TIP: Tecnologia para engorda de bovinos à pasto
As exportações e o consumo interno de carne bovina brasileira cresceram muito nos últimos anos, aquecendo o mercado e deixando cenário da pecuária nacional muito promissor em função dos preços pagos pela arroba pelos frigoríficos.
Atualmente abatemos cerca de 43 milhões de cabeças por ano, correspondendo 20% do rebanho nacional, com idade média de quatro anos e 465 kg e 242 kg de peso vivo e de carcaça no abate, respectivamente. Segundo a ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Cartes), do total de animais abatidos anualmente, apenas cerca de 14% são oriundos de confinamento. Assim, vemos a importância das pastagens para o sistema brasileiro de produção de proteína animal.
Nesse tipo de criação, abater animais precoces, com alta qualidade de carcaça, de carne e com marmorização (gordura entre as fibras), é possível, mas não é um trabalho muito simples e fácil. Sabemos que, para alcançarmos esses objetivos, o gado precisa de um grande aporte de proteína bruta (PB) e nutrientes digestíveis totais (NDT) que vêm das pastagens e suplementação estratégica. Sem falar de alguns entraves, sendo o de maior impacto a sazonalidade de produção de matéria seca (MS) das forragens no decorrer do ano. Dessa forma, o desempenho animal oscila, chegando a perder peso durante o período seco, caso não seja feito o planejamento forrageiro adequado, com o uso de fertilizantes e a suplementação estratégica com matérias-primas.
Em função da importância das pastagens no sistema de produção animal brasileiro, devemos trata-la como uma cultura e fornecer condições para sua produtividade e qualidade, permitindo que os bovinos tenham desempenho satisfatório durante o ano todo.
Adotar tecnologias como calagem, gessagem, adubação e estratégias de suplementação são estratégias fundamentais para aumentar a produtividade de carcaça e carne por hectare, a rentabilidade, taxa de desfrute, bem como diminuir a idade de abate e melhorar ainda mais a qualidade da carne.
Em função dessa necessidade de melhorar os índices zootécnicos da pecuária brasileira, cresceu, nos últimos anos, a adoção da terminação intensiva à pasto (TIP). Esse tipo de sistema de produção vem ganhando muita aderência graças aos inúmeros benefícios atrelados a ele.
O TIP é uma alternativa para intensificar a terminação de bovinos à pasto e pode ser adotado durante todo o ano, tanto no período seco como no período chuvoso. Durante a estiagem, há a necessidade de deferimento ou vedação prévio da pastagem para que haja acúmulo de forragem. Nessa estratégia de terminação à pasto, normalmente é fornecido de 1,4% a 2% do peso vivo em concentrado; e o volumoso vem das pastagens previamente adubadas para ajustar a lotação durante o ano todo.
Com esse tipo de sistema de terminação, conseguimos lotações de 6 UA/ha e de 10 UA/ha, no perído da seca e das águas, respectivamente. Por isso deve ser feito um planejamento com relação à oferta de forragem durante todo esse tempo; e a adubação desse sistema é muito importante para alojar o número desejado de cabeças de gado por área e, dessa maneira, incrementar a produtividade por hectare, bem como a taxa de desfrute, que pode chegar a 100%, ou seja, com todos os animais comercializados. Ao encontro dessas necessidades, a linha de fertilizantes MPasto, desenvolvida pela Mosaic Fertilizantes especialmente para pastagem, possui diversas formulações e tecnologias que vão auxiliar pecuaristas a atingirem seus objetivos e aumentarem a rentabilidade da propriedade.
O desempenho dos animais no TIP vai depender da raça ou grupo genético, da porcentagem de peso vivo em concentrado fornecido, gênero e período do ano. O ganho de peso médio (GMD) e ganho de carcaça médio (GCM) pode variar de 1,4 kg/cab/dia a 1,7 kg/cab/dia e de
1kg/cab/dia a 1,2kg/cab/dia, respectivamente. O GMD e o GCM vão depender da inclusão concentrado (1,4% a 2%) e também do período do ano (chuvoso ou estiagem). Nesse tipo de sistema, além dos benefícios citados acima, normalmente o gado terminado com estratégia de engorda apresentam o rendimento de carcaça maior quando comparado a um sistema de suplementação convencional. Isso porque animais ingerem grande quantidade de concentrado, que ocupa um menor espaço do rúmen e com pouco distensão do mesmo e do trato gastrintestinal. Desse modo, há perda de peso na retirada das vísceras, aumentando o rendimento de carcaça e, consequentemente, a rentabilidade do pecuarista.
Outros benefícios que podemos elencar aqui para essa estratégia de terminação é a excelente e uniforme deposição de gordura subcutânea em toda a carcaça, que tem papel importante na transformação fisico-química do músculo em carne, bem como melhora a maciez dos cortes cárneos, deixando-os mais macios.
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