Artigo: A avicultura 4.0 e o desempenho das aves
Eric Culhari, especialista pHi-Tech da Phibro Saúde Animal, zootecnista e mestre em bioclimatologia e bem-estar animal.
A agroindústria vem se tornando cada vez mais competitiva e isso fez crescer a necessidade por tecnologia, aumentando o controle e a eficiência do processo produtivo. Esses processos inteligentes trazem benefícios a diferentes setores da cadeia, desde os relacionados diretamente à produção até os que promovem melhores condições de trabalho para os operadores. Este tipo de movimento ajuda a fixar os trabalhadores no campo e promovem um movimento contrário ao êxodo rural, atraindo jovens para o campo.
Empregando as tecnologias que fazem parte desse pacote chamado de “Avicultura 4.0”, estamos gerando uma quantidade de informações muito grande, com qualidade e velocidade incomparáveis aos processos anteriormente utilizados. Com a posse dessas informações, a tomada de decisão ocorre também de forma mais rápida e de maneira mais assertiva, melhorando não só o desempenho, mas a vida das aves como um todo.
Tão importante quanto o desempenho, é pensarmos na vida dos animais que estamos criando. Aspectos como comportamento, nutrição e sanidade são avaliados para determinação do grau de bem-estar dos indivíduos de uma criação. Com a utilização de tecnologias como visão computacional, bio-acústica e outras daquele pacote 4.0, é possível monitorar as condições de bem-estar animal em tempo real, além de identificar problemas e encontrar soluções de maneira mais rápida, melhorando a qualidade de vida das aves. Dessa maneira, estamos produzindo alimentos de forma responsável e eficiente.
Na avicultura este movimento anda a passos largos, promovendo a melhor utilização dos insumos, o maior controle dos processos e até mesmo a segurança alimentar. A avicultura 4.0 permite uma tomada de decisão mais ágil, evitando erros ou desperdícios – e com isso temos reduções significativas no consumo de energia, nos custos com manutenção, no melhor aproveitamento das matérias-primas e, consequentemente, aumento de produtividade.
Com toda essa tecnologia, processos antes obscuros, como é o caso da vacinação intramuscular das matrizes, deixam de ser uma operação simples e passam a ser vistos como “Pontos Críticos de Controle”. Sistemas de gerenciamento do processo vacinal, como a pHi-Tech, permitem uma ação corretiva em tempo real e têm o smartphone como peça fundamental na comunicação entre o equipamento e os supervisores do processo, ou mesmo com os tomadores de decisão, visto que todas as informações são armazenadas em nuvem e podem ser acessadas pelos diferentes níveis da companhia.
Este tipo de equipamento, permite a integração do processo vacinal às rotinas de monitoramento da granja, onde podemos, por meio de painéis de controle, perceber desvios e tomar decisões com base em dados coletados no campo.
Toda esta tecnologia trouxe e continuará a trazer um aumento de desempenho e produtividade no campo. Atualmente, a conectividade ainda é um dos principais gargalos nas propriedades rurais, mas tudo isso é um caminho sem volta e, assim como a tecnologia, a conectividade será uma realidade em breve.
1 comentário
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Carlos Massayuki Sekine Ubiratã - PR
No oeste paranaense, além de toda a evolução tecnológica na criação de aves e os avanços nas áreas de bem estar animal e biosseguridade, é preciso destacar o aspecto da sustentabilidade da criação de aves. Já que está tão na moda essa questão, é preciso divulgar para o mundo o tripé da sustentabilidade (social, ambiental e econômica) observado na atividade avícola. No social, a atividade está gerando renda no campo e empregos nas cidades, viabilizando pequenas e médias propriedades e pequenas cidades pelo interior desse estado que viram seu PIB crescer, invertendo uma tendência de perda de população rural e urbana nas décadas passadas para uma tendência de crescimento populacional. Na questão da sustentabilidade econômica, a avicultura nessa região é das mais competitivas do mundo e talvez fosse a mais competitiva não fosse o velho custo Brasil. Produzimos localmente os dois principais insumos da ração (soja e milho) na mesma área e no mesmo ano com produtividades crescentes. O impacto do custo com frete nos grãos é muito baixo. O clima é favorável para a criação das aves, a distância até os portos é relativamente pequeno, e temos o mais importante: expertise. Na questão da sustentabilidade ambiental, todos os dejetos produzidos durante a criação dessas aves é aproveitado como fertilizante orgânico, transformando um passivo ambiental em insumo que ajuda no aumento da produtividade e na redução dos custos dos grãos produzidos. Toda a energia térmica utilizada nos processos de aquecimento dos aviários, secagem de grãos, geração de vapor nas caldeiras de fábricas de óleo, ração e abatedouros vem da biomassa de florestas de eucalipto cultivadas para esse fim. O mesmo eucalipto ainda fornece a maravalha que forma a cama dos aviários e a madeira para os paletes utilizados na movimentação e comercialização das carnes e derivados. A energia elétrica consumida nos aviários e indústrias também é proveniente de fontes renováveis (hidroelétricas). É um circulo virtuoso onde a soja que sai do campo vai para a fábrica de onde sai o óleo e o farelo que se junta ao milho na fábrica de ração. A ração volta para a propriedade rural para as granjas de onde saem o frango e o esterco. O esterco volta para o campo para produzir mais grãos e mais eucalipto enquanto o frango segue para o abatedouro onde vai gerar empregos e riqueza para as pequenas cidades e proteína de alta qualidade para o Brasil e o mundo. Nesse circulo virtuoso, muitos pequenos municípios pelo interior já estão alcançando a casa dos bilhões de reais no valor bruto da produção agropecuária. Esse valor é importante não só pelo seu montante, mas também pela maneira bem distribuída que chega à população local na forma de remuneração de criadores, parceiros, assalariados, fornecedores de insumos e equipamentos, prestadores de serviços etc... Além da geração de tributos.
O Brasil está se consolidando como o principal fornecedor de proteína para o mundo e isso tem despertado a preocupação de muitos de nossos concorrentes que tentam a todo custo sujar a nossa imagem, falando de desmatamento e queimadas na Amazônia. E o pior, com a ajuda da nossa grande mídia que trabalha contra o próprio patrimônio. É preciso divulgar para o mundo a qualidade, a segurança e a sustentabilidade da nossa produção e mostrar que aqueles que nos acusam, esses sim são os verdadeiros poluidores e destruidores do meio ambiente. Mas isso a globo não mostra.Parabéns, excelente comentário, temos que divulgar urgentemente a nível de mundo....Fato, realidade !!!