Cotações da soja no Brasil derreteram nos últimos dez dias e voltaram aos patamares do início do ano. Mercado pode cair um pouco mais
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Entrevista com Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado da Brandalizze Consulting sobre o Fechamento de Mercado da Soja
O mercado de grãos na Bolsa de Chicago teve um dia de liquidação e baixas fortes nesta terça-feira (29), com os futuros da oleaginosa terminando o dia com perdas de 21,25 a 23 pontos nos principais vencimentos, com o maio valendo US$ 16,43 e o julho, US$ 16,23 por bushel. Quem liderou as baixas, porém, foi o trigo, que chegou a perder até 80 pontos, mas encerrou a sessão recuando entre 32,75 e 42,25 pontos nos contratos mais negociados.
Uma possibilidade mais palpável de acordo entre a Ucrânia e a Rússia pesou sobre as cotações de todas as commodities neste pregão, aliviando o sentimento sobre o abastecimento. Embora as reuniões desta terça-feira (29) tenha sido finalizada sem um cessar-fogo na reunião realizada na Turquia, as demandas de ambas as nações ficaram mais claras, de acordo com especialistas.
"E o mercado se antecipa para isso e acaba liquidando, saindo das posições. Todo mundo recuando e isso é uma tendência lógica", explica Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting.
De acordo com informações da agência internacional de notícias Bloomberg, um negociador ucraniano afirmou que seu país busca garantias territoriais que não incluem áreas controladas pelo governo russo. Além disso, afirmou ainda que Kiev está disposta a discutir o status da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
Mais do que isso, a Rússia indicou ainda que é possível que uma reunião entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelenskiy aconteça. No entanto, a delegação russa deixou Instambul, capital turca, sem uma data definida para novas negociações entre os dois países. A Rússia também já não se oporia mais à entrada Ucrânia na União Europeia, bem como a Ucrânia já não reivindicaria mais as áreas separatistas.
Além das questões da guerra, o mercado também está em uma semana de importantes divulgações, entre elas o relatório de área a ser plantada nos EUA no dia 31 de março, e vai operando com cautela, se ajustando antes da chegada dos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). A instituição também atualiza os estoques trimestrais de grãos norte-americanos na posição de 1º de março.
Assim, há bastante expectativa sobre o início da safra 2022/23 dos Estados Unidos não só para soja e milho, mas também para o trigo.
MERCADO BRASILEIRO
Além das baixas intensas em Chicago, o dólar acumulou mais um dia de recuo frente ao dólar e contribui para a pressão sobre os preços da soja no mercado brasileiro. E com essa combinação de fatores, ainda segundo Brandalizze, as referências praticadas neste final de março voltaram aos patamares de janeiro.
Nos portos, os indicativos testam algo entre R$ 183,00 e R$ 187,00, "basicamente em cima da queda do dólar e de Chicago se acomodando". Nos últimos 10 dias, portanto, a saca perdeu cerca de R$ 10,00, com o setor produtivo deixando de faturar R$ 10 bilhões a mais do que poderia.
O consultor explica ainda que a comercialização se mostra um pouco mais lenta este ano, com o produtor que veio esperando para vender mesmo frente aos preços altos, preferindo ficar com a soja nas mãos, com a oferta disponível agora de cerca de um milhão de sacas ainda a serem negociadas no país.
1 comentário
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Jilvane Cattoni Palmas
Toda vez os comentários do Brandalize é para vender pq vai piorar, poderia em dias de queda como a última semana falar para o produtor n vender que os preços voltam, mais parece que está contra os produtores, se tivesse ouvido teria vendido tudo a safra 21/22 a 140 lá na queda de junho que ele falou q cairia mais
Sr.Jilvane, tens razão, maioria dos analistas só mandam vender, vender..., Inclusive meu vizinho, o Sr. Brandallize, estão a maioria a trabalho das multi e também das grandes integradoras, vcs. vão ver a pressão que irão fazer amanhã.., após o relatório de intenção de plantio dos Norte Americanos..., Vai ser um Deus nos acuda.., vendam, vendam.., como se os problemas dos produtores a nível mundial estivesse acabado..., Ucrânia e Rússia não vão plantar nem a metade do que poderiam, ( campos minados, infra- estrutura baqueadas, insumos com dificuldades, sanções mundiais, etc, etc.. ), então não caiam nessa, não vamos vender, apenas o mínimo pras nossas dívidas.., com certeza a oferta é bem menor do que a demanda, vamos valorizar o que de fato é nosso, ..fui ver hj. Na nossa cooperativa, custo pra próxima safra de verão simplesmente dobrou..., Ficamos espertos...