Soja: novos negócios, tanto para safra atual quanto safra nova são retomados no Brasil
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Entrevista com Luiz Fernando Gutierrez Roque - Analista da Consultoria Safras & Mercado sobre o Fechamento de Mercado da Soja
DownloadOs preços da soja garantiram mais uma sessão positiva na Bolsa de Chicago nesta quinta-feira (15). O mercado continua a virar suas atenções para a nova safra norte-americana e que traz "incógnitas muito grandes", explica o analista de mercado Luiz Fernando Gutierrez, da Safras & Mercado. No entanto, a influência mais direta se dá agora sobre o milho, uma vez que o plantio já está em andamento e, para a soja, os reflexos deverão ser mais fortes e efetivos a partir de maio.
As cotações terminaram o dia com altas de 5 a 8,75 pontos nas posições mais negociadas, com o maio sendo cotado a US$ 14,18 e o setembro, US$ 13,03 por bushel.
E o mercado se mantém sustentado, ainda como explica Gutierrez, diante do atual cenário de oferta e demanda muito ajustado e a da demanda chinesa, apeasar de algumas incertezas, que se mantém forte.
MERCADO BRASILEIRO
No Brasil, os novos negócios, apesar de ainda pontuais, começam a ser retomados, tanto na exportação, quanto internamente, para as safras nova e velha. E um dos indicativos desse movimento é a movimentação dos prêmios, que começam se recuperar no Brasil, deixando para trás aquelas posições negativas.
"Abril e março são muito parecidos em termos de preços no Brasil, salvo questões regionais de oferta e demanda. E os fatores estão apontando para uma sustentação dos preços, que seguem muito bons para os produtores e, com mais segurança, eles voltam a avançar nas vendas", explica o analista da Safras.
Da safra 2020/21 já são cerca de 70% comercializados, enquanto da safra 2021/22 o índice chega a 14%, o que é bastante para o período considerando a próxima temporada pois nunca o produtor começou a vender tão antecipadamente como para esta safra.
"Para a safra nova estamos com Chicago mais baixo, mas os preços não estão ruins (no Brasil). Mas esse é o primeiro hedge do produtor e se trouxer segurança, acho sim importante vender um pouco da safra nova, se está fechando custos, o câmbio está favorável", completa.
Colheita de soja ultrapassa metade da área no RS; Emater vê safra de grãos 'excelente'
SÃO PAULO (Reuters) - A colheita de soja 2020/21 do Rio Grande do Sul avançou de forma significativa ao longo da última semana e alcançou 54% das áreas, apesar de manter forte atraso em relação a anos anteriores, disse nesta quinta-feira a Emater-RS, que vê a safra de grãos do Estado se consolidando "com excelente resultado".
Segundo o órgão ligado ao governo gaúcho, a colheita da oleaginosa avançou 15 pontos percentuais na variação semanal. Em igual momento da safra 2019/20, os trabalhos já alcançavam 81%, enquanto a média histórica de cinco anos para o período é de 73%.
Mesmo com o atraso no geral, a entidade destacou que "propriedades menores já estão encerrando a atividade". Erechim, Passo Fundo e Frederico Westphalen, segundo a Emater-RS, são as regiões com trabalhos mais avançados, já em torno de 70%-80%.
A Emater-RS estima uma safra recorde de 20,2 milhões de toneladas de soja nesta temporada, que deve fazer com que o Estado supere o Paraná e volte a ocupar o posto de segundo maior produtor do país, atrás apenas de Mato Grosso.
Enquanto a soja registra atraso, o ritmo de colheita de milho da safra de verão se mantém à frente do verificado nos últimos anos.
Com 77% das áreas já colhidas, os trabalhos superam a marca de 75% vista em igual período do ano passado e a média histórica de 69%, segundo o levantamento.
Na última semana, o avanço foi de tímidos 2 pontos percentuais, uma vez que produtores têm priorizado os trabalhos com soja e arroz, mas a entidade vê sinais de boas produtividades em alguns locais.
"Segue a colheita da cultura, apesar de menos intensa... As lavouras da metade Sul apresentam produtividades boas, pois sofreram menos com a estiagem da primavera", disse o órgão em informativo conjuntural.
Já para o arroz, a colheita gaúcha atingiu 80% das áreas cultivadas, avanço de 10 pontos percentuais na semana, superando a média de cinco anos (68%) e em linha com o verificado em igual período do ano passado.
"As condições climáticas possibilitaram mais uma semana de avanço na colheita... O rendimento da cultura é excelente, favorecido pelo clima e possibilidade de irrigação no período da estiagem", afirmaram os técnicos sobre o Estado que é o principal produtor do cereal no país.
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