Mercado da soja em Chicago começa a semana corrigindo ganhos das sessões anteriores e de olho nos números do USDA
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Mercado da soja em Chicago começa a semana corrigindo ganhos das sessões anteriores e de olho nos números do USDA
O mercado da soja fechou o pregão desta segunda-feira (7) com baixas de dois dígitos nos principais vencimentos, levando o novembro a terminar os negócios em US$ 14,40 e o maio - referência para a safra americana - em US$ 14,65 por bushel. Os preços trabalharam durante todo o dia em campo negativo e foram intensificando suas perdas ao longo da sessão.
"Mercado começou a semana realizando lucros, depois de subir bem na semana passada, porque não tivemos nenhuma grande novidade nesta segunda-feira", explicou o analista de mercado Luiz Fernando Gutierrez, da Safras & Mercado.
No paralelo, mercado climático na América do Sul. O plantio brasileiro caminha de forma adequada, sem grandes sobressaltos neste momento, mas com o clima podendo trazer alguma preocupação mais acentuada no final deste ano em função do La Niña, com a redução das chuvas no sul do Brasil e na Argentina.
Mais do que isso, os traders esperam também pelo novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que chega nesta quarta-feira, 9 de novembro. Na análise de Gutierrez, este pode ser um relatório um pouco mais baixista, porém, lembra que o departamento vem surpreendendo o mercado nos últimos meses e isso, portanto, não pode ser descartado.
O analista destacou também a alta forte do dólar, que acabou tirando força dos contratos em Chicago. A moeda americana encerrou o dia com 2,19% de alta e cotada a R$ 5,17.
"O mercado está em um momento de indefinição, há uma tendência lateral agora, e não diria que há uma tendência definida. Precisamos ver mais do desenvolvimento da safra da América do Sul pra entender se estamos em uma tendência de baixa ou em uma tendência de alta", explica. Assim, os preços seguem trabalhando no intervalo de US$ 14,00 a US$ 15,00 por bushel.
MERCADO BRASILEIRO
Enquanto isso, a comercialização segue lenta no Brasil, em especial a da safra 2022/23 e, de acordo com o último levantamento da Safras, apenas 20,6% estava comprometida, contra 34% de média para o período.
"Isso mostra que o produtor está se dando ao luxo de especular um pouco mais nesta safra, mas eu acho arriscado. Embora a gente tenha visto um dólar mais fraco nos últimos dias, Chicago ajudou. E frente a este número de 20% acho sim que o produtor está especulando com algum problema derivado do La Niña de novo, que deu suporte às cotações no ano passado, e talvez isso não aconteça", diz Luiz Fernando Gutierrez.
Afinal, os mapas não são tão agressivos para os próximos meses como no ano passado, insuficientes - ao menos até este momento - para provocar uma nova disparada das cotações.
*Com o fim do horário de verão nos EUA - ou o Daylight Saving Time - os negócios em Chicago são finalizados agora às 16h15 (horário de Brasília), uma hora mais tarde.
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