Feijão: Chuva de granizo pode contribuir para a reversão do quadro de preços menores

Publicado em 04/10/2016 18:15
Os dias se sucedem e não há novidades positivas no mercado de feijão. Os motivos começam a aparecer. Alguns são velhos conhecidos em nosso mercado, como a Teoria do Óbvio.

1 - O óbvio não acontece. Quando determinado fato importante se torna óbvio o suficiente para um grande número de participantes, ele acaba não acontecendo. Era tão óbvio para todos nós que a virada do mês de setembro para outubro haveria demanda maior que a oferta, que acabou por não acontecer. Por que não? Porque de um lado corretores, especuladores e empacotadores se preparam para um fato óbvio que era a valorização do preço. É o mesmo óbvio que levou produtores a não aceitarem vender por R$ 300,00/310,00.

2 - Um grande número de produtores adotou a estratégia de esconder o estoque real dos compradores. Desta vez não funcionou. Nas últimas horas, cansaram e, como efeito manada, estão aceitando até R$ 210,00 em Goiás, lotes que não aceitaram R$ 300,00 por saca. Ao ouvir que Mato Grosso está vendendo feijão por R$ 200,00/220,00, entraram na disputa. Não levam em consideração diferenças de umidade, cor, peneira, etc.

3 - O varejo, sendo abastecido por informações superbaixistas via WhatsApp, passou a preparar promoções em cima de feijão. Este item será o chamariz no próximo final de semana nos encartes de promoções. Debitaram ao empacotador a diferença entre o faturado e o vendido.

4 - O varejo, também sabendo de valores bem abaixo sendo comercializados, passou a liquidar o estoque de todas as marcas e só vai repor na medida que o estoque zere.

5 - Raros empacotadores reconheceram o óbvio e não entraram na onda, zerando exatamente neste período seus estoques. Simplesmente deixaram o estoque zerar. Agora, compram mais barato e aceitam contraoferta que os estocados não podem aceitar sem enorme prejuízo.

Lições: esconder o jogo às vezes traz prejuízo a todos. Ainda que não seja significativo o volume, este fato, somado à desistência de ficar no jogo de muitos produtores aceitando preços baixos, detona com as chances de uma pegada, neste momento, nos preços.

Talvez dependendo da abrangência e da intensidade das chuvas de granizo de ontem no final da tarde possam contribuir para a reversão deste quadro agora.

Em São Paulo, na região do Brás, houve oferta de 18.000 sacas e sobravam 14.000 às 7h30. Os preços praticados foram: R$ 280,00 para o nota 9,5/9, R$ 260,00 para o nota 8,5 e R$ 250,00 para o nota 8.

Para saber mais sobre o mercado de feijão acesse o site do IBRAFE

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IBRAFE

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