Ferramenta da Abiove busca garantir, além do cumprimento de contratos, liquidez dos negócios com soja no Brasil

Publicado em 22/02/2021 09:21 e atualizado em 22/02/2021 10:47
André Nassar - Presidente da Abiove
Projeto tem validade apenas para esta safra 2020/21 e Abiove não tem intenção, ao menos por enquanto, de dar continuidade nas próximas temporadas. Não entrega do grão por questões climáticas não darão classificação de inadimplência aos contratos.

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Entrevista com André Nassar - Presidente da Abiove sobre os Contratos de vendas antecipadas de soja

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A Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) traz para a safra 2020/21 uma ferramenta que busca garantir o cumprimento dos contratos de soja desta temporada - dado que o grau de inadimplência, mesmo no início ainda da colheita, está maior do que em outras safras - e buscando manter a dinâmica e a liquidez do mercado brasileiro. Já há, afinal, mais de 60% da oleaginosa comprometida com a comercialização. 

O número de inadimplências ainda é pequeno, porém, maior do que em outras safras. E ainda como explica Abiove, um cenário semelhante a este já estava sendo esperado e para que o índice, portanto, não aumente, é que a ferramenta está sendo lançada. 

"Em 2004, houve uma situação grande de defaults, de não cumprimento de contratos. E em 2005 e 2006, as tradings não fizeram fixação de preço por venda antecipada, justamente por conta do problema de 2004, e a produção de soja não cresceu. Então, a fixar preço, dar liquidez para essa soja, reduz muito o risco do produtor e ele não tem apetite para crescer" explica André Nassar, presidente da Abiove ao Notícias Agrícolas nesta segunda-feira (22).

O serviço está sendo prestado por um empresa terceirizada, independente e familiarizada com a confindecialidade dos dados. "É um banco de dados dos contratos, mas não de todos os dados do contrato", diz Nassar. Os dados coletados são, basicamente, CPF ou CNPJ, município - sem qualquer detalhamento, data de entrega, volume e se houve ou não inadimplência. 

O acompanhamento dos contratos se dá, afirma Nassar, pelas questões ligadas basicamente aos preços, e não por não cumprimento ou adiamento da data de entrega em função de comprometimento da safra por questões climáticas. "Nós separamos o joio do trigo. Alguém que quer renegociar porque está insatsfeito com o preço", esclarece o presidente. 

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Em um estudo feito pela Abiove, foi possível identificar que nas últimas 21 safras, em apenas 12 delas o preço da soja estava mais baixo no momento da entrega dos contratos do que na época de sua firmação. Dessa forma, Nassar reafirma a importância que essas operaçõe sde hedge tem para todos os elos da cadeia produtiva e de distribuição da oleaginosa. 

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"Caso o contrato seja classificado como inadimplente, o produtor será avisado. E não há compartilhamento dessas informações com nenhum terceiro. Esse é um banco de dados só das compradores que, ao final desta safra, será destruído e se encerra, ele só tem a pretensão de avaliar o que está acontecendo somente nesta safra. Este é um projeto piloto e vamos avaliar depois. Neste momento, não há nenhuma intenção de continuar com um projeto deste tipo", explica Nassar. 

A Abiove ainda estima as exportações brasileiras de soja na casa de 83 milhões de toneladas e de um processamento recorde no Brasil. Assim, se espera também uma produção grande tanto de farelo, quanto de óleo - que deverá, em sua maior parte, ser direcionada ao setor do biodiesel - e as operações ganhando mais ritmo nos próximos meses com a chegada mais robusta de matéria-prima na medida em que a colheita ganha mais corpo no país. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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