Exportação de etanol pelo BR aos EUA é oportunidade com menor consumo interno e alta do milho
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Entrevista com Rafaela Souza - Analista de Inteligência de Mercado de Açúcar e Etanol da StoneX sobre a demanda de etanol
DownloadA demanda por etanol no Brasil deve seguir pressionada neste ano de 2021 ainda em decorrência dos isolamentos da pandemia do coronavírus, segundo estimativas da consultoria StoneX. No entanto, com o menor consumo interno e a alta do milho no mercado norte-americano, há oportunidades para exportação do biocombustível brasileiro para os Estados Unidos, já que as expectativas de recuperação econômica e demanda estão favoráveis no país.
“Por mais que a gente possa observar a demanda mais retraída, os produtores brasileiros podem encontrar nas exportações um ambiente bastante favorável. Em primeiro lugar, por causa da nossa taxa de câmbio bastante desvalorizada, o que estimula as exportações. Além disso, temos observado que os EUA, principal consumidor do mundo de etanol, uma conjuntura de preços elevados por conta do milho”, destaca Rafaela Souza, analista de inteligência de mercado de açúcar e etanol da StoneX.
Atualmente, importar etanol brasileiro com base no estado de São Paulo já está mais barato do que comprar o biocombustível em praças americanas, segundo números levantados pela consultoria. Na semana passada, por exemplo, o etanol em Houston, no Texas, estava cotado a US$ 2,45 por galão, enquanto que o hidratado em São Paulo era negociado a R$ 2,34 por galão, considerando todos os custos para exportação.
O plantio de milho está apenas começando nos EUA, mas a conjuntura aponta para um cenário de estoques apertados do cereal, principal matéria-prima usada para destilação pelos norte-americanos, além de perspectiva do lado da pecuária e de etanol sustentada no país. “A margem das usinas de etanol do país estão pressionadas, chegando a operar em patamares negativos”, pontua Rafaela em entrevista ao Notícias Agrícolas.
A demanda por combustíveis nos EUA deve subir já nos próximos meses no período de férias de verão no país norte-americano, quando o Brasil pode começar a embarcar o biocombustível ao país norte-americano.
A StoneX atualizou nesta segunda-feira a previsão de moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil entre 567,2 milhões e 578,1 milhões de toneladas como reflexo da estiagem no cinturão produtor, uma queda de cerca de 6% no comparativo anual. Dessa forma, apesar de um cenário positivo para exportação, a oferta de cana para produção de açúcar e de etanol será mas restrita.
“Fica claro que, provavelmente, a gente vá ter um ano de preços bastante sustentados para o etanol no Brasil, especialmente se a demanda por exportação vier mais forte”, conclui Rafaela.
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