Soja: Altas fortes em Chicago nesta 3ª feira são anuladas no Brasil pela queda forte dos prêmios

Publicado em 13/06/2023 17:09 e atualizado em 13/06/2023 18:04
Eduardo Vanin - Analista de Mercado da Agrinvest
Mercado americano focado no clima adverso dos EUA, enquanto capacidade logística limitada no BR pesa sobre prêmios

Podcast

Altas fortes em Chicago são anuladas no Brasil pela queda forte dos prêmios

Logotipo Notícias Agrícolas

O mercado da soja encerrou os negócios desta terça-feira (13) com fortes altas de 26,50 a 30,50 pontos na Bolsa de Chicago entre os contratos mais negociados. O julho terminou o dia com US$ 13,99 e o novembro, referência para a safra americana, sendo cotado a US$ 12,39 por bushel. Durante a sessão, os preços chegaram a subir mais de 40 pontos e o julho a superar os US$ 14,00. 

Como explicou o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, os modelos americano e europeu de clima se alinharam indicando menos chuvas para os próximos dias nos Estados Unidos, em regiões que já vem sofrendo com a falta delas. Além disso, o mercado também já se pauta nos mapas que mostram que julho e agosto serão meses também mais quentes e secos, o que poderiam fragilizar ainda mais a nova safra americana. 

Agora, além das condições climáticas, das chuvas e temperaturas que foram se confirmando para o Corn Belt, o mercado também estará atento ao relatório de área que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz no final deste mês. Será neste reporte a primeira revisão para a área e também pode mexer com o andamento dos preços. 

Afinal, o plantio aconteceu de forma bastante rápida neste ano nos EUA, o que leva uma parte grande das lavouras a chegarem a estágios semelhantes em um mesmo período e, dessa forma, estarem mais expostas aos riscos. Vanin reafirma que o risco maior nos EUA agora se dá para o milho, mas a soja também sofre, o que ajudou no espaço aos ganhos registrados nesta terça, por exemplo.

Ao lado da questão climática, os preços da soja em grão nesta terça-feira tiveram ainda apoio nos ganhos fortes do óleo de soja, que subiram refletindo mudanças previstas para a política de biocombustíveis norte-americana, as quais deverão ser informadas na semana que vem. Os futuros do derivado chegaram a subir mais de 2%. 

MERCADO BRASILEIRO

No Brasil, porém, os ganhos não chegaram para os preços nas mesmas proporções, uma vez que o avanço em Chicago foi completamente neutralizado por novas baixas nos prêmios. "O problema é que a produção é maior do que a capacidade de exportação neste momento", explica Eduardo Vanin. "Tem demanda, é grande, mas não cresceu. E a capacidade de escoamento do Brasil também não cresceu, mas a produção sim". 

Além de uma oferta mais robusta, também segundo o analista, há o sentimento no mercado "de que o Brasil vai ter que vender toda esta soja", o que deixa os compradores sem terem que alongar ou correr pra fazer suas aquisições, o que também pesa sobre as cotações no mercado nacional. "O prêmio hoje é o que melhor reflete a realidade do Brasil". 

A soja brasileira continua muito competitiva, em especial para os meses de julho e agosto, setembro também começando a se mostrar mais atrativa, e também a soja da nova safra do Brasil vai entrando na conta, se mostrando atrativa. Nesta terça foram registrados prêmios negativos de 55 cents de dólar para março/24. 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário