Empresas de agronegócio precisam defender causas, por Rodrigo Capella
Percorrer quilômetros e quilômetros de estradas nunca foi tão produtivo. Entre as várias lições, uma se destacou: a mudança de comportamento dos produtores rurais.
Não me refiro a maior utilização de ferramentas tecnológicas – tema que já abordei em outros artigos publicados aqui -, mas sim de uma alteração na forma de pensar dos agropecuaristas.
Eu explico: em várias conversas recentes com produtores rurais, percebi que eles estão cada vez mais engajados em movimentos que verdadeiramente defendem o nosso agronegócio.
Este engajamento ocorre em reuniões presenciais ou em ferramentas que possibilitam trocas de mensagens, com grande ênfase no WhatsApp e Telegram. Os temas são variados: luta por uma justa tributação, apoio contínuo à pesquisa de campo, fim da burocracia que atrapalha a imediata liberação de novos produtos e mais incentivos para a instalação de fábricas agrícolas, entre vários outros nortes.
Este grande interesse dos produtores rurais em defender causas contrasta, infelizmente, com o pouco, ou, melhor, pouquíssimo, interesse das empresas do segmento em apoiar tais iniciativas.
São ainda raros os movimentos efetivos de empresas em prol de causas do nosso agronegócio. Por conta disso, muitos produtores sentem-se órfãos em muitas de suas ideias e ações concretas.
Cabe, então, um alerta: empresas de agronegócio precisam defender causas. Mas, cuidado: as iniciativas devem ser feitas de forma natural e verdadeira. Somente assim serão bem aceitas pelos produtores rurais.
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