Soja: Safra nova nos EUA volta aos patamares dos US$14/bushel , mas pressão dos Fundos deve limitar retomada de preços no curto prazo

Publicado em 11/07/2022 17:16 e atualizado em 11/07/2022 18:35
Aaron Edwards - Consultor de Mercado da Roach Ag Marketing
No Brasil a orientação é vender safra nova quando houver margem e planejar comercialização da soja disponível ao longo do segundo semestre

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Soja: Safra nova nos EUA volta aos patamares dos US$14/bushel , mas pressão dos Fundos deve limitar retomada de preços no curto prazo

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O mercado da soja encerrou o pregão desta segunda-feira (11) em campo positivo na Bolsa de Chicago, porém, com altas bem mais tímidas em relação ao início dos trabalhos nesta semana. Ainda assim, praticamante todos os contratos da nova safra americana voltaram a trabalhar na casa dos US$ 14,00 por bushel, o que passa a ser um bom sinal para os futuros da oleaginosa. O novembro/22, referência para a safra dos EUA, encerrou o dia com US$ 14,05 por bushel. 

Os traders se preparam para a chegada de um novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta terça-feira, 12 de julho, mas para o consultor de mercado Aaron Edwards, da Roach Ag Marketing, os dados atualizados não deverão trazer um grande choque aos preços - já que a produtividade não deverá apresentar ainda grande mudanças. 

"Acho que será um relatório sem grande surpresas altistas. Eu me surpreenderia se eles realmente nos dessem um relatório super altista amanhã", diz. 

Ainda assim, Edwards fala sobre a manutenção de um quadro fundamental ainda muito forte e apertado para a soja, com muita incerteza sobre o clima no Corn Belt e a falta de garantia da nova safra americana. De outro lado, destaca q a pressão dos fundos ainda podendo limitar a retomada das cotações no curto prazo. 

"Os especuladores, nessa queda recente que vimos, liquidaram cerca de um terço de suas posições compradas. Então, ganhos, daqui pra frente, serão encontrados por pressão de vendas com especuladores que ainda estão comprados e será difícil, na minha opinião, retomar as altas de junho, a não ser que haja uma quebra de safra. Mas essa não é a expectativa hoje, mesmo com a redução até a agora a safra tem caminhado como uma safra mediana", explica o consultor. 

Ainda na análise de Edwards, há espaço para que os fundos possam pesar um pouco mais sobre as cotações e derrubá-las ainda mais, mesmo diante dos fundamentos fortes, e isso exige atenção dos produtores que estão planejando sua comercialização. 

"O FED, nos EUA, está tentando sustentar o dólar e essa fuga de capitais das commodities, em partes, é por isso. Então, para o produtor brasileiro que tem soja disponível tem mais fatores para ponderar. Esse câmbio, tanto pela movimentação do dólar, quanto pela instabilidade política que vai rodear as eleições, o dólar ainda pode dar boas oportunidades para o segundo semestre (...) Entre prêmio, câmbio e uma eventual melhora de Chicago há motivo para ter otimismo em relação ao preço físico no Brasil", acredita o consultor. 

Para a safra nova, o foco deve estar sobre as margens e as janelas que podem ir se abrindo para a comercialização da soja 2022/23 do Brasil. 

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Por:
Aleksander Horta e Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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