Café: Mais uma semana negativa para o mercado
O deputado Evair de Melo divulgou que em reunião de trabalho ontem no Palácio do Planalto com os membros das frentes Parlamentares da Agropecuária e do Café, o presidente da República Michel Temer fez a seguinte declaração: “Diante dos fatos consistentes e início da safra, não há ambiente para prosseguir com essa agenda. O assunto importação de café conilon está encerrado”.
Esta semana o Balanço Semanal do CNC – Conselho Nacional do Café traz importantes informações sobre os problemas com a legislação trabalhista brasileira no campo. Chamamos a atenção para a apresentação, feita pelo consultor Carlos Brando, “Relação Trabalhista do Café no Mundo”. Impressiona a diferença entre a rígida legislação brasileira e as dos demais países produtores de café, brandas e até inexistentes em alguns casos. Como falar em abrir importações com essas diferenças significativas entre nossa legislação e as dos países concorrentes?
O mercado de café teve mais uma semana negativa. Os contratos de café em Nova Iorque abriram em forte alta na segunda-feira, ganhando 320 pontos no fechamento de maio. Recuaram nos demais dias da semana e os com vencimento em maio acabaram acumulando perdas de 445 pontos no período. Hoje a pressão baixista levou ao rompimento de uma linha de suporte das cotações de café na ICE.
Uma mesa de debates na abertura da Fenicafé - Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura, realizada em Araguari esta semana, pode ter sido a gota d’água que faltava para um movimento de realização de lucros de especuladores e fundos na ICE em Nova Iorque. Algumas lideranças citaram a produção crescente de café em países concorrentes do Brasil, e comentaram que consideram os preços praticados no mercado físico brasileiro razoáveis e, portanto os produtores devem pensar em vender o que resta de seus estoques da safra corrente. Em tempos de informações instantâneas é preciso mais cuidado com declarações como essas.
Como os estoques públicos de café chegaram ao final e nossa safra 2017 será de ciclo baixo, com volume menor do que necessitaremos para abastecer nosso consumo interno e exportação, os interessados em baixa, mesmo antes do início da colheita de nossa safra 2017, já começam a falar em nossa safra 2018, de ciclo alto.
Está na hora do governo federal e lideranças do agronegócio café traçarem uma política de sustentação de preços para o café brasileiro. Em 2018 será hora de começar a refazer nosso estoque público de segurança. Leilões de opções de venda de café ao governo federal precisam ser estudados e adotados para a safra de arábica de 2018.
Até dia 23, os embarques de março estavam em 1.458.973 sacas de café arábica, 18.556 sacas de café conilon, mais 196.751 sacas de café solúvel, totalizando 1.676.280 sacas embarcadas, contra 1.728.485 sacas no mesmo dia de fevereiro. Até o mesmo dia 23, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 2.100.242 sacas, contra 2.326.065 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 17, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 24, caiu nos contratos para entrega em maio próximo 445 pontos ou US$ 5,89 (R$ 18,34) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 17 a R$ 582,13 por saca, e hoje dia 24, a R$ 566,62 por saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em maio a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 290 pontos.
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