Mapas climáticos dos EUA e da Europa divergem sobre as chuvas nas lavouras americanas e soja desacelera perdas em Chicago depois de forte pressão

Publicado em 31/05/2023 17:04 e atualizado em 31/05/2023 19:07
Cristiano Palavro - Diretor da Pátria Agronegócios
Compradores já acenam para o fim da janela de exportação no Brasil e grande volume de soja deve ser carregado para o 2º semestre, alerta Pátria

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Mapas climáticos dos EUA e da Europa divergem sobre as chuvas nas lavouras americanas e soja desacelera perdas em Chicago depois de forte pressão

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Os futuros da soja desaceleraram as perdas na Bolsa de Chicago e encerraram o dia com estabilidade nesta quarta-feira (31), distante das baixas muito intensas registradas no início do dia. O mercado tem estado bastante instável e com muito ainda a acontecer para a safra americana, como explicou o diretor da Pátria Agronegócios, Cristiano Palavro. O julho fechou o dia com uma pequena alta de 3,25 pontos e cotado a US$ 12,99, enquanto os demais recuaram de 1,75 a 6,75 pontos, levando o novembro a US$ 11,46 por bushel. 

"A grande atenção agora é o desenvolvimento do clima. Ainda é cedo para qualquer decisão específica para a safra americana, estamos caminhando para uma janela final de plantio, essa janela está sendo muito rápida, e essa velocidade é justificada também pelo clima mais quente e seco do que normalmente é em maio e isso favorece o operacional no campo nestes solos mais pesados que os EUA têm", diz. 

No entanto, Palavro alerta para uma divergência que começa a aparecer entre os modelos climáticos - o que ajudou a amenizar as baixas da soja na CBOT nesta sessão - e por isso o pouco suporte que vem do clima para os preços acaba sendo bastante frágil. 

"Hoje, se tivermos um clima normal nos Estados Unidos, será difícil esses patamares se sustentarem. E não só uma safra cheia nos EUA, mas em meio a todo esse cenário macroeconômico, há poucas salva-guardas para o mercado", explica o diretor da Pátria.  

No paralelo, o destaque é para a intensa interferência ainda do macrocenário sobre as commodities de uma forma geral, de agrícolas a energéticas, sem deixar de fora as metálicas. Os dados ruins vindos da Ásia, em especial da China, e mais as incertezas sobre a economia dos EUA permanecem em foco e pesando severamente sobre os ativos. 

MERCADO BRASILEIRO

No Brasil, a semana tem sido de baixa para os preços da soja, uma vez que o auxílio trazido pela alta do dólar frente ao real tem sido anulado pelas baixas em Chicago. Além disso, há ainda a atuação dos prêmios, os quais têm também apresentado alguma melhora, porém, também insuficiente. 

"Parte disso eu atribuo também, já, ao fechamento da janela de exportação de algumas empresas que estão encerrando seus trabalhos nas exportações de soja neste ano, mais especificamente nas empresas do Arco Norte, já alertando seus clientes sobre essa virada de chave para o mercado de milho. Então, os prêmios estão encontrando algum suporte, mas não é aquele suporte que vimos ao longo do mês de maio. Os prêmios estão sustentados, mas não subindo como em maio", relata Palavro. 

Ainda assim, o executivo explica também que a janela de exportações brasileria de soja deverá ser mais alongada neste ano e um volume considerável da oleaginosa deverá ser carregado para ser comercializado no segundo semestre. E a dinâmica de vendas por parte dos produtores - inclusive decidindo entre soja e milho - também deverá interferir nos preços e nos prêmios. 

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Por:
Aleksander Horta e Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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