Manejo inteligente e tecnológico contra a broca da cana-de-açúcar, por Lucas Machado
O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no segundo levantamento da safra 2022/23 da cultura, estimou uma produção de 572,9 milhões de toneladas. Na canavicultura, existem alguns fatores que podem reduzir a colheita e tirar o sono do produtor, entre eles, as intempéries climáticas e a broca da cana-de-açúcar. A praga é uma velha conhecida e está presente em diversas regiões do país.
A lagarta se alimenta do interior dos colmos da planta, provocando perdas no peso e na quantidade de açúcar, além de expor a cana como porta de entrada aos microrganismos maléficos. Com isso, causa prejuízos sobre a produtividade e, principalmente, na qualidade da matéria-prima. Os danos da broca-da-cana possuem efeito direto na perda do rendimento agrícola e industrial, tendo reflexo financeiro nas indústrias. Seu peso nos processos de produção de etanol e açúcar é tão significativo, que é a única praga acompanhada dentro dos boletins industriais.
Estudos mostram que a cada 1% de infestação da praga na lavoura, o prejuízo em Tonelada de Cana por Hectare (TCH) é de 1,14%. Com isso, a redução na fabricação de açúcar chega a 0,42% e 0,25% no etanol. Outro dado de destaque é que a broca da cana-de-açúcar pode causar prejuízo de até R$ 5 bilhões por ano ao setor. São perdas altas do campo à indústria. Por isso, é importante o manejo durante toda a safra.
Atualmente, o controle da broca da cana-de-açúcar consiste em um amplo e rigoroso manejo das áreas com inseticida, iniciando com o monitoramento e, posteriormente, com medidas de controles químicos e biológicos adequados a cada situação. Neste contexto, existem várias opções de produtos que podem ser utilizados. Porém, os modos de ação existentes são poucos e podem, como em qualquer outra cultura, ocasionar resistência da praga ao inseticida.
Para o manejo inteligente e efetivo da broca da cana-de-açúcar, empresas como a Corteva, após 10 anos de estudos e visando contribuir com os canavicultores, trouxe ao mercado uma solução inovadora para o controle da invasora. São dois ativos exclusivos (Metoxifenozida e Espinetoram) com novos modos de ação que permitem trabalhar a rotação dentro do programa de resistência de pragas aos inseticidas.
A solução atua na redução inicial da broca, tem rápida velocidade de ação sobre as lagartas e é a única do mercado com ação ovicida. Todos estes atributos, combinados com seu excelente residual, proporcionam um longo período de controle e permite uma ampla janela de proteção durante a formação e o desenvolvimento dos novos colmos. Blinda a cana-de-açúcar contra a invasão da praga. Além de todos esses benefícios, é indicada para adoção dentro do Manejo Integrado de Pragas (MIP), em função de sua seletividade e também da possibilidade da rotação de ativos.
A adoção dessa tecnologia pelo produtor proporciona a manutenção da sanidade dos toletes, importante não apenas para a os ganhos de produtividade agrícola, mas também para a qualidade da matéria-prima encaminhada à indústria. O manejo inteligente e tecnológico é mais um alicerce para a produção de cana-de-açúcar brasileira continuar sendo protagonista e exemplo no mundo.
*Lucas Machado é engenheiro agrônomo da Linha Cana da Corteva Agriscience.
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