Café: Poucos negócios ocorrem devido a qualidade, ao volume ofertado e ao preço considerado baixo
Até o presente estágio de colheita a qualidade média e o baixo volume de peneiras 17 e 18 preocupam os cafeicultores e os compradores que receberam seus primeiros lotes da safra de arábica 2015. O volume de negócios é pequeno devido ao pouco volume ofertado, a ausência de cafés mais finos e também pelos preços oferecidos pelos compradores, considerados baixos e fora da realidade pelos cafeicultores.
Com a forte crise econômica e política, que se agravam a cada semana, com a inflação anual se aproximando dos dois dígitos e dólar acima dos três reais (hoje trabalhou a R$ 3,35), os cafeicultores assistem os especuladores derrubarem as cotações em Nova Iorque enquanto seus custos de produção (e de vida) sobem com violência.
Em uma semana, do fechamento de sexta-feira passada até o fechamento de hoje, o dólar se valorizou aproximadamente 5% em relação ao real e os operadores em Nova Iorque derrubaram as cotações do café na ICE Futures US em aproximadamente 5%. Apropriam-se assim dos ganhos em reais que os produtores de café teriam com a desvalorização do real frente ao dólar.
O potencial de produção do parque cafeeiro brasileiro para a safra de café do próximo ano começou a ser comprometido. O inverno deste ano com temperaturas mais altas e chuvas na primeira quinzena de junho, provocou o surgimento de botões florais fora da época esperada. Como estamos em plena colheita, grande parte da primeira florada da safra 2016 será perdida. A estiagem do início de 2015 já havia pressionado o crescimento vegetativo das lavouras, diminuindo em muitas delas o número de internódios onde crescerão os frutos em 2016.
O Departamento do Café - DCAF do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento foi extinto no último dia 13 de julho junto com a Secretaria de Produção e Agroenergia, na qual o DCAF estava situado. O DCAF era responsável pela formulação e gestão de políticas públicas para o setor cafeeiro. O departamento promovia, coordenava e avaliava os projetos, políticas e diretrizes setoriais emanadas pelo CDPC - Conselho Deliberativo da Política do Café, instância máxima deliberativa da cafeicultura brasileira.
Até o dia 23, os embarques de julho estavam em 1.164.998 sacas de café arábica, 221.049 sacas de café conillon, mais 103.341 sacas de café solúvel, totalizando 1.489.388 sacas embarcadas, contra 1.616.428 sacas no mesmo dia de junho. Até o dia 23, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 1.911.333 sacas, contra 2.077.398 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 17, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 24, caiu nos contratos para entrega em setembro próximo, 615 pontos ou US$ 8,14 (R$ 27,17) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 17 a R$ 542,49 por saca, e dia 24, a R$ 539,80 por saca.
Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em setembro a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 70 pontos.
1 comentário
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victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG
A maior praga atualmente do café se chama fertilizante... Ele é imune às baixas, sempre se mantendo acima das oscilações do mercado... Já com o café, as incoerentes baixas são explicadas facilmente pelos técnicos de plantão... Mas o adubo, que faz parte da máfia que explora os produtores rurais, ele sofre um aumento sobre a tonelagem antes mesmo da procura se apresentar... Cadê a "lei da oferta e da procura" que rege tão sabiamente os produtos agrícolas? As Cooperativas deveriam atuar neste sentido, não aceitando de maneira nenhuma estes aumentos abusivos da mercadoria, atuando como protetores de seus associados, pois são eles a razão de suas existências!!!
Sr. Victor, essa lei que o senhor citou está longe, mas muiiiito longe de ser empregada no caso dos fertilizantes. Procure Yara.com aí você vai ver quem é a Yara. Depois veja este artigo http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,npk-soberania-roubada,1688646 Acho que dá para ter uma noção onde nos encontramos ???
Sr,Paulo, é a realidade escarrada e cuspida este texto que me indicou...No mapa do Brasil poucas terras de cultura existem, um pouco no Sul de Minas , pouca coisa no sul do Brasil e a totalidade está na Argentina, portanto somos 100% dependentes deste produto...Acho engraçado todo ano o informe de que subiu 40% etc e tal e não tem ninguém nas Cooperativas para retrucar...(pelo menos falar um "a") Obrigado amigo,