Produção mundial de açúcar deve registrar excedente de 500 mil toneladas mesmo com redução na produção da China e do Brasil
O levantamento da FCStone prevê um excedente de mais 500 mil toneladas de açúcar na safra 2015/16. Na temporada passada esse excedente era de 4 milhões de toneladas.
Para João Paulo Botelho, consultor da FCStone, essa redução no saldo pode significar um possibilidade de na próxima safra o setor eliminar o superávit da produção. No entanto, o quinto ano consecutivo de excedente representou "uma elevação muito grande de todos os estoques da cadeia e esses estoques estão pressionando as cotações internacionais, que devem continuar ao longo do ano", afirma.
Em alguns países houve redução na produção, assim como Brasil e China, porém outros países com a Índia aumentaram significativamente a produção, mostrou o levantamento. Na China a diminuição ficou acima de 20% na produção interna, sendo um dos principais motivos às condições climáticos que influenciaram os produtores a investirem em outras culturas.
As cotações em baixa na Bolsa de Nova Iorque (NYBOT) têm desestimulado a produção de açúcar e favorecido a migração para o etanol. Por isso, Botelho estima "esse superávit não ser mais registrado" nas próximas temporadas. No vencimento julho/15 o açúcar é cotado a 13,58 US$/libra peso.
"O único fator que pode dar sustentação para o preço do açúcar é o consumo de etanol. Os dados de acompanhamento de safra indicam que o consumo de etanol está reagindo muito bem aos estímulos das políticas do governo", declara o consultor.
O levantamento da FCStone apontou também que o mix está mais alcooleiro, podendo chegar a 57,3% (26,4 bilhões de litro) de produção da matéria prima destinada ao etanol. Diante disso, o total da moagem do Centro-Sul deve alcançar 583 milhões de toneladas, o que seria um aumento de 2% em relação a safra passada, mas estaria 2% menor que a produção da safra 2013/14.
"Provavelmente será um ano melhor que a safra passada. Apesar dos preços do açúcar em dólar estarem muito baixos, o dólar acabou compensando um pouco dessa queda, então os preços do açúcar em reais estão mais ou menos em linha com o ano passado, enquanto temos muito estímulos para o aumento do consumo do etanol, o que deve melhorar a remuneração, e também teremos um disponibilidade de matéria prima um pouco maior que pode permitir um aumento da receita das empresas", analisa Botelho.
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