Dez milhões de motivos para chamar PTistas de loucos fanáticos, por Rodrigo Constantino
Vários pensadores viram que o comunismo era uma seita religiosa adaptada, que em vez de prometer o paraíso celeste, prometia aquele terrestre mesmo. Mas as características eram todas de uma seita, com a ideologia no lugar da religião, mantendo o restante: os crentes, os hereges, os dogmas, os santos, os demônios, o Deus.
O petismo é, no Brasil, o representante maior desse fenômeno. Quem adotar o cinismo como ferramenta e concluir que todos os petistas são simplesmente canalhas e oportunistas estará deixando um lado da coisa de fora da análise. Um lado importante, que explica, por exemplo, como gente pobre, que não ganha diretamente nenhum benefício do PT ou não participa do butim após a pilhagem que a quadrilha faz do estado, permanece como crente fiel da seita.
Quando o juiz Sergio Moro congelou mais de R$ 600 mil da conta particular de Lula, o guru da seita, já era para essa turma pausar para reflexão: que tipo de “pai dos pobres” tem tanto dinheiro em liquidez no banco? Mas mal deu tempo de se criar a dissonância cognitiva e lá veio mais: foram congelados nove milhões de reais de Lula e sua empresa em contas de previdência privada. Nove milhões!
Parêntese para a ironia do número: um milhão para cada dedo do ex-presidente, e mais uns quebrados, o mesmo que ele pegou em anos de prisão na condenação em primeira instância pelo triplex que ganhou como propina no Guarujá. O deputado do PSOL Jean Wyllys, que levou a sério a piada de que Moro deu esta sentença por causa dos dedos de Lula, poderia agora reclamar da quantia congelada também, alegando que se fosse outro teria dez milhões bloqueados. Fecho parêntese.
Leia a íntegra no blog de Rodrigo Constantino no site da Gazeta do Povo.
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