Soja: Mercado em Chicago subiu US$ 2 em 3 semanas e abriu espaço para correções nesta 5ª

Publicado em 07/01/2021 17:12 e atualizado em 07/01/2021 17:57
Luiz Fernando Gutierrez Roque - Analista da Consultoria Safras & Mercado
Foco, porém, permanece sobre o clima adverso na América do Sul e mantém tom positivo do mercado. Para o Brasil, 2021 promissor para os preços e bons negócios.

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Entrevista com Luiz Fernando Gutierrez Roque - Analista da Consultoria Safras & Mercado sobre o Fechamento de Mercado da Soja

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A quinta-feira (7) foi negativa para os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago e os futuros da oleaginosa terminaram o dia com perdas de mais de 10 pontos entre as posições mais negociadas. O movimento de recuo foi, entretanto, perdendo força ao longo do dia e o mercado fechou com perdas 4,75 a 6,50 pontos nas posições mais negociadas. O janeiro fecha com US$ 13,60 e o março, US$ 13,55 por bushel. 

"O mercado subiu US$ 2,00 em três semanas, e isso é muito e abre espaço para correções", explica Luiz Fernando Gutierrez, analista de mercado da Safras & Mercado. 

As baixas chegam após sessões consecutivas de altas fortes, com os dois primeiros vencimentos subindo, somente entre os pregões de 2021, 3,72% e 3,66%, respectivamente, com o mercado realizando lucros e ajustando suas posições à espera de mais notícias. 

Todavia, o movimento, segundo analistas e consultores de mercado, são pontuais e momentâneos, uma vez que os fundamentos continuam dando suporte ao viés positivo dos futuros da oleaginosa. E ao lado dos fundamentos, há ainda as posições compradas recordes por parte dos fundos investidores não só na soja em grão, mas também dos derivados, milho e trigo. 

No centro das atenções permanecem as preocupações com a safra da América do Sul - em especial a Argentina neste momento -, os baixos estoques norte-americanos, o elevado comprometimento do programa exportador dos EUA, boa parte da nova safra brasileira já vendida e a demanda muito intensa diante desta oferta limitada e comprometida. 

O comportamento do dólar não só no Brasil, mas frente a uma série de moedas, também é um dos pontos de constante monitoramento dos traders. Frente ao real, nesta quinta-feira, a divisa norte-americana vem registrando forte alta, de mais de 1,5%, para se aproximar novamente dos R$ 5,40. 

Também nesta quinta-feira, outro fato que contribuiu para esta realização de lucros foi o número das exportações semanais dos EUA trazido pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que marcou uma mínima para a temporada. com apenas 37 mil toneladas. As expectativas do mercado variavam entre 400 mil e 800 mil toneladas. A China se mantém como principal compradora da oleaginosa norte-americana. 

Os dados refletem o momento atual que vivem os EUA com suas exportações. Do total estimado para ser exportado pelo país de soja nesta safra - 59,88 milhões de toneladas -  mais de 91% já foram comprometidos. Em todo ano comercial, que termina em 31 de agosto, os americanos já venderam 54,768 milhões de toneladas. 

"Isso demonstra que estamos voltando à uma normalidade, uma divisão mais normal nesta demanda (entre Brasil e EUA)", ainda segundo Gutierrez.

MERCADO BRASILEIRO

No Brasil, o mercado da soja também permanece firme e sustentado. Ao lado das altas em Chicago, os preços são favorecidos ainda pelo dólar alto e pelos prêmios que permanecem positivos no país. "É um momento ainda muito bom para o produtor. Nunca vimos uma entrada de safra com preços tão altos, é um momento ainda de oportunidade e o produtor pode se aproveitar disso", afirma o analista da Safras. 

Afinal, a sinalização é de que o dólar possa perder um pouco de força em 2021, podendo voltar aos R$ 5,00, o que poderia impactar no quadro nacional e precisa ser monitorado. Ainda assim, "acredito que este será um ano muito promissor para os preços". 

Nesta quinta-feira, o interior do país marcou altas de até 7,14%, como foi o caso de Luís Eduardo Magalhães, onde a referência foi a R$ 150,00 por saca. E bons ganhos foram registrados em quase todo Brasil, mantendo as referências em patamares historicamente elevados. 

Nos portos, o avanço dos indicativos também foram intensos. Para a soja disponível, alta de 248% em Paranaguá e de 1,86% para Rio Grande, com valores de R$ 165,00 e R$ 164,00 por saca, respectivamente. Para fevereiro e março, altas de 2,47% e 3,16%, para R$ 166,00 e R$ 163,00 por saca. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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