Em 1998, nas Diretrizes para a Elaboração do Programa de Governo do PT, temos a seguinte passagem: “Mesmo tendo consciência de que governo e poder não se confundem e que, por isso, não pode ser vista como conquista plena do próprio poder político, o PT compreende, também, que no Brasil, o Executivo Federal concentra tantos recursos e tanta força institucional que o seu controle permite desencadear mudanças de uma envergadura capaz de alterar todo o quadro conjuntural, iniciando um processo que garanta a realização de nosso Programa Democrático-Popular, em direção às transformações socialistas”. Sabemos que líderes do PT vem afirmando que o partido chegou ao governo, mas não ao poder. O ideal socialista ainda vive para muitos do PT.

Certas medidas do atual governo mostram como os critérios de julgamento dos fatos ocorridos nos anos 60 no Brasil são estranhos. Existem dois pesos, e duas medidas, garantindo tudo aos amigos, e migalhas às vítimas verdadeiras. No dia 26 de junho de 1969, um grupo de onze terroristas da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), realizou um atentado ao Quartel General do II Exército, em São Paulo. Mário Kozel Filho, soldado que prestava o serviço militar obrigatório, teve seu corpo despedaçado. Três assassinos autores desse crime agora se fazem de perseguidos políticos, encontrando guarida na Comissão de Anistia. Irão, provavelmente, receber gordas pensões por conta dos “anos da ditadura”, como tantos outros ex-terroristas já receberam. Em contrapartida, no dia 20 de agosto de 2003, o Congresso Nacional decretou e o Presidente da República sancionou um diploma legal que concedeu pensão especial a Mário Kozel e Terezinha Lana Kozel, pais do soltado morto no atentado. Foi fixado o valor de R$ 330 de pensão vitalícia. Essa é a quantia destinada aos pais de um garoto inocente assassinado aos 18 anos de idade pelos comunistas. Talvez seja um problema de caixa do governo. Deve estar faltando verba para pagar um pouco mais, já que o anistiado político Carlos Heitor Cony conseguiu uma reparação econômica, de caráter indenizatório, no valor de quase vinte mil reais, retroativos, perfazendo um total de R$ 1.417.072,75, ou praticamente um milhão e meio de reais. Não deve ter sobrado nada para a família dilacerada do pobre soldado…

O relacionamento próximo do governo Lula com o caudilho venezuelano Hugo Chavez merece destaque. Chavez é um militar golpista, que mais tarde conseguiu subir no poder através da democracia, tendo sido reeleito com fortes suspeitas de manipulação nas eleições. Ele é o típico nacionalista populista e autoritário, que cria bodes expiatórios no exterior para justificar suas atrocidades domésticas. Fundou em 1982 o Movimento Bolivariano Revolucionário 200 (MBR-200), inspirado em Simón Bolívar, o venezuelano que lutou pela independência do país contra a colonização espanhola, tornando-se ditador depois. Chavez usa os Estados Unidos como escusa para essa nova luta pela “independência”, sendo que a “exploração” americana, através da compra do petróleo a preço de mercado, gera algo como cinco bilhões de dólares mensais para os cofres dos “explorados”. Chavez deu um golpe de Estado em 1992 para tomar o poder. A Venezuela vivia há 34 anos em democracia desde a queda do último ditador, Marcos Pérez Jiménez, em 1958.

Enquanto presidente, declarou “estado de emergência social”, solicitando poderes excepcionais e convocando um referendo para dissolver o Congresso, e escreveu uma nova Constituição lhe outorgando extremo poder. Aumentou drásticamente o controle estatal na Petróleos de Venezuela S.A., a PDVSA, empresa que corresponde a cerca de 80% das exportações do país, e mais de um quarto do PIB. Chavez caminha para tornar-se uma espécie de Saddam Hussein das Américas.

Seu populismo tem tom quase messiânico, e o culto à personalidade, típico de ditadores, é usado como arma política. Criou um programa semanal de televisão chamado “Aló Presidente”, que fazia apologia ao seu pensamento político e defendia as obras de seu governo. Em 25 de abril de 1999, o Congresso concedeu poderes especiais para que Chavez governasse através de decretos nas matérias econômicas durante seis meses. Entretanto, não obstante o elevado preço do petróleo nos mercados internacionais, que gera algo como US$ 150 milhões diários para o país, a economia venezuelana afunda em aguda crise, com elevada inflação e crescente desemprego. Os homicídios aumentaram de 4.500 em 1998 para 14.100 em 2003. Não basta vastos recursos naturais para criar riqueza, como podemos ver em diversos países do Oriente Médio ou África, assim como Rússia. A riqueza é fruto do esforço individual, em um ambiente livre e com império da lei. Coisas que faltam por completo na Venezuela de Chavez.

O viés autoritário do caudilho vem sendo cada vez mais visível, em uma nítida tentativa de se criar uma nova Cuba nas Américas. Entrou em vigor na Venezuela um novo Código Penal que pune com rigor quem ofender o presidente. Aquele que discordar de “El Presidente” vai acabar “em cana”, pegando até 13 meses de prisão para ofensas “leves”, ou dois anos e meio para ofensas mais graves. O governo também promulgou uma lei de responsabilidade social de rádio e televisão, que pune os jornalistas que ousarem falar mal de Hugo Chavez. Após certo horário, os canais de TV não podem mais mostrar imagens de violência. O que os olhos não vêem o coração não sente. E Chavez não quer que os olhos dos venezuelanos vejam a triste realidade que ele instalou no país. Lula parece ter gostado da idéia do amigo, repetindo insistentemente que era preciso mostrar cenas boas do Brasil, ocultando certos fatos para não afetar a “auto-estima” do brasileiro. Melhor fingir que estamos na Suíça do que enxergarmos a verdade, pela ótica do presidente.

Vamos lembrar que todas as nações socialistas buscaram rapidamente o controle da mídia, entendendo que se os fatos forem divulgados, o socialismo desmorona. As informações precisam ser manipuladas, distorcidas, ocultadas, para que a propaganda socialista consiga enganar as pessoas por mais tempo. Diversas ONGs internacionais têm criticado duramente as ações de Chavez, e os Estados Unidos demonstram forte preocupação com os rumos do país. Enquanto isso, Lula declara que não aceita “difamações” e “insinuações” contra “companheiros”. Ele reconfirmou sua solidariedade ao líder venezuelano. Lula, quando confrontado pela complacência com as atrocidades dos seus aliados, costuma repetir que tratam-se de assuntos internos desses países. Até mesmo a China não é criticada por Lula pelos abusos constantes aos direitos humanos. Curioso é que para “meter o pau” nos Estados Unidos, por causa da guerra do Iraque, Lula ignorou essa mesma postura de “neutralidade”. Disse Lula que a Venezuela tem direito de ser um país soberano. O problema é que Lula não explicou o direito que a Colômbia, a Bolívia, o Peru e a Nicarágua têm à soberania, já que a Venezuela ou os agentes do “bolivarianismo” apoiam ou financiam movimentos insurrecionais nestes países. Essa “balança” moral do governo Lula deve estar com defeito, fornecendo sempre duas medidas diferentes, dependendo de quem está sendo “pesado”. A imparcialidade de Lula é parcial…

O Departamento de Estado americano divulgou o documento “Apoiando os Direitos Humanos e a Democracia”, no qual chamou a atenção para a adoção de métodos cada vez mais autoritários pelo governo da Venezuela, criticando a piora nas condições de respeito aos direitos humanos, a interferência do Executivo no Judiciário e as restrições à liberdade de imprensa. Além disso, o governo colombiano capturou o guerrilheiro Rodrigo Granda, conhecido como chanceler das FARC, em território venezuelano, e Uribe acusou Chavez, com embasamento, de dar abrigo aos terroristas colombianos. A reação de Chavez foi partir para ataques insanos, criando uma crise diplomática. O líder cocaleiro Evo Morales, que vem sistematicamente convulsionando a Bolívia, conta com o apoio de Chavez. Diante de tudo isso, Lula vem reafirmar seu apoio a tal sujeito, que respondeu em seguida, como agradecimento, que “às vezes dói, sabe?”. Coitado de Hugo Chavez. Uma vítima de calúnias infundadas!

Com a fortuna entrando nos cofres públicos devido ao petróleo e a economia afundando, Chavez resolve acelerar uma corrida armamentista sem sentido. Anunciou a compra de 100 mil fuzis russos AK-47, assim como helicópteros de combate, e a intenção de comprar ainda caças Mig 29. Para piorar a situação, um projeto encaminhado ao Congresso, controlado por Chavez, pretende colocar na reserva todos os venezuelanos entre 18 e 50 anos. A medida irá incorporar compulsoriamente algo como 1,5 milhão de pessoas às Unidades de Defesa Populares. Chavez pretende transformar a Venezuela em uma Coréia do Norte. Essas Unidades de Defesa seriam como uma réplica dos Comitês de Defesa da Revolução, milícia de espiões cubanos que controlam cada passo da população. Chavez está criando um clone da Guarda Republicana Iraquiana, o exército privado de Saddam que intimidava o povo para manter o poder ditatorial. Como diz o editorial do Estado de São Paulo: “Essa é a ‘democracia’ legitimada pelo plebiscito de 2004. Pobre Venezuela.”. Eis mais um dos amigos do governo Lula, cujo comandado Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) decide emprestar mais de cem milhões de dólares para empresas que irão construir um metrô em Caracas, enquanto o projeto para empréstimo ao metrô de São Paulo fica engavetado.

Nenhum pai sensato deixa o filho andar com rebeldes marginais, com gente violenta, criminosa e sem escrúpulos. O povo brasileiro, entretanto, colocou no governo um partido cujas amizades são as piores possíveis, selecionadas a dedo. Nosso governo “flerta” com aliados que representam o que há de pior na humanidade. “Diga-me com quem andas que te direi quem és”. Será que ainda vale para alguma coisa a sabedoria do ditado popular?

Mas Lula, após o episódio constrangedor com Dom Eusébio, que disse que o presidente não é católico, mas “caótico”, resolveu comungar na missa do funeral do Papa João Paulo II. Sobre o fato de não ter confessado antes, o presidente comentou que era um “homem sem pecado”. Depois recebeu uma caixa de charutos Monte Cristo de presente do presidente do Parlamento (sic) de Cuba, Ricardo Alarcon. Talvez Lula não tenha pecados. De repente, então, seria melhor candidatar-se ao “cargo” de santo, e não presidente.

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Veja - Blog Rodrigo Constantino

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