Compras de pacotes fechados oneram em 25% o preço dos insumos nas revendas, alerta Paulo Nicola
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Entrevista com Paulo Roberto Nicola sobre a Terceira aula de comercialização de soja
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O produtor rural e empresário Paulo Roberto NIcola, do município de Santiago (centro-oeste do RS), está alertando a quem planeja fazer suas compras de insumos para "fugirem dos pacotes fechados, os kits completos, impostos pelas revendas no País". "Você perde de 22 a 26% no valor dos produtos", diz Paulo Nicola, autor de 2 livros sobre gestão da propriedade rural.
Nesta nova entrevista sobre administração financeira da propriedade rural, Paulo Nicola resolveu focar nas despesas contraídas pelo produtor.
"A venda da soja é um fator que está fora de seu alcance, pois o preço é formado na Bolsa. Não que ele não tenha de ficar atento para o melhor momento de venda, mas são as compras que precisam ficar sob seu controle; e é aí que, infelizmente, o produtor se perde", explica.
E continua:
"A culpa não é do produtor, mas sim das pedras que ele encontra pelo caminho; uma delas, uma "pedrona", está nos balcões das revendas quando o produtor, sem financiamento próprio, se sujeita a adquirir os insumos à base de troca por sacas de soja; aí ele é presa fácil dos donos das revendas, que impõem sobre ele a exigencia dos kits completos dos pacotes dos insumos".
Paulo diz que o produtor, sem margem de manobra, mesmo não precisando de muitos dos produtos contidos no pacote, é obrigado a levar os penduricalhos... E isso é fator de aumento de custos e de uma verdadeira sangria nas contas do produtor rural.
Com base em documentos e em experiencia própria, Paulo prova que os produtos contidos nos pacotes (cujos preços nunca são abertos aos comprador), são de 22 a 26% mais caros que se ele (produtor) comprasse à vista.
" Ele precisa fugir dessa verdadeira extorsão; e é para isso que ele precisa ser hábil na gestão financeira. Ele precisa ter liquidez (dinheiro) para reduzir suas despesas. E ele só consegue essa liquidez quando obtém margem de lucro. Então, todo cuidado com esse item fundamental da administração, que são as compras".
Pauo Roberto Nicola volta a alertar: "Estamos no melhor momento para fazer as compras. A relação custo/venda está 25% favoravel ao produtor. Mas para isso ele precisa guardar parte do lucro e contar com a liquidez para comprar mais barato. Dinheiro faz dinherio", lembra o produtor/empresário e orientador financeiro.
Essa entrevista (a 3a.) faz parte de uma série que Paulo Roberto Nicola, em conjunto com o Notícias Agrícolas, pretende realizar para que haja um aprendizado básico de administração financeira dentro das propriedades.
"Muitas familias estão perdendo suas propriedades, arrendando as lavouras para quem sabe fazer gestão. Essa cultura, da economia feita na ponta do lápis (ou do computador) precisa ser de dominio de todos, para o bem do Brasil".
(Acompanhem esse seu 3.o depoimento no vídeo acima).
10 comentários
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LetÃcia De Almeida Leandro Edéia - GO
Boa tarde.
Ótimos ensinamentos...continuem com aulas!!! Complementando o comentário do produtor: na minha região de Edéia-Go já existe arrendamento anual em sequeiro de 16,5 sacas de soja.Paulo Roberto Nicola Santiago - RS
Prezado Nilo, o proprietário de terras só arrenda por dificuldades financeiras ou por uma questão de vocação, o que é normal. A terra valoriza desde que o homem começou a se multiplicar e disputá-la como território de caça (alimentação) e assim o é até hoje. Na década de 70, o trigo (alimentação) provocou uma explosão nos preços da terra. Na época, o triticultor produzia em nossa região (e aqui tivemos o maior produtor de trigo do Brasil por período) 14 sc/há, porém sobravam de renda 7 sc/há. Nessa época compravam-se terras próprias para agricultura por 21 sc de trigo/há, ou seja, a produção de 3 ou 4 anos era suficiente para comprar a terra do proprietário. Hoje me sobram 12 sc de soja/há e a terra custa 500 sc/ha, ou seja, tenho de produzir 40 anos para comprar a terra que arrendo com minha produção. Observo que o equilíbrio no que toca ao arrendo seria meio a meio, por exemplo, me sobra ao longo dos anos 12sc/há em média e pago de arrendamento outros 12sc/há, mais que isso sugiro entregar as terras, pois se pagar 15 me sobram 8... As terras são um tremendo patrimônio que merece ser remunerada e o agricultor assume todos riscos para produzir. Considero um ponto de equilíbrio razoável.
Sr. PAULO ROBERTO NICOLA, já faz algum tempo que fui alijado do setor mas, isso é outra estória... Os insumos são parte do chamado "custos operacionais", correto?... E esses valores, inflados, tem um desembolso maior. ... No montante auferido de entradas & saídas, qual é o peso % com relação as entradas. ... Minha pergunta prende-se ao fato de uma realidade estampada diariamente no site. No ícone cotações, especifico do soja, existe o quadro Soja- Mercado Físico, onde há variação de quase 20% na cotação. Exemplo: a cotação entre as praças de Castro e Londrina, no paraná que historicamente era de R$ 8,00/sc, hoje está em R$ 14,50/sc. Como o produtor lida com essas flutuações improvaveis de mercado? ... Se o custo dos insumos tem essas diferença de até 25%, acredito que o peso no faturamento não deve ser da mesma ordem do que essa diferença nas cotações do preço do produto final. ... Enfim, o que é mais grave? Um preço do seu produto irreal na "lousa" ou o insumo inflado?
Caro sr. Paulo, considero (conforme planilha disponível), Operacional como custos de Mão de Obra, encargos e administrativo... e sendo o insumos todo o necessário para desenvolvimento da planta..., mas é muito claro tua pergunta: As cotações entre diferentes praças tem sua origem em relação à distância dos portos, o que parece não ser a causa nesse caso, pois, afinal, não são praças tão distantes assim. Os 25% que comentei de majoração nos insumos são juros ocultos, e não afetam o faturamento na mesma proporção, ok? É lógico também que quanto mais próximo do porto se encontra o produtor menor o frete e maior o ganho por saco. Espero ter respondido a contento. Abçs.
Já ouvi que o chamado "preço base", onde as variáveis "frete" e outros itens de infra-estrutura, pesam nos tempos de safra. O "carregamento" tipo, seguro, armazenamento, custo financeiro do capital e "otras coisitas à más" devem ser idênticas entre Castro e Londrina. ... Então, como se livrar dessa incongruência?
Desculpe-me... Acho que estou sendo muito inquisidor nos meus questionamentos...
Quanto ao "preço base", segundo consta, você tem que trabalhas estatisticamente um período de 3 a 5 anos os preços diários ou semanais de sua região, e não encontrar desvios estatísticos (que não me lembro agora)... Se encontrá-los, você não pode pensar em fazer qualquer tipo de contrato futuro em bolsa pois, os seus dados são inconsistentes...
Prezado sr. Rensi, tem algum imposto entre as cidades que impeça o produtor de entregar a soja onde melhor lhe convir, além do custo do frete? Isso resolveria a incongruência. Quanto ao "preço de referência" que eu utilizo, conhecido como índice PAB, dê uma olhada no meu site (economiarural.com.br) pois ali está todo o embasamento lógico e matemático resumido em dois capítulos e de maneira bem didática, OK? Certamente à frente, discorreremos sobre essa ferramenta de grande utilidade ao produtor.
Valdecir Rodrigues de Oliveira Mogi das Cruzes - SP
Parabéns pela coragem de dividir conosco sua vivência, dados, estratégia e opinião, Sr. Paulo Nicola.
Thiago Nascimento Costa Jataí - GO
Sempre fui um ouvinte do Noticias Agrícolas, mas fico triste com esse tipo de interpretação do modelo de negócios das empresas de distribuição de insumos. O convidado está muito enganado sobre o que acontece no campo... os pacotes oferecidos pelas revendas não são engessados, não tem preços ocultos e não são feitos para dar prejuízo ao produtor. O entrevistados está prestando um desserviço ao agronegócio. Acho que o site tem que dar espaço a uma réplica, ou o convidado deve se desculpar das grandes bobagens ditas!!!
Caro Thiago, que bom saber de regiões onde os preços dos pacotes sejam expostos em valores atualizados em R$ para que possamos fazer comparações. Isso é ótimo.
Tony Stehling
Excelente explanação de alguns colegas acima. Não vou comentar nenhum ponto específico para não ficar redundante. Mas fica o repúdio sobre a reportagem, que não condiz com a realidade da maioria dos distribuidores e revendedores do Brasil... Nossa maior preocupação no Brasil deveria ser com a política e nossos governantes, que nos causam prejuízos incalculáveis ano após ano. E nós do Agro que ajudamos a sustentar o país, somos tachados de destruidores, desmatadores, assassinos, etc, etc ,etc. Deveríamos ser uma classe mais unida, e assim teríamos a chance de tentar mudar algo. Reportagens e posicionamentos segregacionistas como o da reportagem em nada ajuda a situação do país.
Excelente semana a todos. Brasil Acima de Tudo, Deus Acima de Todos.Trabalho como consultor de vendas, e sou filho e neto de agricultores. Embora diversos pontos são pertinentes, também achei pesadas as considerações sobre as revendas de insumos, pois quando essas assumem os riscos ninguem volta para dizer: Muito obrigado! e no mercado cada vez mais maduro que atuamos realmente e um desserviço minimizar a importância das revendas agrícolas e quão importante e parceiras elas são do produtor rural. Para ajudar parte de uma classe, não se faz necessário diminuir outra...
André Boss Chaves Capão do Cipó - RS
Parabens ao sr. Paulo Nicola pela coragem de expor suas experiencias. Concordo plenamente com o senhor, que o maior gargalo dos produtores rurais está na administração. Pois os mesmos dao mais importancia à produçao do que à comercializaçao,... sendo que se o processo não for de um todo, no final os numeros, com certeza, nao trarão bons resultados. Muito obrigado pelas indicações.
Mauro Cezar Andreis Cascavel - PR
Nós, como proprietários de revenda e produtores rurais, sempre estivemos ao lado do produtor..., é uma pena ver uma matéria dessas marginalizando pessoas de bem, que muitas vezes fizeram a diferença em suas regiões de atuação, permitindo que produtores que não tinham acesso ao crédito em bancos, não tiveram apoio até mesmo dos bancos públicos, ainda assim pudessem plantar e conseguiram permanecer no mercado. Vai minha nota de repúdio a essa matéria..., não condiz com a realidade da maioria dos empresários proprietários de revendas no Brasil, a quem eu estendo meu elogio, pois conheço a maioria deles e sei por muitas fases dificeis que a maioria já passou. (Mauro Cezar Andreis, Agricola Andreis).
Parabéns pela Explanação!
REGINALDO ANTONIO GARCIA DE OLIVEIRA Chapadão do Sul - MS
Meus cumprimentos a todos... Muito bem, André Assmann... Sr Paulo, sua colocação nos faz entender que as revendas de insumos é a pedra no sapato dos produtores, assim a revenda de máquinas agrícolas, as revenda da Toyota, Ford, Chevrolet, também se enquadram no mesmo seguimento das revendas de insumos, até mesmo o supermercado ... etc.
Vamos ser francos e honestos com nós mesmos, todos estamos no mesmo barco... AS REVENDAS DE INSUMOS FOI, É, E SEMPRE SERÁ PARCEIRO DO PRODUTOR RURAL, e não um parasita como dá a entender a sua entrevista..., não podemos generalizar e colocar todos distribuidores de insumos em um SÓ BALAIO. Assim como os Produtores Rurais, os revendedores distribuidores de insumos do agronegócio brasileiro, SOFREU , DESBRAVOU, CRESCEU E QUEBROU, TEVE ALEGRIAS E TRISTEZAS, TUDO AO LADO DO PRODUTOR AGROPECUÁRIO... AJUDOU A CRESCER O COMÉRCIO NAS MAIS DIVERSAS REGIÕES DO NOSSO PAÍS, DESBRAVANDO FRONTEIRAS E ACOMPANHANDO NOSSO PRODUTOR RURAL EM CADA EMPREITADA. Quanto à diferença de preços, é claro que um agricultor com dinheiro na mão, comprando à vista, vai economizar muito, pois deixa de pagar muitos juros, e compra no melhor momento, mas isso é do mercado mundial de qualquer segmento do mundo, industrial, turismo, etc... Garanto que todos os revendedores/distribuidores gostariam de ter clientes produtores rurais capitalizados comprando à vista, pagando em dia seus insumos, e diminuindo os riscos de inadimplência. Esse negócio de pacote, como o senhor falou na entrevista, não é bem assim; pode até acontecer, mas o cliente (produtor rural) não é obrigado a comprar algo que ele não vai usar ou que não seja necessário em sua lavoura..., existem várias opções de tratamentos fitossanitários, tecnologias e pacotes, até mesmo dentro do mesmo distribuidor, ... também tem vários distribuidores que ele pode escolher para comprar. Não podemos esquecer as origens, os parceiros, os amigos. Acredito que as revendas ou distribuidores tiveram um papel muito importante ao lado do Produtor Rural, levando tecnologias, inovações e produtos ao longos dos anos, contribuindo e ajudando o agronegócio chegar ao patamar que se encontra hoje. E assim como os Produtores Rurais que hoje se tornam empresários, os Distribuidores ou Revendas também passam por transformações e atualizações para melhor atender e continuar a parceria com Produtor Rural nessa nova era tecnológica. ABRAÇÃO à mídia, ao Notícias Agrícolas, ao nossos Produtores Rurais, a todos distribuidores revendedores de insumos, e a todas pessoas que fazem parte e trabalham e lutam em pró ao AGRONEGÓCIO do nosso Brasil.Com certeza um não vive sem o outro... mas temos que ser francos, que existe um EMPURROMETRO, isso sim... começando pelas multinacionais que fazem vendas casadas com as revendas... tem também os tal enraizador, adubos foliares, anti- derivas ... e por aí vai...
Caro Reginaldo, um tanto ampla e inquestionável suas reflexões... Tendo eu berço no comercio, e vivendo até hoje prestando serviços através de várias empresas que atuam fundamentalmente dentro do agro, é justamente o que me leva a questionar algumas práticas comercias de grande valia, que, a meu modo de ver, se tornaram extorsivas ao longo do tempo. Queira eu ou não, tal prática comercial antecede em muito os dias de hoje e, certamente, é mais um meio de o sojicultor descapitalizado viabilizar sua produção. Porém, diante da falta de outras alternativas para obtenção de crédito e a necessidade de dar sequência à sua atividade, o pequeno e médio produtor acabam obrigados a aceitar uma prática desleal de comercialização... Tenho a meta de mostrar por onde escorre o lucro dos produtores que possuam pouca ou nenhuma liquidez, diante disso não poderia eu deixar de abordar esse assunto desagradável. Mas não sendo dono da razão, deixo um questionamento: "É boa prática comercial nós, produtores, levarmos um pacote formado somente de insumos que a empresa possui em seus estoques, e não pelos que precisamos -- sem sabermos qual o preço que estamos pagando, e muito menos sem saber quanto de juros estamos pagando?".
Reginaldo, bom dia. Maravilhosa sua leitura de mercado, sou engenheiro agronomo, ajudo alguns produtores nas tomadas de decisões e tbm sou parceiro em uma empresa de gestão agrícola...., NUNCA vi isso que foi falado pelo Nicola, não, que ele esteja errado, mas, se o produtor faz troca de grãos por unidade de produto, ele já sabe o custo!!! ex: compro 20 litros de glifosato por 5 sacas de soja, se a soja vale R$ 80,00, pronto o custo do litro de glifosato que estou comprando é = R$ 20,00 reais / litro, simples assim, com data pré definida de entrega do produto. Se o produtor achar que isso é caro, pronto, não compre ou negocie para compra por 4,5 - 4,8 sacas. Pra mim, "minha percepção" Nicola tentou jogar alto esse valor ( 22-26%) para induz produtores a procurar consultoria de gestão, minha percepção. Mas é muito importante o alerta que o Nicola fez. Em várias analises que fizemos com produtores que atendemos na Gestoagro, notamos que realmente eles não analisam dados antes de decidir por uma compra, e isso sim é fundamental, Nicola falou muito bem e a entrevista dele foi muito importante. Nicola, temos que cuidar por que uma noticia mau interpretada pode se tornar verdadeira, e voce acaba desmerecendo Vários bons empresários que ajudam e fazem o Agronegocio girar, visto a grande dificuldade de capital de giro que esses empresários tem. Parabéns ao Noticias agrícolas e ao Nicola pelo trabalho que fazem. Abraços...
Bom dia Darlan, destes o exemplo para o caso de um produto, mas estamos falando de um pacote fechado onde possuem "n" produtos. Como identificarmos os preços? Tenho uma planilha com os preços individual de todos os produtos (preços à vista), calculando assim o preço final do "pacote" e podes apostar, fui generoso ao falar em um acréscimo médio de 24%... e lembrando que meu foco é refletir o quanto isso afeta o lucro bruto. Considero normal um lucro bruto de 25% (com arrendamento incluso) para um nível administrativo médio, e vamos analisar todos os passos impensados que possam reduzir esse lucro a zero....
Sr. Paulo Nicola, bom dia. Maravilha, mais uma vez, parabéns. O trabalho de estimular o produtor rural a pensar mais e fazer mais contas é fundamental realmente, ... trabalho com alguns clientes que evoluíram muito depois das analises que entregamos. Realmente, conseguimos melhorar as margens dos produtores com o simples trabalho de pensar junto com eles e analisar o todo, não simplesmente a compra, e isso é fundamental. Analisamos a propriedade como um todo e aí sim, conseguimos ter melhorias expressivas em rentabilidade. Exemplo que eu coloquei foi sim de um produto apenas, mas isso pode ser elevado a um pacote, com simples analise de mercado que fazemos e base histórica que utilizamos nos trabalhos. Uma pena saber que tem produtor perdendo dinheiro no nível que voce comentou, ... mesmo achando improvável, mas, fico com pena. Abraços
Rafael Antonio Tauffer Passo Fundo - RS
Sr. Paulo, infelizmente os preços de arrendamento aqui na região de Passo Fundo são esses -- de 20 a 23 sacas por hectare --- e ainda estão pagando adiantando..., ou seja, antes de entrar na área, pagam o arrendamento e não são áreas irrigadas. Eu deixei de arrendar uma área nesses valores pois o custo e o risco ficam muito altos.
Amigo, aí tá barato ... aqui já rola renda 35 sacas por hectare, e falta terra pra quem quer... dá pra fazer leilão!
Caro Nilo, qual a produção média alcançado na sua região? Certamente isso explica a diferença no preço dos arrendamentos...
A terra inflacionou muito chegou ao ponto de ser inviavel a compra, e mesmo se fosse viavel não haais terras pra venda , os produtores vendo isso partiram para o arrendamento que tbm inflacionou, aqui a produção tem todo jeito , alta, media , fraca muito difícil, alguns produtores se arriscam nas 3 safras no ano, nem sempre da certo, como se diz cada cabeça uma sentença, pode se chegar ao ponto do.produtor arrendar suas terras para outros do ramo que conseguira maior lucro, ou seja, se não pode com eles junte se a eles kkkkkk abraço aos amigos ai do NA
DIOGO SABIAO Araçatuba - SP
Excelente ... como as outras duas anteriores..., vamos divulgar a todos conhecidos....
Sr. Paulo, sou produtor Rural, consultor agricola, gaúcho, brasileiro é funcionário de revenda. Vou fazer uma pergunta: se o negócio revenda é tão bom por que os grandes players do mercado de distribuição estão todos sendo adquiridos por preço de banana por fundos de investimentos, empresas multinacionais? Por quê as pequenas revendas fecham as portas, ora se o negócio é bom? Para o seu conhecimento, a margem líquida de uma revenda muito bem administrada (hoje com inadimplência praticamente zero) é de no máximo 5%..., então te pergunto, onde estão os outros 20%? ... te asseguro que não estão na conta do meu patrão. Você pegaria 100, 200, 300 MI até 1 Bi sem ter, e colocaria na terra confiando na pessoa e no clima para receber após a safra ou atrasado, sem garantia alguma????, pois saiba que temos o tal do RJ no Brasil... Você assumiria os riscos e custos de Edge e variação cambial, avalizando junto às multinacionais o crédito???, isso mesmo, se o produtor não pagar temos nós de pagar, pois do contrário não temos produtos no outro ano... e assim vai... O setor de distribuição é responsável pelo financiamento de, no mínimo, 50% da safra brasileira, por acaso o senhor tem isso na conta para nos emprestar????... Conheço muitos produtores com casos de sucesso que cresceram às custas da distribuição na seguinte mecânica-- financiavam em instituições financeiras e, ao invés de arrendar, compram terras..., dai, inteligentemente, não tem o custo do arrendamento, pegam o pacote da revenda, sabendo que o custo é maior, mas onde mais ele arrumaria esse crédito para aquisição de áreas com uma simples promessa de pagamento, muitas vezes no fio de bigode??? (assim nasceram os grandes grupos).... Ao final do processo, esse produtor que adquiriu e cresceu seu patrimônio comprando mais caro de revenda vê esse custo a mais, abandona a distribuição e compra direto da indústria, entra mais em instituições financeiras e misteriosamente, comprando melhor... quebra!!!. Por que, sr Paulo? Ganhando 25% a mais quebrou, não dá pra entender... Vou lhe falar porque ele quebra: perde o Edge, a noção de custo, acesso à tecnologia, a assistencia técnica de qualidade..., ou o sr acha que um bom agronomo trabalha de graça, levando acesso correto à inovação, expertise de campo... Vou abrir a composição de margem de uma revenda aqui... vamos dizer que temos 20% de margem. Portanto, siga os custos... agora 80% logicamente é o custo do produto, 12% seriam juros, 5% custos fixos relativos à estrutura e logística (uma vez que o produto não aparece do além dentro do barracão do produtor), 4,5 % em média de encargos diretos (ICMS...), 0,05% logística reversa de embalagem, 0,5% desenvolvimento e inovação, 3% inadimplência, 2% edge de moeda... Ainda tem risco, depreciação capital.... Mas a conta na ponta do lápis hoje é negativa. A distribuição nacional está quebrada, ou com ilusão de lucro que irá quebrar, ou ser, com alguma sorte, adquirida por chineses, fundos, ao preço das contas a pagar. Estamos todos no mesmo barco, infelizmente, sr Paulo...., gostaríamos de reduzir nossa margem à metade, ou até menos que isso, vendendo a nossos parceiros e amigos produtores à vista e sobrevivendo.
É isso aí André Assmann.
Fazer uma análise baseado em uma experiência pessoal e definir como regra traz consequências ruins, principalmente para pessoas sérias (revendas) que estão nesse setor.
Vamos lá, serei repetitivo pois já existem comentários acima, mas....
1) A revenda financia no mínimo 5, 6 meses o investimento de boa parte dos produtores (principalmente os pequenos e médios) que diferente do Sr. não tem condições financeiras de compra a vista.
2) As revendas sérias do Brasil ofertam a modalidade de troca como "ferramenta" de compra, ou seja, o produtor não é obrigado comprar nessa modalidade, mas pode usufruir dos seus benefícios.
3) Nessas mesmas revendas, a discussão sobre pacote tecnológico é levado muito a sério, ou seja, as trocas são realizadas a partir da necessidade do produtor (baixo custo, alta produtividade, manutenção, etc...)
4) A revenda assume TOTAL responsabilidade financeira pelo Insumos e Grãos que é negociado com o produtor, ficando com o risco da inadimplência no final do ciclo.
5) A revenda, na sua maior parte, quando existem anos de quebra suportam o produtor com renegociações de longos pagamentos, tudo isso para que o produtor continue na atividade.
6) A revenda é um dos maiores promotores de "demanda", "tecnologia" e "inovação". Sem as revendas é bem provável que muitas melhorias não teriam vindo ao mercado.
7) A revenda traz solução ao produtor para um dos maiores problemas do Brasil, que é o setor logístico. É por conta dela que o produtor consegue ter o produto na hora e no momento certo e na grande maioria das vezes não transfere todo custo para a negociação com o produtor.
8) A revenda traz como benefício o desenvolvimento técnico e produtivo do setor AGRO, é por conta do seu foco em serviços que vários produtores tem atingindo (ano após ano) crescimento médio de produtividade.
Existem vários outros fatores benéficos que a revenda traz para o setor, que infelizmente ficaram fora das suas análises e comentários.
Acredito que precisamos ter responsabilidade ao trazer uma notícia pois existem muitas pessoas sérias e comprometidas que fazem o trabalho duro para que o Agro sempre cresça e esse tipo opinião fundada em um único argumento, não vai nos levar a esse objetivo.
Obrigado!
Entrevista que tenta colocar o revendedor como um aproveitador. Relato muito infeliz do Sr. Paulo. Faltou conhecimento de causa para poder falar do assunto. Não podemos aceitar pessoas assim, que tentam instituir uma propaganda e política de segregação no único ramo de negócio que funciona com excelência em nosso país. Fica aqui meu repúdio com relação à sua fala, sr. Paulo.
Sr Peterson, comércio - que pressupõe-se confiança - é atividade milenar já praticada desde os babilônicos, logo não cabe aqui discutir sua importância, pois a mesma é inquestionável, conforme colocas brilhantemente acima. Uma vez colocado esse filtro, destaca-se claramente o problema coletivo do comércio de insumos: o crédito... Pequenas revendas, como comentado acima, não conseguem espaço para se desenvolverem pois a alavancagem nesse ramo é enorme e exige competência e profissionalismo para se manterem na atividade. Esse problema chega aos produtores menos capitalizados de maneira danosa, e nós, produtores, somos obrigados a refletir de como essa modalidade de troca praticada nos dias de hoje afeta nossa lucratividade, somente isso... o comércio, tal qual os produtores, também peca, por sua vez, em não acompanharem ferramentas existentes e que certamente resolveriam esse problema, tal qual o cadastro positivo utilizado no mundo inteiro. Já se perguntaram porquê no Brasil, ao contrário do resto do mundo, utiliza-se do cadastro negativo para avaliação do crédito? ... Senhores comerciantes, já não somos mais o pais com maiores juros do mundo. É a nova realidade.... Agradeço a oportunidade, sempre salutar, de um bom debate.
Muito bom ter este tipo de conversa e assunto em um meio de comunicação tão relevante como o Notícias Agricola para nós, produtores. Parabéns pelas séries de entrevistas...