Tabela de fretes: Governo usa o setor produtivo para provocar atrito entre os caminhoneiros e os produtores rurais
Ao que vimos, o Governo, de forma estratégica está conseguindo colocar em prática o que mais quer, enfraquecer e colocar em cheque toda força de mobilização dos caminhoneiros autônomos que tiveram a união e apoio do setor produtivo da AGROPECUÁRIA BRASILEIRA
Como sabem, sou hoje produtor rural, mas filho de caminhoneiro, motivo que sempre tive paixão por caminhão, e ainda ao final da década de 8o, e nos anos 90, meus primeiros investimentos foi na aquisição de caminhões. Profissionalmente, atuava com Planejamento e Assistência Agropecuária, mas em algumas viagens, cortando estradões pelo Brasil, tive a oportunidade de conhecer de perto tudo que os irmãos CAMINHONEIROS AUTÔNOMOS sofrem pelas estradas, os quais são obrigados a se submeter, principalmente se tratando às árduas penas na ocasião das negociação de suas cargas junto as Agencias de Transportes, principalmente quando se trata do frete retorno para sua origem…
Segue imagem de 1991, quando da parada que fiz as margens da Rodovia 163, entrada da Estrada Moroco que da acesso a FAZENDA MARINGÁ dos irmãos Ossucci, após a travessia do Rio de Lucas de Rio Verde sentido para Sorriso no MATO GROSSO:
Voltando aos fatos… Mesmo após os caminhoneiros terem desbloqueado as rodovias, e retornado para a suas casas no aguardo da regulamentação de todo “acordo” firmado, as noticias que circulam na imprensa são as mais tendenciosas possíveis para INCRIMINAR os caminhoneiros pelos “prejuízos” causados aos setores produtivos, levando a informação de perdas principalmente no setor produtivo da AGROPECUÁRIA BRASILEIRA, e como todos sabem, foi um dos segmentos produtivos que abraçaram a causa, e juntos, os produtores rurais deram todo apoio aos caminhoneiros, fortalecendo em muito toda a “GREVE”.
Enfraquecido em meio a todo manifesto, o Governo Federal, de forma estratégica (e ao que parece esta conseguindo), esta promovendo o atrito, e pretende provocar a divisão entre o setor produtivo usuário do transporte e os transportadores de carga, fazendo uso da primeira TABELA DO PREÇO MINIMO DE FRETES publicada através da Resolução 5 820/18, e, de carona já tem o apoio de forma oficial da CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA AGRICULTURA E PECUÁRIA – CNA, que embarcou neste caminhão sem freio que o Governo Federal esta “dirigindo” ladeira abaixo… Desgovernado, esbarou na primeira curva e deve tombar na segunda, já de forma premeditada o Governo anuncia que deve REVOGAR a tabela de fretes, desmantelando todo “ACORDO” firmado na medida provisória 532/18, já em debate na Comissão Mista do Congresso Nacional.
A primeira TABELA DE FRETE publicada… acesse o link:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/default/files/atoms/files/tabelas.pdf
elaborada sem qualquer metodologia, e com valores fora que qualquer justificativa… Foi usada para o disparo do gatilho, a CNA com seus Dirigentes sempre alienado ao Governo, emitiu oficio pedindo a suspensão da aplicação da tabela de preços mínimos de fretes rodoviários da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), publicada por meio de Medida Provisória recentemente, conforme se confirma aqui: (https://www.cnabrasil.org.br/noticias/cna-pede-suspensao-da-tabela-de-precos-minimos-de-frete)…
Portanto o Governo já conseguiu o que mais queria, uma justificativa para minar todo “acordo” firmado, mesmo após a publicação segunda TABELA DE FRETES, que altera a primeira publicação, conforme oficializada através da RESOLUÇÃO Nº 5.821, DE 7 DE JUNHO DE 2018 que altera a Resolução ANTT nº 5.820, de 30 de maio de 2018:
https://www.antt.gov.br/backend/galeria/arquivos/RESOLUCAO_5821.pdf
Mesmo publicada, o Governo Federal desconsidera a RESOLUÇÃO e anuncia que vai REVOGAR a tabela do frete.
Sabemos que todo manifesto se deu por iniciativa dos transportadores autônomos, mas quem deu as cartas nas negociações da formalização da tabela dos preços mínimos do frete, convidados pelo Governo para sentar na mesa, foram os representantes dos grandes conglomerados de transportadoras, e os Agenciadores de Cargas, que usam dos transportadores autônomos para subcontratar o transporte de cargas por eles contratado, ou seja, usaram da força dos autônomos para se fortalecer ainda mais, aumentando suas margens de lucro.
Mesmo com a nova tabela, carregamentos foram penalizados, mas continuam sendo feitos já com o tabelamento, tão embora não agrade a todos:
A Medida Provisória 532/18 já encontra-se em discussão na Comissão Mista do Congresso Nacional, formada em reunião inicial tanto o relator como o presidente da Comissão defendem um amplo debate e negociação entre o setor produtivo contratante e os caminhoneiros, para se chegar a um critério para construção de uma normativa que venha a beneficiar as partes e toda economia Brasileira.
Portanto amigos produtores rurais, não é hora de pedir revogação de qualquer acordo firmado, NÃO É HORA DE ARRUMAR ATRITO COM OS AMIGOS CAMINHONEIROS, sejamos justos, e vamos nos unir para fazer valer uma negociação de preço base, estabelecendo valores mínimos que atenda os setores envolvidos no transporte e quem dele precisa….
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