FCStone projeta aumento na produção de cana e expansão do açúcar no mix da safra 2016/17 que começa a partir de abril
Com um clima favorável, o centro-sul do Brasil deverá ter uma safra recorde de cana e uma produção histórica de etanol em 2016/17, é o que projeta a consultoria INTL FCStone, em sua primeira projeção para a nova temporada.
Assim, a moagem de cana do centro-sul do Brasil deve subir 3,2% na safra 2016/17, para 619 milhões de toneladas.
De acordo com o analista da FCStone, João Paulo Botelho, o aumento na produção é decorrente de chuvas bastante positivas que ocorreram nos últimos cinco meses nas regiões produtivas e, a expectativa de um clima mais seco durante a safra "que não obriga as usinas a pararem tantos dias, como normalmente ocorre", acrescenta.
Além disso, o clima favorável deve aumentar a concentração de açúcar. A ATR (concentração de açúcares recuperáveis) deverá atingir 134,8 kg por tonelada de cana em 2016/17, alta de 2,6% da safra anterior, mas ainda assim 1,5% abaixo da média das cinco temporadas anteriores.
A projeção da consultoria é que o mix nesta temporada seja mais açucareiro, porque "os preços internacionais do açúcar apresentaram recuperação em relação ao que era praticado em meados do ano passado e, além disso, o dólar se elevou e a maior parte da produção é exportada", pondera Botelho.
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Com isso, a produção de açúcar deverá subir 10,8 por cento ante 2015/16 e atingir 34 milhões de toneladas na região, que responde por cerca de 90% da produção canavieira nacional. Caso seja confirmada, a produção de açúcar ficará muito perto do recorde de 34,3 milhões de toneladas registrado em 2013/14, conforme dados históricos da Unica.
A produção total do biocombustível foi estimada em um recorde 28 bilhões de litros, alta anual de 2,1 pontos percentuais. A consultoria projetou também a queda de 1,6% na produção de etanol anidro (misturado à gasolina), que deverá atingir 10,4 bilhões de litros.
Já a produção de etanol hidratado, usado diretamente nos tanques dos automóveis flex, deverá subir 4,5 por cento, para 17,6 bilhões de litros na nova temporada. "Nós projetamos um ligeiro aumento na demanda do hidratado no decorrer do próximo ano, o que deve descolar um pouco o consumo por gasolina", explica o analista.
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