Café: Com queda do dólar e NY oscilando bastante o mercado físico brasileiro segue com baixo volume de negócios
O mercado de café apresentou-se calmo nesta semana marcada pelo histórico julgamento do ex- presidente Lula, na quarta-feira, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, sediado em Porto Alegre. A condenação, por três votos a zero, trouxe otimismo aos mercados. O IBOVESPA fechou na quarta-feira em alta de 3,72%, pela primeira vez acima dos 83 mil pontos, e o dólar caiu 2,47%, para R$ 3,1569. Ontem o dólar caiu mais 0,98% e hoje recuperou parte da queda de ontem.
Também contribuiu para a queda do dólar declarações do secretário do Tesouro dos EUA durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Após as declarações, o dólar marcou no mercado internacional as menores cotações em três anos. Com o valor do dólar cedendo frente ao real, as cotações do café na ICE em Nova Iorque oscilaram bastante, mas fecham a semana acumulando ganhos de 390 pontos nos contratos com vencimento em março próximo.
O mercado físico brasileiro continua travado e com volume de negócios fechados abaixo do necessário para abastecer nossa exportação e nosso consumo interno. Os diferenciais alargados com que foram fechadas as vendas de cafés do Brasil para embarque neste semestre não permitem que os compradores cheguem, sem prejuízo, nos patamares de preços pretendidos pelos produtores de café. O mercado não contava com Nova Iorque em níveis tão baixos em plena entressafra no Brasil e com a firme resistência de boa parte dos cafeicultores. O fortalecimento do real frente ao dólar é mais um complicador.
Pela primeira vez o mercado físico brasileiro enfrenta uma entressafra de uma safra de café de ciclo baixo com os estoques governamentais zerados. O que resta de café da atual safra 2017/2018 e o baixo volume de remanescentes de outras safras estão em grande parte nas mãos dos cafeicultores e muitos não parecem dispostos a vender nas bases de preços atuais. Vão vendendo, mês a mês, o mínimo necessário para fazer frente às despesas mais próximas.
Na realidade, compradores e vendedores disputam, dia a dia, quem ficará com os prejuízos dessas vendas feitas com diferenciais alargados. Como dissemos em nosso último Boletim Semanal, distribuído na sexta-feira passada, neste primeiro semestre de 2018 precisaremos de 15 milhões de sacas para manter um ritmo de embarques de 2,5 milhões de sacas por mês (no último semestre de 2017 a média mensal foi de 2,615 milhões de sacas de 60 kgs) e 11 milhões de sacas para o consumo interno. Portanto necessitaremos de 26 milhões de sacas. Mesmo que em maio e junho o consumo interno já possa contar com algum café da nova safra de conilon, a situação é apertada.
Para se ter uma ideia da importância do consumo interno brasileiro para nossa cafeicultura, os nove maiores países importadores de cafés do Brasil compraram juntos em 2017 menos café brasileiro do que nosso consumo interno comprou. Segundo a ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café, o consumo brasileiro em 2017 foi de 22 milhões de sacas. Os nove maiores importadores de cafés do Brasil compraram juntos em 2017 pouco mais de 21,6 milhões de sacas de nossos cafés. Não é a toa que todos os produtores mundiais de café e as grandes tradings internacionais procuram derrubar as barreiras e entrar com cafés de outras origens nesse mercado de 22 milhões de sacas.
Até dia 24, os embarques de janeiro estavam em 1.465.207 sacas de café arábica, 2.996 sacas de café conilon, mais 72.173 sacas de café solúvel, totalizando 1.540.376 sacas embarcadas, contra 1.513.623 sacas no mesmo dia de dezembro. Até o mesmo dia 24, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 2.208.459 sacas, contra 2.406.715 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 19, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 26, subiu nos contratos para entrega em março próximo 390 pontos ou US$ 5,16 (R$ 16,23) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 19 a R$ 513,57 por saca, e hoje dia 26, a R$ 520,65 por saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 150 pontos.
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