Agricultura coletiva como diretriz conservacionista para bacias hidrográficas, por Afonso Peche Filho
Não podemos deixar de admitir que entramos no século 21 com uma boa dose de evolução tecnológica aplicada na agricultura. Para muitos, a agricultura tecnológica é “tudo”, progresso, lucro, desenvolvimento e infinitas oportunidades de “negócios”. Mas também temos de admitir que estamos construindo cidades e municípios que caminham para uma crise hídrica sem precedentes. O colapso hídrico não é “causa”, mas sim, manifestação de um impasse no modelo tecnicista da ocupação e uso do território municipal.
Todo modelo de ocupação e uso das terras trata do modo de “ocupar” individualmente a propriedade e “usar” as terras de acordo com a sua aptidão agrícola focada na capacidade produtiva de determinadas espécies de alimentos, fibras ou combustíveis. Este modelo de “agricultura moderna” traz a certeza de um necessário olhar para os “rumos” do desenvolvimento agrícola. O conceito de produtivismo está em curso, pouca coisa pode mudar seu rumo, mas reflexão é necessária. Na agricultura conservacionista a bacia hidrográfica, representa o território imediato depois da propriedade e também um senso comum para ações coletivas eficazes na revitalização das funcionalidades ecossistêmicas do território. Toda bacia hidrográfica tem que produzir mais água com mais qualidade ambiental. O planejamento de ocupação e uso para uma “agricultura conservacionista coletiva” tem contar com agricultor focado em “agricultar” todo o processo. Entender que sua propriedade paz parte de um todo bem maior que é a bacia hidrográfica. Que suas decisões refletem no todo. E que as responsabilidades dos “povos da bacia hidrográfica” é muito mais do que ocupar e usar o solo para fins agrícolas. A figura abaixo traz uma reflexão sobre o assunto.
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