Tereos avança no compromisso com a eficiência e sustentabilidade e planeja mover a biometano toda frota agrícola até 2030

Publicado em 17/11/2023 14:45 e atualizado em 20/11/2023 12:23
Jhonatas Simião
O Notícias Agrícolas foi conhecer a unidade Cruz Alta, localizada em Olímpia (SP), do grupo francês Tereos, uma das empresas líderes do setor sucroenergético brasileiro, e que adota operações baseadas em um modelo de economia circular

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Cana-de-açúcar. Uma das culturas mais sustentáveis do agronegócio brasileiro. Atualmente, as indústrias no país já conseguem fazer o aproveitamento total dessa importante matéria-prima, com uso do caldo e também do bagaço, isso graças à evolução tecnológica vivenciada nas últimas décadas, que inclusive já tem inspirado outros países no mundo, e gerado divisas para a nossa economia.

"A necessidade de reduzir a pegada de carbono da companhia é muito forte. A tereos vai entrar dentro do processo SBTI (Science Based Targets), com o objetivo de acabar NET zero em 2050, com várias etapas: então, temos que trabalhar no escopo 1, escopo 2 e escopo 3 da companhia. Na cadeia, não tem escopo 2, porque nós produzimos a nossa própria energia, então o foco realmente foi o escopo 1 e escopo 3, este essencialmente nas atividades agrícolas. Então, uma das grandes alavancas foi, por exemplo, como você já falou, o uso da vinhaça, o reuso também das cinzas da indústria e também temos outros projetos, por exemplo, com o biogás a possibilidade de usar o biogás misturado com diesel para reduzir o consumo de diesel da companhia e melhorar a pegada de carbono. Então, esse é um exemplo concreto e tem muitas coisas onde podemos trabalhar também através do uso dos dados, que te ajudam a tomar decisões para otimizar qualquer aplicação que você faz nos compostos e rotacionar os compostos para reduzir o consumo. Então, tem esse círculo virtuoso que te ajuda a trabalhar toda a cadeia de produção", afirma Pierre Santoul, diretor-presidente da Tereos Brasil.

Da cana se produz o açúcar e o etanol, através do caldo. Já os resíduos são aplicados desde compostos para plantas e animais até combustível e energia. Para conhecer um pouco mais de todo esse processo, nós visitamos a unidade Cruz Alta do grupo francês Tereos, uma das empresas líderes do setor sucroenergético brasileiro, e que adota operações baseadas em um modelo de economia circular.

"A sustentabilidade é um pilar da companhia, não só no Brasil, mas no grupo. A gente hoje tá trabalhando em várias frentes, principalmente buscando a economia circular e a otimização e aproveitamento de tudo que a gente precisa dentro da operação. Hoje, por exemplo, a torta de filtro que sobra dentro do processo de clarificação, que no fim do dia ela sobrava e hoje não sobra mais, a gente utiliza como fertilizante dentro de toda etapa de produção de cana. A vinhaça, que hoje a gente retira na produção de etanol, ela é utilizada na fertirrigação, além da fertirrigação ela é um elemento que nos faz também uma irrigação dentro de todo o processo de cana também. O bagaço na produção de energia, então todo esse processo em conjunto a gente vem cada vez buscando otimizar cada etapa dessa para extrair maior valor dentro da cana que vem entrando no processo. A gente também vem migrando muito pra essa linha de bioinsumos. Tem vários produtos sendo utilizados em várias linhas de trabalho de pragas e também a gente está olhando aí para produtos fitossanitários para bioinsumos. Então, hoje é uma demanda que não só o mercado, mas o mundo vem pedindo e Tereos está bem engajada em estar cada vez mais utilizando mais isso e botando dentro da nossa cadeia produtiva", afirma Everton Carpanezi, superintendente de Operações Agroindustriais de Tereos.

Uma das metas desse ambicioso plano de eficiência e sustentabilidade em toda a cadeia produtiva da Tereos, é substituir até 2030 aqui no Brasil toda sua frota agrícola de diesel para biometano, uma excelente alternativa para mobilidade de veículos pesados proveniente da biodigestão da vinhaça. "Nossa visão é realmente de poder contribuir através dessa alavanca da redução de CO2 e ajudar no atendimento das metas do SBTI", diz Santoul.

Ainda em tecnologia e inovação, a Tereos conta com mil equipamentos agrícolas monitorados em tempo real e tem 75 estações meteorológicas em suas áreas de produção. A companhia, inclusive, acabou de receber para testar pela primeira vez no Brasil um robô que, através de inteligência artificial, ajudará no manejo de plantas daninhas.

"O pioneirismo em diversas partes do nosso negócio dentro da Tereos é nato, desde lá do passado, quando a gente instalou alguns equipamentos com uma visão tecnológica maior, a gente vem trabalhando isso. E não é diferente hoje, então a gente iniciou um trabalho com indústria 4.0, em que a gente foi dentro do grupo pioneiro nessa demanda e também dentro do Brasil, botando sensorização, além de focar em retornos financeiros, mas o foco também dentro da indústria 4.0 é muito alinhado com metas ambiciosas de sustentabilidade, economia circular", afirma Carpanezi.

A energia limpa para além da produção de etanol, com contribuições para a descarbonização e a matriz energética brasileira, também têm sido foco de investimentos da companhia. A planta piloto de biogás em Cruz Alta teve um investimento de R$ 15 milhões. A projeção para a safra 2023/24 é de produção de 1.500 gigawatts hora, utilizada internamente, além de ser disponibilizada na rede ou doada.

"A sustentabilidade para a Tereos aqui no Brasil é um assunto super chave. É realmente o centro do negócio, porque acreditamos que hoje, no ambiental atual, não dá pra fugir desse assunto por vários motivos. Além do interesse ambiental, a sustentabilidade traz muitos benefícios de negócio, que tem um impacto sobre a receita da companhia, através das certificações que você conseguir ter, através do crédito de carbono que você conseguir já e através da redução de custo, que isso te permite o reuso de coprodutos da produção e pela otimização também dos outros recursos da companhia", afirma Santoul.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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