Ação climática e agricultura sustentável para salvar o planeta, por FAO América Latina e Caribe
O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) não deixa margem para dúvidas sobre a responsabilidade humana pelo aquecimento global.
Não há tempo a perder. A ação climática tornou-se uma necessidade urgente, mas neste desafio assustador, a agricultura pode oferecer respostas e ser a base para o crescimento sustentável.
Reduzir as emissões de gases de efeito estufa com projetos agrícolas resilientes, impulsionar a pecuária sustentável e incentivar o sequestro de carbono orgânico do solo são algumas soluções concretas para enfrentar o desafio.
O IPCC adverte que as mudanças que estão sendo observadas no sistema climático são sem precedentes e terão impactos em todo o mundo, inclusive na América Latina e no Caribe.
Eventos climáticos extremos, como a seca, a elevação do nível do mar e mudanças nos padrões de temperatura são algumas das conseqüências das mudanças climáticas destacadas pelo documento, e muitas delas podem ser irreversíveis por séculos, até mesmo milênios.
A mudança climática pode empurrar mais de 122 milhões de pessoas - principalmente agricultores - para a pobreza extrema até 2030, e tornará o acesso à água ainda mais difícil.
Há uma necessidade urgente de ampliar os projetos sustentáveis que estão sendo desenvolvidos na região.
No Brasil, no final do ano passado, foi anunciado um projeto que visa fortalecer o processo de gestão participativa dos recursos naturais para o desenvolvimento econômico sustentável, conservar a biodiversidade e incentivar a manutenção dos estoques de carbono nas áreas úmidas da Amazônia.
Financiado pelo Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF), o projeto é coordenado pelo Instituto Mamirauá de Desenvolvimento Sustentável, com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e outros parceiros locais.
O investimento de US$ 3,4 milhões doados pelo GEF e US$ 18,6 milhões de financiamento nacional será direcionado para atividades desenvolvidas em três estados da federação: Pará, Amapá e Amazonas, impactando quase 6 mil pessoas e mais de 18 milhões de hectares.
Com um enfoque regional, a FAO apóia como secretaria - junto com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) - a Plataforma de Ação Climática na Agricultura da América Latina e do Caribe (PLACA), que reúne o Brasil, junto com Argentina, Bahamas, Chile, Costa Rica, Guatemala, México, Perú, Uruguai e República Dominicana, para promover a ação climática no setor agrícola.
Estes são apenas alguns exemplos de ações concretas. A mudança climática apresenta muitos desafios, mas também é verdade que já existem muitas soluções, inovações e técnicas disponíveis para que a agricultura se torne parte da solução. Devemos agora avançar com políticas públicas de grande escala para torná-las realidade.
Isto não só nos ajudará a fazer a transição necessária para uma agricultura sustentável, mas também permitirá uma melhor recuperação pósCOVID-19, de modo a não replicar os riscos no futuro, e a cuidar do planeta para as próximas gerações.
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