Estoque de etanol no Brasil deve fechar maio com queda de 29% ante ano anterior, estima S&P

Publicado em 17/05/2021 15:59 e atualizado em 17/05/2021 17:35
Beatriz Pupo - Analista Sênior de Biocombustíveis, S&P Global Platts Analytics
Fornecedora global de energia acompanha início lento da nova safra no país com reflexos históricos para produção do biocombustível e adoçante, mas acha prematuro pedido de redução da mistura na gasolina

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Entrevista com Beatriz Pupo - Analista Sênior de Biocombustíveis, S&P Global Platts Analytics sobre o Mercado do Açúcar e Etanol

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​A safra 2021/22 de cana-de-açúcar do Brasil, que tem seu início oficialmente em abril, está mais lenta do que em outros anos e será bem menor do que a anterior, com impactos para a produção de açúcar e etanol. No caso do biocombustível, a S&P Global Platts estima que os estoques no país no final deste mês de maio devam ser de cerca de 3 bilhões de litros, uma queda de 29% ante o mesmo período do ano anterior.

Neste cenário, fatalmente, os preços do biocombustível devem seguir elevados. “É uma safra de preços mais altos, através de todos os meses da safra, deve ser uma temporada de remunerações melhores para os produtores. Porém, com mais produto entrando, deve haver uma correção dos preços”, disse ao Notícias Agríolas Beatriz Pupo, analista sênior de biocombustíveis da S&P Global Platts Analytics.

Dados do governo mostraram que, no final de abril, os estoques de etanol no Brasil estavam em apenas 1,9 bilhão de l, representando uma queda de 35% ante o ano anterior, segundo a fornecedora global de informações de energia. Apenas o hidratado, utilizado como combustível puro, teve uma queda anual de 28%. Enquanto que o anidro, que compõe a mistura na gasolina, tem cenário ainda mais apertado, com queda de mais de 40% no ano.

Apesar de todo esse cenário, a S&P considera precoce as movimentações vista no mercado na última semana com pedidos de redução da mistura do anidro na gasolina dos atuais 27% para até 18%. “Acreditamos que ainda seja um pouco prematuro. A gente está no começo da safra, já que existe toda uma dinâmica de mais produto entrando no mercado nas próximas semanas”, pontua Beatriz.

A safra 2021/22 de cana-de-açúcar está começando mais lenta do que nos últimos anos com usinas à espera de um melhor desenvolvimento dos canaviais. “Os números da segunda quinzena confirmaram o forte impacto do clima extremamente seco que atinge a região Centro-Sul desde 2020 e que tem dificultado esse início da safra 2021/22. O estado de São Paulo é ainda o principal responsável pela queda da moagem de cana no Centro-Sul”, diz.

A S&P Global Platts Analytics estima a safra 2021/22 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil em 567 milhões de toneladas. A produção de açúcar deve ter uma redução de 9%, totalizando 35,1 milhões de t, no menor nível em seis anos. O etanol tem a produção apontada como a menor em nove anos, em 25,2 bilhões de l de etanol total, considerando mais de 3 bi de l de etanol de milho. O mix de açúcar é apontado em cerca 46%.

O ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) de cana é previsto na nova temporada abaixo de 140,6 quilos por t.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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