Café: Bolsa de NY acumulou queda de 1190 pontos e o câmbio no Brasil segurou os preços
Contrariando o esperado por todos os institutos de pesquisa e analistas políticos, a surpreendente vitória de Donald Trump, conhecida na madrugada da última quarta-feira, mergulhou os EUA e o mundo em um mar de incertezas políticas e econômicas. As polêmicas declarações de Trump durante a campanha põem em xeque os pilares da economia americana e o papel dos EUA no mundo. As bolsas ao redor do mundo reagiram com força e oscilaram bastante, com seus operadores mostrando insegurança e desorientação.
No Brasil, o dólar disparou ontem refletindo as incertezas globais e a não atuação do Banco Central no câmbio. Fechou a R$ 3,36 subindo 4,29% e a Bovespa recuou 3,25%. Hoje, dia 11, real e Bovespa voltaram a cair. Com duas intervenções do Banco Central hoje à tarde, a queda do real foi menor no fechamento do dia.
Como não podia deixar de ser, o mercado de café também foi influenciado e sofreu turbulências com a vitória de Trump. As cotações em Nova Iorque na ICE foram ainda mais pressionadas ao conjugar a rolagem de contratos com a insegurança dos operadores frente ao novo quadro e a forte valorização do dólar frente ao real. Em meio a muita oscilação os contratos de café com vencimento em dezembro próximo acumularam baixa de 1190 pontos na semana.
No Brasil, a queda em Nova Iorque foi compensada pela alta do dólar. Para se ter ideia, em reais por saca, os contratos de café com vencimento em dezembro próximo na ICE fecharam na sexta-feira passada, dia 4, valendo R$ 729, 85 e hoje, dia 11, depois de 1190 pontos de queda na semana, fecharam a R$ 717,13.
Mesmo essa pequena variação na semana, de 12,7 reais para menos, só apareceu hoje no período da tarde, com a intervenção do Banco Central no mercado de câmbio. A alta do dólar frente ao real permitiu que os preços em reais no mercado físico brasileiro oscilassem pouco no decorrer da semana e negócios fossem fechados praticamente nas mesmas bases da semana anterior.
Até a tarde de terça-feira, os operadores, nos mais variados mercados ao redor do mundo, estavam posicionados levando em consideração a quase certeza da vitória de Hillary Clinton nas eleições americanas. A inesperada vitória de Trump provocou rápidos ajustes técnicos nesses mercados a partir da quarta-feira, e no do café, na ICE, acelerou a rolagem de contratos, tirando os vendidos de uma incomoda posição.
O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de setembro foram embarcadas 3 224 116 sacas de 60 kg de café aproximadamente 4% (307 550 sacas) menos que no mesmo mês de 2015 e 6% (180 935 sacas) mais que no último mês de setembro. Foram 2 883 307 scs sacas de café arábica e 9 833 sacas de café conillon, totalizando 2 893 140 sacas de café verde, que somadas a 328 066 sacas de solúvel e 2 910 sacas de torrado, totalizaram 3 224 116 sacas de café embarcadas.
Até dia 11, os embarques de novembro estavam em 397.060 sacas de café arábica, 12.358 sacas de café conilon, mais 36.344 sacas de café solúvel, totalizando 445.762 sacas embarcadas, contra 685.974 sacas no mesmo dia de outubro. Até o mesmo dia 11, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 1.220.583 sacas, contra 1.239.262 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 4, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 11, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 1.190 pontos ou US$ 15,74 (R$ 53,58) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 4 a R$ 729,85 por saca, e hoje dia 11, a R$ 717,97 por saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em dezembro a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 240 pontos.
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Você explicou o que nós já sabíamos, gostaria de saber daqui pra frente como vai ser o mercado do café, já que não existe café no brasil, ou muito pouco, e a safra futura já foi comprometida com a seca.